Estou muito grato ao exmo. senhor Gérard Verdon pelo comentário que fez à minha resposta a Luís Otávio no dia 24 de Setembro sobre a grafia do antropónimo joão da silva porque são as observações discordando de mim que me levam a "sentir", "pensar", "querer", e "agir"; e é assim, "sentindo", "pensando", "querendo" e "agindo", que me cultivo e, por isso, me torno útil ao próximo. E é para isto mesmo que estou no mundo. Bem haja, pois, o Senhor Gérard verdon. Vamos, então, ao assunto:
1) Nas minhas palavras nem sequer se vislumbra o deixar-me "arrastar pelo estonteamento provocado pela erudição", como diz G. Verdon. O que escrevi nas alíneas de a) a b), não faz supor erudição absolutamente nenhuma. Um erudito diria coisas muito superiores. Não posso mostar o que não tenho, mas apenas o que tenho: um pouco de espírito de observação e de análise.
2) Não escrevi em "tom de sobranceria". Não me tornei sobranceiro no que disse, porque não afirmei que as pessoas que escrevem "joão da silva" têm as qualidades e/ou condições mencionadas nas alíneas a) a b). Apenas admiti a possibilidade de tal acontecer, porque não escrevi "significa", mas sim "pode significar". E todos sabemos que há situações em que tal grafia significa isso mesmo; outras há em que significa "simplicidade", "modestia", "recato", etc.
3) Mais adiante, o Sr. Gérard Verdon apelida-me de "erudito autor da resposta". Uma pessoa erudita é a que sabe muito, que tem muitos conhecimentos. Mas conhecimentos… apenas os mostrei na alínea a), mas são conhecimentos adquiridos na escola primária.
Isto não é erudição. Quanto ao resto, é, como já afirmei, é apenas o espírito de análise e de observação que impera.
4) Continuando, o sr. G. Verdon assevera que "perdi (…) as regras" que eu "mesmo exibira". Mas que regras exibi se não apresentei nenhuma? Apenas me referi a uma delas na alínea a), sobre a ortografia dos antropónimos, mas nem sequer a apresentei, uma vez que o consultante não ma pediu. Talvez eu não tivesse sido bem claro… e peço que me desculpem se não fui.
5) Mais abaixo, afirma:"…e deixou derivar a sua mente nas turvas águas da psicologia, para não falar nos sorvedouros da moral".
Aqui, "derivar" significa "desviar, afastar" - pelo menos parece. Eu não me desviei "nas turvas águas da psicologia" porque a linguagem está intimamente ligada à psicologia, como de certeza sabe o exmo. Senhor Gérard Verdon. E tão ligada está, que só a psicologia pode explicar determinados aspectos da linguagem. Olhei para a minha estante e até lá vi um livro intitulado "Psicologia da Linguagem". Já se convenceu de que não me desviei? Apenas naveguei um pouco num sector particular da linguagem, que é esse mar da psicologia.
Quanto aos "servedouros da moral", se consultar um bom dicionário sobre a palavra "moral", verificará que, em tudo que escrevi, nada há que verdadeiramente, na psicologia da linguagem, a que poderemos chamar, neste caso, psicologia situacional. A moral é outra coisa.
6) Afirmei também que a minha resposta "pouco tem a ver (diga-se, correctamente, pouco tem que ver, cf. Respostas Anteriores) com a elucidação das dúvidas do ponto de vista da ortografia, da sintaxe ou da simples pronúncia".
Direi antes, que não tem mesmo nada que ver. E porquê? Porque nada disto pediu o consulente. Ele apenas queria saber o que significa a grafia "joão da silva". Foi apenas a este desejo que respondi, apresentando várias hipóteses - mas apenas hipóteses, note-se. Eu teria procedido mal, se tivesse respondido ao que ele não pediu.
E mais observações podia ainda eu fazer, mas por aqui me fico para não dar mais trabalho a quem me leia.