Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.

Rui Bebiano, professor da Universidade de Coimbra e autor do texto satírico "Ciberuvas da míngua portuguesa", afirma o seguinte no final desse artigo:

«(...) O português é (...) "língua muito traiçoeira". E é-o de há muito. (...) Que o digam as centenas (...) de autores dos séculos de Quinhentos, de Seiscentos e de Setecentos, que grafavam o mesmo vocábulo de duas ou três formas numa mesma obra, hesitando constantemente nas frases. Numa altura em que já se escrevia um francês langue d´...

A propósito da controvérsia acima referida que tem estado a ter lugar neste interessante e já inestimável espaço, gostaria de dizer o seguinte: sou a favor da simplificação da escrita naquilo que possa estar relacionado com uma mais fácil leitura e comunicação (não confundir com ausência de princípios ou regras, sobretudo no que é estrutural). Nomeadamente de um uso mais parcimonioso e menos reverente das maiúsculas.

Aumentar — Quando este verbo vem seguido de objeto direto (aumentar o capital, aumentar o valor, aumentar o patrimônio) e do quanto houve de aumento, este quanto vem expresso de várias formas: Aumentou a resistência com mais um batalhão — ... os que aumentam de novos cabedais o patrimônio comum. As mesmas variantes de construção podem aparecer em formas passivas: A qual ficou aumentada com mais de dois mil índios — Teve nova edição em 1794, aumentada de mil frases.

Aumentar de 50% — Não se diga assim. Diga-se «aumentar 50% », sem a prep. de. —Aumentar significa o mesmo que acrescentar, ajuntar, adicionar, e ninguém diz: «acrescentei, adicionei, ajuntei à renda de 50%», mas sim: «acrescentei, adicionei, ajuntei à renda 50%».

Em resposta a uma pergunta sobre a grafia mais correcta de Estado membro ou Estado Membro (ambas as hipóteses com ou sem hífen), a vossa resposta parece inclinar-se para a grafia Estado-membro.

Sem contestar a justeza de Estado membro (duas palavras distintas) não posso deixar de o fazer em relação a Estado-membro. Isto porque, nas palavras compostas por justaposição, em caso de utilização do hífen, se o primeiro elemento levar maiúscula, o segundo tem obrigatoriamente de a levar. Assi...

Este é o terceiro texto da controvérsia à volta do neologismo "deslocalizar". Nele o autor discorda da posição Em defesa de deslocalizar da autoria de A. Mendes da Costa – que, por sua vez, discordava da resposta sobre este assunto Deslocalizar de José Neves Henriques.

O texto «Um consultório sem fala» assinado pelo senhor Pedro Peres, linguista ao que parece, não pode passar sem o seguinte comentário: com a frase «A linguística é o estudo da língua como ela é e não como se gostaria que ela fosse» estou plenamente de acordo. É, porém, um dado adquirido que, se não fossem os «caturras», mais ou menos «gramaticões», que sempre houve desde que existem línguas escritas, a linguagem, expressa nas milhentas línguas do género humano, teria evolucionado muitíssimo ...

José Neves Henriques clarifica a sua anterior resposta sobre este tema – acolhendo os argumentos do consulente A. Mendes da Costa, com o texto Em defesa de deslocalizar. Uma controvérsia, esta que contou ainda com a participação de Amílcar Caffé com o texto Contra a «deslocalização».

José Neves Henriques começou por considerar desnecessário o neologismo "deslocalizar". Respondeu, contrariando-o o consulente A. Mendes da Costa com este texto – que, no entanto, mereceu a discordância de Amílcar Caffé com o texto Contra a «deslocalização».

Contrariando autores  que defendem o plural social-democrata – nomeadamente José Pedro Machado –, José Neves Henriques alinha neste texto cinco razões para se «expulsar da nossa língua» essa forma.