Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.

«O falar alfacinha – assinala  o autor nesta crónica dada à estampa no jornal "Público" de –, cada vez mais cheio de "chês" e de "jês", é francamente desagradável ao ouvido, afasta cada vez mais a pronúncia em relação à grafia das palavras e torna o português europeu uma língua de sonoridade exótica.»

  

De súbito, o homem do quiosque de Lisboa a quem eu pedira os meus jornais habituais interpelou-me:

– O senhor é do Norte, não é?

O manifesto eclipse da língua portuguesa nos textos e publicações científicas, o que aliás acompanha um fenómeno à escala planetária, tem sido tema de preocupação de inúmeras pessoas, de linguistas a cientistas. Recentemente, surgiu no PÚBLICO (12 de Agosto de 1999) um texto assinado pelo Prof. Aquiles Araújo de Barros em que o autor se insurgia contra a apresentação de teses de doutoramento em universidades portuguesas escritas noutra língua que não ...

1. "Língua portuguesa desperta na Europa" - era o título de uma notícia de um jornal diário do dia 25 de Julho, a propósito de declarações do ministro da Educação. Dizia: Marçal Grilofalou das "ameaças e riscos" da Europa actual, entre os quais uma comunidade com uma única língua, e manifestou-se "muito preocupado coma sua língua materna".

O senhor Vasco Baptista Mendes, correspondente de Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, teve a amabilidade de fazer, por via cibernética, o que outras pessoas preferiram fazer por vias normais (que, para mim, com mais de 70 anos, são a carta ou o telefonema).

Segundo a lógica do senhor Alfredo Farinha, será legítimo dizer que um trimestre é um conjunto de três meses quaisquer, independentemente de serem consecutivos ou não? E um biénio, também obedece à mesma lógica?

Parece-me que os prefixos bi-, tri-, tetra-, etc. são muitas vezes utilizados com uma ideia de consecutividade, pelo que discordo do artigo citado no Ciberdúvidas. Já imaginaram passar a chamar "Salto triplo consecutivo" à modalidade desportiva que todos conhecemos? Porque, a co...

Estou muito grato ao nosso prezado consulente Carlos Ferreira pelas observações que fez à minha resposta de 7-4-99 sobre o emprego dos dois pontos e da vírgula «a seguir ao vocativo que encima a correspondência». E digo «muito grato», porque é com as pessoas que discordam de mim que muito aprendo: fazem-me observar, pensar e sentir, desvendar, descobrir novos caminhos e resolver. De facto, exagerei quando disse que os dois pontos, a seguir ao talvocativo, «não t...

Em resposta de 07/04/99, afirma JNH que 1. «os dois pontos a seguir ao vocativo que encima a correspondência não têm pés nem cabeça»; 2. «o emprego da vírgula nunca foi hábito entre nós»; 3. «não corrompamos o que há séculos está estabelecido».

Diz a Gramática de Cunha & Cintra (pág. 637 da edição brasileira) que «Depois do vocativo que encabeça cartas, requerimentos, ofícios, etc., costuma-se colocar DOIS PONTOS, VÍRGULA ou PONTO, havendo escritores que, no caso, dispensam qualquer pontuação.»

Ao contrário do sentido etimológico, tetra (campeonato) ou penta (campeonato) passaram a ser usadas nos meios desportivos portugueses significando quatro (campeonatos) ou cinco (campeonatos) seguidos. O jornalista Alfredo Farinha é quem mais tem combatido este cada vez mais generalizado erro de semântica. Com a devida vénia, Ciberdúvidas acolhe extractos mais significativos do seu último artigo à volta desta imprecisão linguística. Foi publicado na sua coluna do jornal "A Bola", 'Deliberadamen...

Como qualquer outro consulente, Miguel R. Magalhães tem todo o direito a discordar ou a opinar o que quer que seja sobre Ciberdúvidas. No caso em apreço, e tendo sido eu a assinar essa opinião muito pessoal num Pelourinho a que, propositadamente, intitulei O capitulacionismo à NATO, só tenho que agradecer-lhe a atenção dada a esse meu texto. E, se me permite, fico-lhe grato, também, por me dar a oportunidade de acrescentar mais dois ou três argumentos à minha sustentação inicial.

Por Miguel R. Magalhães

Compreendo o ponto de vista expresso por José Mário Costa sobre a abreviatura NATO, mas gostaria de discordar. A língua vive e renova-se a partir da experiência e a lógica nem sempre é suficiente para explicar a consagração de certas opções. Ora, NATO é um termo com vasta história na nossa língua, história criada tanto por partidários como por opositores da organização. Outro exemplo: EFTA, que designa a Associação Europeia de C...