Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.
O Acordo e as evidências
«A grafia transporta informação etimológica e cultural»

«A unidade e a diversidade da língua portuguesa não passam pela questão ortográfica; por exemplo, em relação ao Brasil, o que nos separa mais profundamente é o léxico, a pronúncia, a prosódia, a morfossintaxe. [Por isso,] a ortografia é totalmente irrelevante», considera neste artigo* o escritor e poeta Vasco Graça Moura (1942-2014), contraditando o artigo** Uma língua, uma ortografia*, da autoria do constitucionalista Vital Moreira

 * in « Diário de Notícias, de 26/12/ 2007

** in jornal Público, do dia  18 /12/2007 

Uma língua, uma ortografia
«Essencial a ratificação portuguesa»

«Não existe nenhuma razão lógica para que uma mesma língua mantenha tantas divergências ortográficas», sustenta nesta arigo o constitucionalista português Vital Moreira – em artigo transcrito, com devida vénia,  do  Público, de 18 de dezembro de 2007

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Hoje em dia as livrarias por essa Europa fora já não têm só dicionários bilingues de português. Em vez do francês-português ou do italiano-português, a tendência recente é para o francês-brasileiro ou para o italiano-brasileiro. Eu, que gosto muito da literatura e do jornalismo brasileiro, que aprecio a forma como os brasileiros transformaram o português velho e chato que falamos, fico um pouco chocado. Tenho uma amiga italiana que me diz que não está nem quer aprender português; está a apren...

O <i>Expresso</i> e o Acordo Ortográfico

O editorial do Expresso de 1 de Dezembro estranha aquilo a que chama a minha defesa do proteccionismo como modelo, no tocante ao Acordo Ortográfico. E, face ao lead que o encima, terei de ver a minha posição displicentemente catalogada nos "nacionalismos balofos".

Diz Vasco Teixeira, da Porto Editora, citado no "Público", que os brasileiros têm um problema. Que problema? Terem um mercado interno de mais de 188 milhões, crescentemente alfabetizado? Terem maior protagonismo mundial e por isso ser mais interessante para os países africanos adoptar essa norma ortográfica?

Há talvez 15 anos que se discute o novo acordo ortográfico da língua portuguesa e eu continuo a ouvir dizer que deveríamos respeitar a ortografia "natural" de cada país. O que isto tem de extraordinário é as pessoas acreditarem que a ortografia é "natural". Pois bem, não só a ortografia não é "natural" como a intenção é precisamente a de não acompanhar a naturalidade com que se fala. Se assim fosse, os portuenses escreveriam "Puârto" e os lisboetas "Ljboa". Os cariocas não escreveriam "boa no...

As opiniões continuam tão divididas como dantes: o motivo é Acordo Ortográfico, ou seja, 1,8% de alteração dos hábitos ortográficos dos portugueses. De qualquer maneira, parece haver um ponto sem retorno: o protocolo de 2004 dá como suficiente para a entrada em vigor do Acordo Ortográfico a ratificação por apenas três países. Em 2006 essa condição ficou satisfeita, com a assinatura do Brasil, Cabo Verde e São Tomé. Leia-se o dossiê publicado...

Em 1911, pouco tempo depois da implantação da República, houve força suficiente para que a revolução chegasse também à língua, numa altura de quase discricionariedade na escrita, com o uso das letras dobradas, do ph, do ye de outras heranças etimológicas com que se mostrava erudição individual. A resistência dos conservadores foi enorme; há testemunhos escritos, hoje considerados caricatos.

Finalmente, Portugal vai ratificar o acordo ortográfico. Para quem clama que isso é uma desgraça, o passado tem grandes lições. E o futuro não está nos nacionalismos balofos

Parece que desta vez é a sério e que o acordo ortográfico vai ser mesmo aprovado. Para alguns, que se consideram puristas da língua, é uma tragédia. Esquecem-se que já escrevemos, noutros tempos, ‘ortographia’, ‘lyrio’, ‘mãi’, ‘pae’, ‘prompto’, ou mesmo ‘phleugma’ (fleuma). Vasco Graça M...

Por A.P.C.

«O acordo mantém as diferenças, não vai unificar nada. Estão a substituir umas diferenças por outras», argumenta Inês Pedrosa, citando os casos em que permanece uma grafia diferente para a mesma palavra para ela ser o mais próxima possível da forma como é pronunciada (recepção no Brasil, onde se pronuncia o p, e receção em Portugal, onde não se pronuncia).