«Não vai mudar a fundo as coisas. As implicações que isso tem do ponto de vista económico sempre sobram para os países mais pobres.»
Mia Couto, escritor moçambicano
«Para um país como Angola é muito importante aplicar o acordo, porque este vai fazer aumentar a circulação do livro e facilitar a aprendizagem e a alfabetização, que é, neste momento, a coisa mais premente para Angola e Moçambique.»
José Eduardo Agualusa, escritor angolano
«O Acordo abre a porta ao Brasil nos países africanos, onde até agora não conseguiram entrar (…). Isto serve para beneficiar a indústria editorial brasileira. Como eles já têm tudo adaptado ao acordo, assim que entrar em vigor avançam imediatamente.»
Vasco Graça Moura, escritor português
«A gente quer marchar com Portugal. Avançar sem ele não faria sentido. O acordo, que é para unificar, já nasceria desunido, se o acto de adopção fosse isolado.»
Godofredo Oliveira Neto, escritor brasileiro
«Os brasileiros têm um problema, nós não. Isto é um favor que a diplomacia portuguesa está a fazer à brasileira, e é triste que a língua sirva de moeda de troca.»
Vasco Teixeira, editor português
«A indefinição de Portugal está a emperrar o processo. Não se percebe e não quero admitir que os adiamentos sejam motivados pelos receios de 'brasileirização' da língua.»
Emerson Inácio, professor brasileiro
«É verdade que os brasileiros se prepararam. Nós não tivemos nenhuma política de defesa da língua, não tivemos uma política de expansão da língua no estrangeiro, não fizemos o trabalho de casa. Não vale a pena ser conservador quando não há nada a conservar.»
Francisco José Viegas, escritor português
«Não trará nenhum ganho claro e lógico.»
Maria Helena Novaes Rodriguez, professora brasileira
«Eu creio que há aqui um medo estúpido de que o Brasil, através da ortografia, reconquiste os países africanos de língua portuguesa e os leve para o seu lado.»
João Malaca Casteleiro, linguista português
«A mudança deve começar na sala de aula e quando a nova ortografia chegar às escolas, toda a sociedade se adequará.»
Lauro Moreira, representante brasileiro em Lisboa na CPLP
«Como se uns anos a mais ou a menos na conclusão de um texto [Acordo Ortográfico] trouxessem algum mal ao mundo, que viveu sem ele até agora.»
Francisco Seixas da Costa, embaixador português no Brasil
«Não faz sentido que nos eventos internacionais, seja preciso redigir dois documentos (...) com a grafia de Portugal e a do Brasil.»
Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras
«Seria muito importante, do ponto de vista editorial, que Brasil e Portugal estivessem juntos quando se formalizar a adopção do Acordo Ortográfico.»
Celso Amorim, ministro brasileiro das Relações Exteriores
«Se isso acontecer [a aceleração do processo de ratificação pelos outros países], Portugal reverá a sua posição e procurará ser mais célere.»
Isabel Pires de Lima, ministra portuguesa da Cultura