Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.

Após três adiamentos em Conselho de Ministros [português], foi finalmente ratificado o novo Acordo Ortográfico que permite, segundo o especialista da língua João Malaca Casteleiro, «unificar o vocabulário geral em 98% dos casos». A decisão, que estava iminente desde o final de 2007, foi tomada no momento em que o Presidente da República [de Portugal] e o ministro da Cultura estão em visita oficial ao Brasil.

Governo português ratificou Acordo Ortográfico <br> na véspera da partida de Cavaco Silva para o Brasil

O Acordo Ortográfico, era óbvio, seria uma das questões mais importantes na visita do Presidente da República [português] ao Brasil, a convite de Lula da Silva.

No enredo do Acordo Ortográfico todos estão a desempenhar um mau papel.

O texto do Acordo em si tem contradições, omissões e instabilidade de critérios, já notadas logo desde 1986. Para além disso, permite manter muitas divergências ortográficas entre os países lusófonos.

As pessoas que se opõem ao novo acordo insistem em argumentos novos, alguns sem grande justificação ou nos quais há nítida intolerância.

Neste artigo procura-se rebater esses argumentos.

1 – Esclarecimento prévio

1.1 Defensor do novo acordo, isso não significa que o considere absolutamente perfeito. Penso que, quando se altera a língua, a mudança deve ser profunda (como a de 1911), para evitar novos ajusta...

O novo ministro da Cultura [português], José António Pinto Ribeiro, [em declarações à agência Lusa, em Madrid, onde se encontrava em visita oficial à Feira Internacional de Arte da capital espanhola], considerou que deve ser o mercado e não moratórias a resolver a aplicação do Acordo Ortográfico, manifestando-se esperançado numa ratificação rápida do respectivo Protocolo Modificativo.

Acordo Ortográfico: <br> O resto (2)

Recapitulemos mais uma série de pontos altamente questionáveis do Acordo Ortográfico:

Foi entretanto escamoteada a necessidade de elaboração de um vocabulário ortográfico (também no tocante à terminologia científica), prévio à entrada em vigor do Acordo, tal como se exigira em 1990 e em 1994.

É deficiente o corpus de 110 000 palavras tomado como base, uma vez que só o Dicionário Houaiss comporta cerca de 228 000.

Posições divergentes entre vários ministérios determinaram o adiamento da ratificação do Acordo Ortográfico, anunciada por Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, para dia 27 de Dezembro de 2007. «O Governo não chegou a um entendimento», esta é a «razão oficial», confirmada ao Expresso pelo gabinete de Amado, que levou aquele ministro a desistir da ratificação do documento na véspera do último Conselho de Ministros do ano passado. O MNE explica...

Finalmente,depois de uma espera de 17 anos, e de uma das maiores controvérsias culturais que já se fizeram (nenhum problema de educação foi tanto e tão apaixonadamente discutido na praça pública…), o Acordo Ortográfico vai ser posto em prática, mesmo com dez anos de arrastamento, para ser efectivo!

Desde há muito, se é que alguma vez foi, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa deixou de ser um problema de mera linguística, para tornar-se um problema essencialmente politico (e geostratégico), e isto para além da sentença tida como axiomática no âmbito da Ciência Política, segundo a qual a «Política não é tudo, mas tudo é político, a começar por aquilo e aqueles que pretendem não sê-lo». Na hora de todas as emergentes "globalizações" (as económicas e as societais, as ortodoxas e as out...

Acordo Ortográfico: <br> O ridículo (1)

Em Junho de 1986, 20 professores do Departamento de Linguística da Faculdade de Letras de Lisboa propuseram a renegociação do Acordo Ortográfico em conclusão da posição crítica que sobre ele tomaram.

O texto de 1990 mantém quase todos os vícios que tinham levado a essa tomada de posição. Vejamos alguns, recorrendo quanto possível às expressões usadas nesse documento.