Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.

Na década de 1770, o Marquês de Pombal pediu aos censores do rei que tomassem uma decisão entre as várias propostas de ortografia que então surgiam — a de Luís António Verney, a de António José dos Reis Lobato e a de João Pinheiro Freire da Cunha, entre outras — para que a coroa a pudesse utilizar nos seus documentos oficiais. Depois de dois anos em discussão, os censores discordavam de quase tudo e baixaram os braços.

«O Acordo Ortográfico <br> tem uma dimensão estratégica»

Declarações do embaixador de Portugal em Brasília, Francisco Seixas da Costa, em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, emitida também na RTP 2.

 

O que é que facilitou ter-se agora chegado a um novo compromisso sobre o Acordo Ortográfico: a saída da anterior ministra da Cultura ou o apelo do Presidente da República?

Catedráticos, linguistas e editores foram chamados à Assembleia da República por causa da querela à volta do Acordo Ortográfico. Com a devida vénia, ficam aqui em linha os quatro textos publicado pelo jornal português Público, mais o artigo de opinião do professor Adriano Moreira, A Língua Portuguesa, no Diário de Notícias do mesmo dia.

Começo por agradecer o honroso convite que me foi dirigido para usar da palavra nesta conferência internacional que hoje decorre na Assembleia da República.

A relevância para o interesse nacional da matéria agendada é evidente. Outros casos porventura mereceriam tratamento semelhante. Estou a pensar na TLEBS, cuja revisão suponho estar concluída, e permito-me formular a correspondente sugestão aos meus colegas deputados.

1. Começo por três afirmações preliminares. Primeiro: uma declaração de desinteresses. Não tenho interesses económicos, dependências políticas ou outras, quando me dedico a analisar a questão do Acordo Ortográfico; aliás, as minhas posições nesta matéria não são novas, já que as defendo desde 1990. Segundo: uma declaração de interesse. (...)

Mais uma discussão sobre o Acordo Ortográfico, mais uma volta no carrossel da confusão, da chantagem emocional e do catastrofismo. Esgrimem-se todos os argumentos possíveis, da suposta inconstitucionalidade do acordo (negada pelos constitucionalistas) à «destruição virtual da própria noção de ortografia» (segundo Vasco Graça Moura) e, pasme-se, aos gastos que as famílias portuguesas terão de fazer em novos livros. Há quem fale em milhõe...

O escritor e poeta Vasco Graça Moura  replica aqui ao constitucionalista Vital Moreira, que, no Causa Nossa, acusava-o de «insistir no erro de considerar ilegal a ratificação do Protocolo modificativo de 2004» do Acordo Ortogáfico, em vias de ratificação parlamentar em Portugal.

O ministro da Cultura [português], José António Pinto Ribeiro, afirmou hoje que vai haver um prazo alargado para a aplicação do acordo ortográfico para que «não haja rupturas desnecessárias».

«O cumprimento não se faz de um dia para o outro. Há professores que têm de ser formados, há “curricula” que tem de ser elaborados. Tudo será feito com tempo e ordem», sublinhou o ministro da Cultura, à margem da tomada de posse da nova Direcção-Geral das Artes e do subdirector da Cinemateca.

Um representante da Academia Brasileira de Letras, Evanildo Bechara, considerou hoje que «as divergências ortográficas só podem gerar confusões no público».

Este linguista brasileiro falava durante uma conferência internacional/audição pública na Assembleia da República, organizada pela comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura para promover a reflexão sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

O presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Adriano Moreira, exortou hoje os países da CPLP a «garantir os recursos financeiros e humanos para assegurar a aplicação do Acordo Ortográfico».

«A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa têm de decidir sobre os recursos financeiros e humanos para assumir os compromissos resultantes da aprovaçao do Acordo Ortográfico», disse Adriano Moreira.