Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.

Posições divergentes entre vários ministérios determinaram o adiamento da ratificação do Acordo Ortográfico, anunciada por Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros, para dia 27 de Dezembro de 2007. «O Governo não chegou a um entendimento», esta é a «razão oficial», confirmada ao Expresso pelo gabinete de Amado, que levou aquele ministro a desistir da ratificação do documento na véspera do último Conselho de Ministros do ano passado. O MNE explica...

Finalmente,depois de uma espera de 17 anos, e de uma das maiores controvérsias culturais que já se fizeram (nenhum problema de educação foi tanto e tão apaixonadamente discutido na praça pública…), o Acordo Ortográfico vai ser posto em prática, mesmo com dez anos de arrastamento, para ser efectivo!

Desde há muito, se é que alguma vez foi, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa deixou de ser um problema de mera linguística, para tornar-se um problema essencialmente politico (e geostratégico), e isto para além da sentença tida como axiomática no âmbito da Ciência Política, segundo a qual a «Política não é tudo, mas tudo é político, a começar por aquilo e aqueles que pretendem não sê-lo». Na hora de todas as emergentes "globalizações" (as económicas e as societais, as ortodoxas e as out...

Acordo Ortográfico: <br> O ridículo (1)

Em Junho de 1986, 20 professores do Departamento de Linguística da Faculdade de Letras de Lisboa propuseram a renegociação do Acordo Ortográfico em conclusão da posição crítica que sobre ele tomaram.

O texto de 1990 mantém quase todos os vícios que tinham levado a essa tomada de posição. Vejamos alguns, recorrendo quanto possível às expressões usadas nesse documento.

Os argumentos de quem está muito assustado com o novo Acordo e aparece na liça a combatê-lo são comuns, repetitivos. Rebato-os a seguir, ponto por ponto, mais uma vez.

Sacrifício feito ao Brasil

Aqueles que resistem ao novo Acordo apresentam argumentos nacionalistas, dizendo que há no novo Acordo subserviência ao Brasil.

A revista África 21 publicou, no seu n.º 12, de Dezembro de 2007, um conjunto de quatro textos sobre o Acordo Ortográfico. Aqui ficam eles em linha, com os devidos agradecimentos ao seu director executivo, o jornalista Carlos Pinto Santos.

Malaca Casteleiro: «Desde 1911 que andamos nisto»

Acordo Ortográfico, quem quer adiar de novo?

Andanças da minha escrita

Prós, contras ou assim-assim

 

«Não vai mudar a fundo as coisas. As implicações que isso tem do ponto de vista económico sempre sobram para os países mais pobres.»
Mia Couto, escritor moçambicano

«Para um país como Angola é muito importante aplicar o acordo, porque este vai fazer aumentar a circulação do livro e facilitar a aprendizagem e a alfabetização, que é, neste momento, a coisa mais premente para Angola e Moçambique.»
José Eduardo Agualusa, escritor angolano

Os tementes a Deus, os reverentes da Academia e os assustados da gramática andam numa fona discreteando acerca do Acordo Ortográfico. É lá com eles. Tenho para mim que não vou tirar o P ao Baptista nem desacentuar o advérbio cristãmente, com til a coroar o A. Não vou deixar de entender o Guimarães Rosa, o Graciliano, o Godofredo Rangel, o Rubem Braga, o Mia ou o Luandino por cada um deles escrever do modo, com o tom e o registo fonético, sintáctico ou ortográfico que muito bem desejarem.

Adiar a entrada em vigor do acordo, às portas da sua data inicial, é diplomaticamente pouco sério, quando se trata de aplicar uma decisão do mais alto nível da CPLP

Trabalho em três instituições nas áreas de docência e pesquisa - em Angola, Brasil e Portugal - e, como as matérias são idênticas, procuro usar os mesmos textos, até porque minhas pesquisas têm incidências nas aulas. Não consigo. Em virtude das diferenças ortográficas sou obrigado a modificar os textos para cada um dos casos.

João Malaca Casteleiro em entrevista à revista África 21

Entrevista ao filólogo português João Malaca Casteleiro [ver «Em defesa da Língua», em baixo] nos trabalhos do Acordo Ortográfico começou há mais de duas décadas, no Rio de Janeiro, ao lado do académico brasileiro António Houaiss. Hoje, mantém a defesa da reforma da língua portuguesa e responde com acutilância às argumentações dos adversários do Acordo.

Uma entrevista da autoria do jornalista e escrito angolano João Melo, na revista África 21, de dezembro de 2019.