Acordo Ortográfico - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Questões relativas ao Acordo Ortográfico.

O escritor Vasco Graça Moura defendeu hoje que o Acordo Ortográfico, que culminará numa homogeneização da grafia da língua portuguesa, serve interesses geopolíticos e económicos do Brasil.

«A aplicar-se o acordo, não tardará a dar-se a supressão na grafia – e portanto também na pronúncia – das consoantes ‘c’ e ‘p’ nos casos em que continuam a ser pronunciadas ou semiarticuladas em Portugal», sustentou Graça Moura numa conferência internacional e audição parlamentar realizada [a 07/04/2...

A deputada socialista Teresa Portugal declarou-se [na terça-feira, dia 7 de Abril] favorável a um Acordo Ortográfico que «tivesse em conta os pareceres de linguistas», numa audição parlamentar sobre a matéria, realizada na Assembleia da República.

O Acordo Ortográfico prevê alterações em cerca de 1,6 por cento das palavras que constituem o léxico da chamada variante luso-africana do português (que engloba Timor e Macau), ao passo que, na variante brasileira, apenas 0,5 por cento das palavras irão passar a ser escritas doutra maneira. O documento consagra ainda uma dupla grafia para algumas palavras que continuarão a escrever-se diversamente em Portugal e no Brasil. Seguem-se algumas das propostas de alteração mais relevantes para o por...

Pepetela, Mia Couto, José Eduardo AgualusaGermano Almeida — falharam os nomes sonantes das literaturas africanas convidados pela Assembleia da República para participarem no debate. Em contrapartida, compareceram vários linguistas e numerosos representantes de associações de defesa da língua, e outras individualidades ligadas à cultura lusófona.

O carácter tão ostensivamente prudencial como os deputados se pronunciaram (alguns insistindo que falavam a título meramente pessoal) terá talvez a ver com o brilhantismo dos dois convidados especiais da audição parlamentar — Vasco Graça Moura e o catedrático de Coimbra e reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis.

Primeiro falaram catedráticos, linguistas, editores. Depois enfrentaram-se Vasco Graça Moura e Carlos Reis. Quando chegou aos deputados, a prudência dominou.

«Sem Acordo [Ortográfico], Portugal poderá ver-se ultrapassado pelo Brasil, e outros países da CPLP poderão ser aliciados por outros grupos linguísticos, como está já a acontecer no caso de Moçambique e a sua participação crescente na Commonwealth inglesa», defende o professor da Universidade Lusófona  e membro da Academia Portuguesa de História Teotónio R. de Souza , em entrevista ao “Semanário" de Abril de 2008

O Acordo Ortográfico está, finalmente, no campo de batalha. E é bom que esteja para que se percebam, com maior profundidade, os argumentos de paladinos e detractores. Ontem [7 de Abril de 2008], no parlamento [português], numa iniciativa por todos louvada (os pró e os contra), discutiu-se acerrimamente o assunto. Em Timor, por exemplo, há quem tema que, não havendo acordo, os professores portugueses e brasileiros não se entendam em relação ao ensino. Isso mesmo foi ali dito e, naturalmente, s...

Dá-se, no nosso português, desde há séculos, um lento processo de fechamento (os linguistas falam em elevação) das vogais que, num vocábulo, precedem a sílaba tónica. Veja-se como pronunciamos «despertador», «adormecer», «metamorfosear», e como os pronuncia um brasileiro. Este processo de obscurecimento e consonantização da nossa fala vai seguramente prosseguir. E uma coisa parece certa: o novo Acordo Ortográfico vem dar-lhe um valente empurrão.

Em entrevista à jornalista da Antena 1 Maria Flor Pedroso [emitida no dia 5 de Abril de 2008, disponível aqui], o novo ministro da Cultura português, José António Pinto Ribeiro, voltou a defender o Acordo Ortográfico, considerando-o um «instrumento relevante» para a promoção da língua portuguesa no mundo.