Pelourinho Tontices inaudíveis A Feira de Frankfurt – ou Francoforte, como prefere dizer, bem à portuguesa, o enviado da RTP, Pedro Oliveira – tem como tema central, este ano, Portugal e a sua literatura. Tema mais que central, por isso, nestes dias da imprensa portuguesa. Caso da Antena 1, que lhe tem dedicado cobertura diária no seu Programa da Manhã. Pena só que, imediatamente antes ou depois, o português passe a língua de segunda ordem no principal canal da estatal RDP. Em duas rubricas dedicadas ao ... José Mário Costa · 15 de outubro de 1997 · 3K
Controvérsias Pró - em sede de... Nunca dei por mal empregado o tempo que já gastei no vosso consultório nas 10 ou 12 vezes em que a V. recorri, e por isso não posso deixar passar em claro uma tendência nociva, patente numa sociedade dia após dia mais generalizadora, tendência esta bem notória numa resposta do vosso linguista mais destacado, o dr. Neves Henriques. 10 de outubro de 1997 · 3K
Controvérsias Anti - Em sede de... Ponto prévio: não sou licenciado em Direito. De tal matéria, ressalvo desde já, nada percebo. Agradeço por isso ao "Ciberdúvidas" o ter-me enviado os comentários de ilustres jurisconsultos (em linha como contraponto desta controvérsia) e a maneira delicada e compreensiva como tais comentários foram apresentados. José Neves Henriques (1916-2008) · 10 de outubro de 1997 · 7K
Pelourinho Fugiu o Nobel, ficou o erro Os escritores de língua portuguesa podem, mais uma vez, queixar-se do esquecimento da Academia Sueca, na atribuição do Prémio Nobel da literatura. Jorge Amado, José Saramago, João Cabral de Melo Neto, António Lobo Antunes – para só referir os mais citados, invariavelmente, na habitual bolsa das apostas dos noticiários – foram desta vez preteridos pelo italiano Dario Fo. Frustração deles e de todos os lusófonos seus leitores que, ainda por cima, voltaram a ouvir mal pronunciado o nome do inven... José Mário Costa · 9 de outubro de 1997 · 6K
Diversidades Os Descobrimentos e eu... (4) Era o início de Junho de 1952. Acabava o Verão e chegavam as monções do ano. Começava o ano lectivo e o meu primeiro contacto oficial com a língua portuguesa. A minha mãe levou-me para a escola primária. Não distava mais de meio quilómetro da minha casa. Era para inscrever-me no curso preparatório ou inicial. Mas passadas duas semanas a minha mãe viu que eu não aprendia nada, e eu disse-lhe que ninguém me atendia na escola. Eu não tinha razão para queixa nenhuma, porque divertia-me mais. A mi... Teotónio R. Souza (1947-2019) · 3 de outubro de 1997 · 4K
Controvérsias Sobre a psicologia da linguagem Estou muito grato ao exmo. senhor Gérard Verdon pelo comentário que fez à minha resposta a Luís Otávio no dia 24 de Setembro sobre a grafia do antropónimo joão da silva porque são as observações discordando de mim que me levam a "sentir", "pensar", "querer", e "agir"; e é assim, "sentindo", "pensando", "querendo" e "agindo", que me cultivo e, por isso, me torno útil ao próximo. E é para isto mesmo que estou no mundo. Bem haja, pois, o Senhor Gérard verdon. Vamos, então, ao assunto: José Neves Henriques (1916-2008) · 3 de outubro de 1997 · 2K
Controvérsias Regras e regras Na resposta intitulada "Ser cego e não querer ver", escreviam José Mário Costa e José Neves Henriques (in Controvérsias anteriores): "Ponto prévio: Ciberdúvidas não ministra cursos universitários, daqueles em que se descreve academicamente a história da língua e se divaga sobre as ramificações da sociolinguística. O que se propõe é bem mais simples. Se calhar, até mais difícil: ajudar a resolver as dúvidas que se colocam ao comum dos lusofalantes, do ponto de vista da ortografia, da si... Gérald Verdon · 3 de outubro de 1997 · 2K
Antologia // Brasil Pudor Certas palavras nos dão a impressão de que voam, ao saírem da boca. "Sílfide", por exemplo. É dizer "Sílfide" e ficar vendo suas evoluções no ar, como as de uma borboleta. Não tem nada a ver com o que a palavra significa. "Sílfide", eu sei, é o feminino de "silfo", o espírito do ar, e quer mesmo dizer uma coisa diáfana, leve, borboleteante. Mas experimente dizer "silfo". Não voou, certo? Ao contrário da sua mulher, "silfo" não voa. Tem o alcance máximo de uma cuspida. "Silfo", zupt, plof. A p... Luís Fernando Veríssimo (1936 — 2025) · 3 de outubro de 1997 · 7K
Antologia // Portugal A Pêro de Andrade Caminha - Carta III Teu nome, Andrade, de qu´é bem qu´esperem O de que se já sempre espantaram Quantos te vem, quantos despois vierem: Teu raro espríto, de que se honraram5 As Musas, que de si tanto te deram, E que tarde outro como a ti darão: Os bons escritos teus, que mereceram Ou ouro, ou cedro, pois já nessa idade ... António Ferreira · 3 de outubro de 1997 · 6K
Diversidades Os Descobrimentos e eu ... (4) A minha mãe decidiu tirar-me da escola. Fiquei chateado por ter que abandonar os novos colegas de brincadeiras. A minha mãe não era uma pessoa para desistir, e para o cúmulo da minha desgraça decidiu levar-me nesse mesmo dia para a casa do senhor Caru Mashel (Caridade Maciel). Ele era já bastante conhecido na aldeia como um educador privado, e só aceitava treinar a quem ele quisesse. E desses poucos privilegiados, pouquíssimos perseveravam para além de uma semana ou duas. Teotónio R. Souza (1947-2019) · 3 de outubro de 1997 · 4K