Controvérsias 1 - «Escrevo para esta página» ou «...escrevo nesta página»? Obrigadíssimo, antes de tudo, pela resposta, divulgada no dia 13/3/98, à pergunta que formulei sob o título "Este, esse: qual a diferença?" Aprendi, com a lição, que o emprego do demonstrativo depende exclusivamente do grau de proximidade do objeto a que se faz referência. A questão é: serão esses pronomes assim tão servis à noção de lugar? Na verdade, o que se verifica é justamente o oposto: não existe, na língua portuguesa, pronome mais elástico do que o demonstrativo. O ... Inácio Bicalho · 8 de abril de 1998 · 2K
Pelourinho «Plafonamento»!? O secretário de Estado do Ensino Superior do Governo português, Alberto Jorge Silva, pronunciou-se (na rádio pública RDP), no passado dia 31, sobre as maleitas crónicas do seu sector. E, às tantas, passou a empregar esse escusado e inestético galicismo «plafonamento». Não há dúvida: com governantes destes nas escolas portuguesas, muito terão de aprender os alunos portugueses a estimarem a sua própria língua. José Mário Costa · 8 de abril de 1998 · 4K
Antologia // Portugal A Língua Portuguesa Ó Portuguesa Língua, quando um diaFloresceste nos rústicos cantares,Quem te diria que, por sobre os mares,Com tua alma o teu génio cresceria!Soou na Terra a tua melodiaE pelo orbe criou nações e lares;Com teu ritmo de impulsos e vagaresFoste laço de povos e harmonia.Mas, ó Língua sagrada e Mãe gentil,Tua glória maior de peregrinaE missionária donde génio flui,Tu a criaste em terra do Brasil,Depois que o padre António Vieira ensinaO seu aluno mais preclaro — Rui! Afonso Lopes Vieira · 3 de abril de 1998 · 3K
Controvérsias Acordo Ortográfico de 1990 Atraso na entrada em vigor Complemento da resposta à pergunta do Snr. Francisco Aragão, tema Acordo Ortográfico. Segundo o artigo 3.º do texto assinado, o último acordo ortográfico deveria, efectivamente/efetivamente, ter entrado em vigor em Janeiro de 1994... Quando os assuntos ficam bloqueados, é costume dizer-se que não há `vontade política´. Ora talvez a causa do atraso não seja só esta. a) Vontade política D´Silvas Filho · 2 de abril de 1998 · 7K
Diversidades José Saramago: reinventar o português «A escola, que tão mal ensina a escrever, não ensina, de todo, a falar.» Quem o afirma é José Saramago, que citamos a partir de afirmações recolhidas pelo diário "Correio do Minho". O autor do "Memorial do Convento" critica a decadência e defende a reinvenção da Língua Portuguesa. 31 de março de 1998 · 4K
Antologia // Angola À volta da desbunda e das oenegês Surpreendo-me discorrendo sobre alguns mitos emergentes na sociedade angolana, sem rumo certo e em desfrute de lentos vagares, mas logo me deixo enlear por coisas de somenos, pequenas dúvidas, questões teóricas. Será que esses mitos, sobre os quais me debruço, existem mesmo antes de serem nomeados, ou apenas passaram a existir por terem sido nomeados? Arnaldo Santos · 26 de março de 1998 · 5K
Pelourinho 25 anos "despoletados"... Um erro recorrente na imprensa portuguesa Os 25 anos do semanário Expresso tropeçado no anómalo despoletar... Carlos Marinheiro · 25 de março de 1998 · 3K
Diversidades O sexo dos clubes de futebol Continua interessante a polémica que rola na imprensa brasileira sobre o tratamento que se deve dar aos clubes italianos, se feminino ou masculino: a Juventus ou o Juventus? Deitando acha à fogueira, o jornalista, escritor e memorialista Ruy Castro endereçou ao cronista Armando Nogueira, uma carta aberta que merece mesmo ser transcrita. Diz ela, a carta: "Meu caro Armando: com Ronaldinho e Edmundo na Itália, nossos coleguinhas da imprensa esportiva brasileira voltaram a falar do futebol itali... Duda Guennes · 16 de março de 1998 · 9K
Pelourinho Coitada da Língua Portuguesa Ficamos muito agradecidos a Amílcar Caffé por nos informar sobre a pronúncia brasileira de Osvald e de Elis. Vejamos, porém, que nenhum destes antropónimos é da Língua Portuguesa, mas sim do inglês. Apenas Osvald está grafado um pouquito à portuguesa, porque substituíram o w (que não pertence à nossa língua) por v. Mas o verdadeiro aportuguesamento seria Osvaldo. Nós, portugueses, não vivemos no Brasil. Como nã... José Neves Henriques (1916-2008) · 13 de março de 1998 · 3K
Antologia // Portugal Portanto Hoje toda a gente diz portanto. Toda a gente é talvez um exagero, uma falta de rigor, mas toda a gente já reparou que muita gente diz portanto, a torto e a direito. Sobretudo gente culta, ou tida como culta, vá-se lá saber em muitos casos por que bulas, mais nas cidades do que no campo – políticos, militares, advogados, médicos, engenheiros, professores, estudantes, jornalistas, escritores, todos dizem portanto, dando a ideia de que se trata de palavra indispensável, ou p... Afonso Praça · 12 de março de 1998 · 7K