Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Siglas e acrónimos

Siglas e acrónimos são palavras formadas pelas letras iniciais de várias palavras: RTP é uma sigla que representa Rádio e Televisão de Portugal, assim como PT é uma sigla formada pelas iniciais das palavras Portugal Telecom. De formação semelhante, os acrónimos apenas se distinguem das siglas por permitirem uma leitura silábica: se EDP é uma sigla, já REN é um acrónimo, uma vez que a constituição das letras de EDP nos obriga a uma leitura letra a letra, e REN nos permite uma leitura em sequência como qualquer palavra monossilábica. Unesco, ovni e sida são exemplos de acrónimos em português. Em consequência da sua formação a partir das letras iniciais de outras, quer se trate de siglas ou acrónimos, estas palavras  não variam em número, uma vez que o plural está já incluído na palavra da qual se considerou apenas a letra inicial. (...)

«Pari passu» <i>vs.</i> «a par e passo»

A locução latina pari passu (literalmente, «com passo igual») encontra em português, como equivalente, a sequência «a par e passo», a qual historicamente é uma deturpação da expressão original. Entre gramáticos de tradição prescritiva, muitos condenaram no século XX a forma portuguesa, considerando que a latina é a única correta; mas há outros que a aceitam. Entre os primeiros, conta-se Rodrigo de Sá Nogueira (1892-1979); entre quem invoca o princípio da consagração pelo uso, incluem-se Vasco Botelho de Amaral (1912-1980). (...)

<i>Pari passu</i>

Erradamente traduzida por «a par e passo», a expressão latina pari passu significa «em passo igual, a par, simultaneamente». Trata-se de uma forma ablativa em que algo é feito com passo igual. Usa-se na linguagem médica quando se pretende referir desenvolvimentos simultâneos ou em economia e finanças para referir, por exemplo, créditos ou dívidas que se apresentam em pé de igualdade, sem precedências uns sobre os outros, ou seja, situações em que se aplica o princípio de igual tratamento; créditos ou dívidas andarão, pois, em simultâneo. (...)

Para quando a marca lusófona?

Artigo publicado no jornal Público de 18/05/206, com o título original "Registo de marcas no espaço da CPLP – para quando a marca lusófona?", da autoria do presidente do Grupo Português da Associação Internacional para a Proteção da Propriedade Intelectual.

A língua portuguesa como futuro

Artigo da escritora portuguesa Lídia Jorge, publicado no Jornal de Letras em 11/05/2016 sobre as muitas facetas do português e, entre elas, o seu uso literário.

No contexto da educação não superior em Portugal e a respeito da autonomia dada pelo Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Secundário à Educação Literária como domínio distinto da Leitura, um dos autores deste documento, Luís C. Maia , dá «conta do que se vai fazendo para a desvalorização da Educação Literária», dirigindo críticas ao Instituto de Avaliação Educacional (IAVE) e à presidente da Associação de Professores de Português (APP), Edviges Ferreira. Texto publicado com o mesmo título no jornal Público em 15 de maio de 2016.

«Pedir para» e «pedir que»

Mandam as regras que o verbo pedir seja normalmente acompanhado de dois complementos: um direto e um indireto. Pede-se, pois, alguma coisa (CD) a alguém (CIND): «eu pedi um livro ao João» ou «eu pedi ao João que me emprestasse um livro».

Quando o complemento direto é uma oração, encontramos o verbo pedir regendo duas estruturas diferentes que muitas vezes vemos confundidas pelos portugueses: «pode-se pedir que...» e «pode-se pedir para...». (...)

Os Presidentes também erram

O político português Santana Lopes, comentando declarações do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o Acordo Ortográfico de 1990, considera que «[...] não parece muito cordial que um chefe de Estado anuncie em território estrangeiro [Moçambique] a sua desvinculação ou o seu descomprometimento com um acordo internacional  assinado e ratificado pelo Estado do qual é a mais Alta Figura.» E interroga-se: « Terá sido um deslize? É mais um erro porque Marcelo não fez aquilo sem pensar antes. Não se tratou de um improviso no momento.» Texto publicado no Correio da Manhã de 13/05/2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

Contra o acordo infame

«O Acordo entrou em vigor por força da lei, em obediência a uma construção ideológica chamada lusofonia, mas não por força da aceitação pelos cidadãos e da aprovação pelas instâncias de carácter científico. Na história da nossa democracia, não há procedimento tão absurdo e tão próprio de um poder totalitário como este.» Palavras que o jornalista António Guerreiro escreveu para o jornal Público de 13 de maio de 2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]

A negligência na língua e na escrita é princípio da decadência dum país

O editor Guilherme Valente rejeita o Acordo Ortográfico de 1990 e observa: «[...] a escrita [...] pode e deve ser actualizada. Mas no seu tempo e com critério, tocando-se nela com precisão cirúrgica, sem ferir a sua lógica, sem quebrar o fio agregador da sua origem e da sua história.» Texto publicado no jornal Público de 13/05/2016.

[Ver também: Acordo Ortográfico sob polémica presidencial]