Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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 «O b-learning deveria ficar para sempre,  <br> mesmo que não haja pandemia»
Defende membro do Conselho Nacional da Educação português

«As escolas devem fazer “a digestão” do que aconteceu e olhar com atenção para os alunos que se desligaram» – lê-se na entrevista que o professor catedrático  português Joaquim Azevedo, membro do Conselho Nacional da Educação, deu à jornalista Helena Pereira, a seguir transcrita na íntegra do jornal Público do  25/06/ 2020 (manteve-se a ortografia de 1945 do original).

O termo inglês b-learning, que abrevia a expressão «blended learning» («aprendizagem ou formação mista») e ocorre no título para aparecer depois ao longo da entrevista, denomina o «processo de ensino-aprendizagem que combina métodos e práticas do ensino presencial com o ensino a distância» (Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa, consultado em 29/06/2020). Na discussão das modalidades de ensino atualmente disponíveis com a generalização dos meios informáticos e digitais, fala-se em ensino presencial, em que os intervenientes estão na presença uns dos outros, no mesmo espaço físico, e de e-learning, termo também inglês (eletronic learning, «formação ou aprendizagem feita por meios eletrónicos, especialmente pela Internet» – cf. Lexico Oxford), que se aplica às situações de ensino à distância que decorrem do uso de meios eletrónicos  (cf. idem, e-learning). Os termos ingleses referidos ainda não têm equivalentes portugueses estáveis e de uso corrente, mas «aprendizagem/formação mista», para b-learning, e «aprendizagem eletrónica», para e-learning, são, entre outras, soluções aceitáveis.

Aos revisores
A lupa perfeccionista e sempre na sombra

A propósito do seu  novo livro, a jornalista Catarina Gomes publicou na sua página do Facebook este apontamento  sobre o «discreto labor» de quantos,  «com perfeccionismo e paixão», juntam «o amor à língua e à escrita» e não se importam  «de ficar na sombra para que o autor faça boa figura».

Quero ver o português na CEE!
35 anos depois da entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia

«Para muitos profissionais europeus tornou-se interessante adicionar o português ao perfil linguístico e disparou o número de estrangeiros a estudá-lo e, à falta de um organismo nacional que o faça, os serviços de língua portuguesa da União Europeia foram produzindo recursos normalizadores da língua, preciosos para quem trabalha na área. Muito foi feito, de facto. No entanto, porque alimentámos por décadas o isolacionismo e o desprezo pelo saber, começámos tarde e coxos, descobrimos com atraso o potencial da língua e teimámos em não o levar a sério, faltam ainda hoje ao português muitos e bons recursos linguísticos que sustentem a sua condição de língua internacional, pluricêntrica e de trabalho de grandes organizações internacionais.»

Artigo de Margarita Correia in Diário de Notícias do dia 22 de junho de 2020, a seguir transcrito com a devida vénia. 

Para uma língua efetivamente pluricêntrica
Da teoria à realidade ainda por concretizar

«Historicamente, desde a independência do Brasil, em 1822, a língua adquiriu um caráter bicêntrico, ou seja, passou a ter não um centro difusor da norma linguística, como até então fora Lisboa, mas dois centros, Lisboa e o Rio de Janeiro. Com as independências dos demais países de língua portuguesa, o que se espera é que venham a nascer novos centro difusores de norma, ou seja, que também estes jovens países venham a assumir a variedade do português neles falado como um traço fundamental da sua identidade, tornando o português uma língua efetivamente pluricêntrica.»

Apontamento da autora no programa Páginas de Português, emitido na Antena 2, no dia 21 de junho de 2020.

Consciência e desobediência
De Padre António Vieira a Aristides de Sousa Mendes

Consciência e desobediência são as palavras nucleares da crónica de Carla Marques  difundida no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 21 de junho de 2020, recordando a ação de homens como o Padre  António Vieira e o diplomata  Aristides de Sousa Mendes

 

Imagem: O Pensador, de Auguste Rodin, 1904. 

«Portugal não é o dono da língua portuguesa»
As virtualidades do português e a partilha dos esforços na sua projecção e ensino

Em entrevista ao jornal Público, 21 de junho de 2020. conduzida pela jornalista Leonete Botelhoo presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua embaixador Luís Faro Ramos, lembra  que «Portugal não é dono da Língua Portuguesa, que é policêntrica e plural» e que «o esforço da sua afirmação no mundo tem de ser de todos os países da CPLP».

[Manteve-se a ortografia do texto original. Fonte da primeira imagem: Mundo Português, 1 de maio de 2019.]

 

<i>Uber Schools</i>
Os modelos de negócio das universidades no contexto da covid-19

 «A possibilidade de ocorrer uma espécie de uberização do ensino, por via da flexibilidade e comodidade digital para docentes e alunos, é algo que pode constituir um risco ou uma oportunidade consoante as entidades de ensino, e as universidades em particular, se posicionem nesse novo espaço físico-digital.»

* Artigo de opinião publicado no jornal Público no dia 18 de junho de 2020.

Quem são e o que fazem os linguistas?
A ciência que se ocupa da linguagem

 «Os linguistas adotam uma perspetiva científica sobre a língua, observam-na como objeto de estudo e não emitem juízos de valor sobre ela. Cada “amostra linguística” é tratada como uma amostra de tecido celular observada ao microscópio» 

Artigo  de Margarita Correia, in Diário de Notícias do dia 16 de junho de 2020, a seguir transcrito, com a devida vénia.

 

Marcas de racismo em palavras e expressões do português
Exemplos que configuram linguisticamente o medo do Outro

«Como as palavras e cada língua configuram o modo como vemos o mundo, não é de admirar que encontremos gravados no acervo lexical de qualquer língua, incluindo o português» – observa a linguista Margarita Correia a propósito de várias expressões de cariz racista, fixadas  na língua portuguesa desde tempos remotos. Esta e outras considerações constituem o apontamento a seguir transcrito, emitido no programa Páginas de Português, transmitido pela Antena 2 em 14 de junho de 2020.

Quanto é um bilião em Portugal?
O bilião inglês vs. o bilião português

O professor universitário e tradutor Marco Neves reflete sobre os problemas da tradução da palavra bilião do inglês para o português, uma vez que os conceitos são diferentes nas duas línguas.