Em 18 de fevereiro de 2021, em palestra difundida por Zoom, a investigadora luso-cabo-verdiana Vanusa Vera-Cruz Lima, doutoranda da universidade americana de Massachussetts Dartmouth, apontou passagens racistas em Os Maias, de Eça Queirós – é exemplo a apologia da escravatura que João da Ega* faz no jantar dos Gouvarinhos –, e defendeu a necessidade de as edições escolares as assinalarem como nota pedagógica. No começo de março de 2021, a agência Lusa divulgou declarações de Vanusa Vera-Cruz Lima, e muitas foram as reações em Portugal, sobretudo as muito críticas ou até desfavoráveis.
A polémica fica documentada pelos seguintes conteúdos:
- Investigadora cabo-verdiana propõe nota pedagógica sobre passagens racistas em Os Maias" (Diário de Notícias com base em notícia da agência Lusa, em 07/03/2021, e transcrita aqui).
- Discutir o racismo n’Os Maias é ensino responsável ou ameaça à autonomia da literatura?, do jornalista Luís Miguel Queirós (Público, em 3 de abril de 2021 e reproduzido aqui).
- Vide, ainda, o artigo de opinião Eça de Queiroz, "Os Maias" e uma pergunta sobre racismo, da autoria de Carlos Maria Bobone, no jornal digital Observador de 21 de fevereiro de 2021.
* Na imagem, uma ilustração de Wladimiro A. de Souza (1908-1994).
Cf.: Eça e a delícia das coisas imperfeitas + Os Maias: como um romance do século XIX continua atual