«Enquanto o podermos fazer, fá-lo-emos – à custa da ruína económica do país.»
Miguel Sousa Tavares, Expresso de 14 de dezembro de 2013
Um erro desta natureza – a confusão entre podermos, a primeira pessoa do plural do infinitivo flexionado verbo poder, e pudermos, como deveria lá estar, ou seja, a primeira pessoa do plural do futuro do conjuntivo do mesmo verbo – é um daqueles casos que não escapariam à perícia da revisão humana, do olho treinado, do revisor experimentado. Não há corretor automático capaz de fazer esta distinção.
P.S. – Uma semana antes, no mesmo semanário, o défice de (uma boa) revisão expunha outra confusão primária, com a troca de «o moral» por «a moral»: «…quando [em plena II Guerra] lhe propuseram o resguardo das principais obras de arte britânicas no Canadá, [Churchill opôs-se] dizendo (…) acreditar que a cultura levanta a moral dos povos» (Henrique Monteiro, “A Cultura, estúpidos!”, Expresso de 30 de novembro de 2013).