1. Dois terramotos, um de magnitude 7,8 na escala de Richter e outro de 7,5, abalaram a Turquia e a Síria, provocando mais de 43 mil mortos, na mais recente estimativa avançada pela ONU e a OMS. Este trágico acontecimento envolve palavras e expressões tais como sismo, «tremor de terra» ou «abalo sísmico», que, por vezes, oferecem dúvidas aos falantes no que respeita à sua significação. Esclareça-se que estes termos pertencem ao campo lexical da geologia e são considerados sinónimos, sendo usados para descrever a libertação súbita de energia que desencadeia movimento na superfície terrestre. Esta significação retoma valores como o movimento ou o abalo, que, do ponto de vista etimológico, se encontravam já na origem das palavras aqui assinaladas. Equivalentes às anteriores são também as formas terramoto (forma preferida no português europeu) e terremoto (forma mais antiga e preferida no português do Brasil). Para descrever estes fenómenos são ainda usados termos como epicentro (que designa a área superficial do sismo, onde a intensidade do abalo é máxima e onde o sismo atingiu a superfície em primeiro lugar) e magnitude (que refere a medida da quantidade de energia libertada por um sismo).
A este propósito, recordem-se estes textos disponíveis no Ciberdúvidas: «Terramoto/terremoto», «Sismos: hipocentro / epicentro», «Terramoto»? Ou será «terremoto»? Ou «sismo»?
2. Na rubrica Dúvida da semana, promovida nas redes sociais do Ciberdúvidas, a professora Carla Marques atenta, desta feita, nas diferenças entre as palavras parónimas eminente e iminente (apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2).
3. A pronúncia da palavra litígio não corresponde a um caso de dissimilação, como ocorre, por exemplo, em ministro, um fenómeno que se explica nesta resposta. No Consultório, poderão ainda ser acompanhadas as seguintes novas entradas: «A grafia de super-heteródino», «Sobre a sequência «...e mas»», «A ideia de «génio da língua»», «Palavras unívocas, equívocas e análogas», «A locução «até a»: «até àqueles dias»».
4. A questão competência plurilingue e das implicações e exigências desta realidade na formação de professores e na sua prática letiva dá matéria para o artigo de Margarita Correia, professora universitária e linguista (aqui partilhado com a devida vénia).
5. A presença da literatura africana no sistema de ensino brasileiro é um tema de grande complexidade. Neste âmbito, o professor brasileiro Roberto Lota apresenta um artigo onde desenvolve uma radiografia à situação, evidenciando lacunas e problemas que urge resolver (artigo partilhado com a devida vénia).
6. Entre as notícias relacionadas com a língua, destaque para as seguintes:
– O exame da disciplina de Português do 12.º ano volta a ser obrigatório para a conclusão do ensino secundário em Portugal, uma medida que entrará em vigor a partir do próximo ano letivo;
– A realização de um curso de formação relacionado com a produção de materiais didáticos produzidos com base em canções (mais informações aqui);
– A publicação em linha Plural: português pluricêntrico, que se centra em temas como o pluricentrismo da língua portuguesa, a pedagogia da justiça social e o ensino baseado em projetos (disponível em acesso aberto);
– O EMDA 12 (Encontros mensais sobre discurso académico) terá como oradora a professora universitária Paula Cristina Ferreira, que abordará o tema (Com)textos: da planificação à produção textual (encontro zoom, com lugar no dia 13 de fevereiro, entre as 18h00 e as 19h30 - mais informações aqui).