1. Seja com motivações consumistas, seja para promover a cidadania, o discurso publicitário traz-nos muitos estrangeirismos, mas as exigências apelativas levam-no também a explorar incessantemente os recursos do português, produzindo frases e ditos criativos que se fixam na fala e na escrita. Uma exemplificação deste fenómeno é um trabalho publicado pelo jornal português Observador em 4/11/2015 p. p. – e que aqui fica transcrito, com a devida vénia ao autor., o jornalista Tiago Tavares. Nele, reúnem-se 15 expressões, algumas delas bem recentes, que foram inventadas no contexto publicitário e são hoje património linguístico como qualquer expressão idiomática mais antiga. Enumeremos três, bem conhecidas em Portugal: «há mar e mar, há ir e voltar»; «aquela máquina»; «há uma linha que separa...».
2. Passando à presente atualização, assinalamos que, nas Controvérsias, fica em linha um apontamento de José Mário Costa ainda a propósito da querela da grafia de «bom senso» (sem hífen)/«bom-senso» (com hífen), na sequência da publicação, por parte do Pórtico da Língua Portuguesa (sítio recentemente criado no Porto, e que estabeleceu uma parceria com a Academia das Ciências de Lisboa), de um texto, assinado pela sua responsável, em que se propõe o segundo registo, com hífen. E, no consultório, «corremos Ceca e Meca» para traçar as etimologias de palestino e filisteu e identificar a regência de antídoto.
3. No programa Língua de Todos de sexta-feira, 6 de novembro (às 13h15*, na RDP África; com repetição no dia seguinte, 7 de novembro, depois do noticiário das 9h00*), fala-se de algumas particularidades do português – por exemplo, diz-se «página trinta e um», ou «página trinta e uma»? O Páginas de Português de domingo, 8 de novembro (às 17h00*, na Antena 2), entrevista o escritor angolano José Eduardo Agualusa.
* Hora oficial de Portugal continental.