1. No consultório, a atualização deste dia foca a mudança de palavras e expressões no passado e no presente:
– Como é que, do ponto de vista semântico, a palavra cumprimento pôde passar a ocorrer como fórmula de despedida – «cumprimentos» – no discurso mais formal, sobretudo em mensagens escritas?
– Porque terá Camilo Castelo Branco (1825-1890) classificado como galicismo certo uso do verbo comprometer?
– Para referir a reação de embaraço que em nós eventualmente desencadeiam os comportamentos dos outros, estaremos a assistir a um processo de substituição, em que «vergonha reflexa» suplanta a expressão «vergonha alheia»?
2. Quando, a respeito do português, se fala de mudança, também se referem paradoxalmente as permanências que lhe dão identidade. É, pois, de realçar o anúncio do lançamento em 31 de março p. f. de uma nova edição de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, por iniciativa do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. A epopeia quinhentista, obra mítica e ainda simbólica da excelência literária da nossa língua, regressa desta vez sem ilustrações, com um tratamento gráfico e tipográfico inovador que, no entanto, se inspira também nas fontes renascentistas e mantém a grafia do texto impresso pela primeira vez em 1572.
3. Na rubrica Montra de Livros, apresenta-se Estudos de Semântica, obra organizada por Purificação Silvano e António Leal, e publicada pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto com o Centro de Linguístico da Universidade do Porto.
4. No programa de rádio Língua de Todos de sexta-feira, 4 de março (às 13h15* na RDP África; repete no sábado, 5 de março, depois do noticiário das 9h00*), Sandra Duarte Tavares comenta as formas álibi e alibi. O Páginas de Português de domingo, 6 de março (pelas 11h30*, na Antena 2), centra-se na situação do ensino do português na Galiza.
* Hora oficial de Portugal continental.