1. O que são «habilidades motoras»? Não será melhor dizer «capacidades motoras»? Diz-se «estar com aerofagia» ou «ter aerofagia»? E que função sintática exige o verbo vir associado à preposição por? Que diferenças existem entre o verbo fatigar e fadigar? Qual será o melhor termo para traduzir a palavra tester do inglês? Podem-se omitir sempre modificadores do grupo verbal (p. ex. ontem) em frases como «comi o bolo ontem»? A presente atualização do Consultório tem resposta a todas estas perguntas.
2. Na rubrica Diversidades, traduz-se um apontamento do escritor espanhol Juan José Millás publicado no jornal El País, em 5 de novembro de 2021, à volta do verbo abandonar e outros.
3. Na Montra de Livros, apresenta-se a Revista Internacional em Língua Portuguesa (RILP), uma publicação interdisciplinar da Associação das Universidades de Língua Portuguesa, que dedica o seu número 39 (IV série, 2021) ao tema do ensino da língua portuguesa. Este número conta com a edição científica de Alexandre Chicuna e Manuel Célio Conceição e reúne artigos de docentes do ensino superior (Brasil, Estados Unidos, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique e Portugal), que se referem aos processos de ensino-aprendizagem do português língua não materna (PLNM) ou do português língua estrangeira (PLE).
4. Em 10 de novembro celebra-se o Dia Internacional dos Museus e Centros de Ciência, comemorado pelo Centro de Ciência Viva de Braga (CCVBraga) em conjunto com alguns museus bracarenses. O programa inclui um peddy-paper científico com início a 6 de novembro e término a 13 de novembro. Os participantes poderão visitar cinco museus da cidade e responder às questões formuladas por cada uma dessas entidades. São aderentes o Mosteiro de S. Martinho de Tibães, o Museu dos Biscainhos, o Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa, o Centro Interpretativo Memórias da Misericórdia de Braga – Palácio do Raio, as Termas Romanas do Alto da Cividade, a Fonte do Ídolo. Mais informação aqui.
Sobre termos dos campos lexicais do património e da ciência, sugere-se a leitura de alguns artigos e respostas em arquivo: "A expressão património mundial", "Museu de Marinha vs. Museu da Marinha", "O diminutivo de 'museu'", "A origem da palavra museografia", "O neologismo curatorial", "Os centros de visitantes e de visitas", "O surpreendente Museu da Língua Portuguesa", "A ciência e a língua portuguesa", "Língua portuguesa e ciência" e "Internacionalizar a ciência é anglicizá-la?".
Na imagem, o Palácio do Raio (Braga), construção de meados do séc. XVIII, onde se encontra o Cenrtro Interpretativo Memórias da Misericórdia de Braga.
1. Em A Covid-19 na língua, alerta-se para o perigo dos boatos com a entrada de «pandemia da pandemia», uma expressão criada pelo escritor luso-angolano José Eduardo Agualusa (ver crónica publicada no jornal brasileiro O Globo, de 29/02/2020), para referir a "infeção" de preconceitos que as notícias falsas fazem circular no contexto da pandemia em curso. A propósito dos ataques de pânico, fobias e sinais de depressão motivados pela covid-19, nomeadamente nas crianças e adolescentes em Portugal, inclui-se também na referida rubrica o vocábulo pânico, palavra que provém do grego panikós, «relativo a Pã», deus perturbador dos espíritos, e denota um sentimento sufocante de ou ansiedade.
2. No Consultório, algumas questões importantes sobre a língua portuguesa: a hipérbole «toda a vida e mais seis meses»; o verbo achar como transitivo-predicativo; o complemento oblíquo na estrutura «acabar por» + infinitivo; o género do nome terminal; o uso da locução «em certo momento»;
3. Em O Nosso Idioma, aborda-se o verbo desservir, palavra que deriva por prefixação de servir e que, apesar de ter registos bastante antigos, pode parecer recente a muitos falantes da língua portuguesa. É verbo que tem tido utilização recorrente, como assinala a professora Lúcia Vaz Pedro, num apontamento sobre esse verbo.
4. Destaque para a morte prematura da cantora brasileira Marília Mendonça, num acidente de avião no dia cinco de novembro, cuja voz potente e grande popularidade lhe deu o nome de «rainha da sofrência». Este substantivo feminino, apesar de ainda não dicionarizado, surge por derivação sufixal (a partir do tema sofre-, do verbo sofrer + sufixo -ncia) e aplica-se nomeadamente ao tipo de música que exalta o sentimento intenso de quem sofre com uma desilusão amorosa. Este termo ganhou notoriedade no Brasil graças ao cantor baiano Pablo. Não demorou muito para que as músicas feitas pelo artista fossem associadas à "sofrência", surgindo assim um novo género musical no Brasil, que mistura o ritmo do sertanejo, do arrocha e a música brega. Marília Mendonça era também uma das representantes do movimento batizado "feminejo". Com letras sobre desilusões amorosas, superação de relacionamentos abusivos, autoestima feminina e apoio entre mulheres, Marília Mendonça trouxe o termo para o cenário desse estilo musical ainda tão masculino. O termo, que também ainda não se encontra dicionarizado, resulta de um processo irregular de formação, juntando partes de duas palavras: feminino e sertanejo. A esse processo dá-se o nome de amálgama.
1. Em Portugal, voltam a subir os números da pandemia, coincidindo com o avanço do outono no hemisfério norte, com as (nem sempre) mais benignas gripes e constipações. Neste contexto, a vacinação simultânea contra a gripe e a covid-19 passou a ser administrada desde outubro de 2021, por determinação da Direcção-Geral da Saúde, «considerando que esta é decisiva para minimizar o risco de propagação de vírus como o SARS-CoV-2 e o vírus da gripe e para diminuir a ocorrência de doença grave». Dando conta da situação, a expressão «dupla vacinação» é uma das novas entradas na rubrica A covid-19 na língua, na qual se inclui ainda a palavra estagflação, aportuguesamento da criação inglesa stagflation. Este termo denomina um dos efeitos da pandemia na vida financeira e económica, por combinação de inflação alta com o crescimento económico estagnado, associados a elevados níveis de desemprego.
Na imagem, o bosque das faias de S. Lourenço, na Serra da Estrela (fonte; Green Trekker, 05/11/2021).
2. No Consultório, cinco novas questões: o que significa a expressão «mandar papaias»? Qual é a subclasse do advérbio talvez? Usando rosa como adjetivo e em relação à cor, diz-se «as blusas são rosas» ou «as blusas são rosa»? Implantação e implementação são sinónimos? E será que a expressão «numa hora» significa o mesmo que «dentro de uma hora»?
3. Em O Nosso idioma, as atenções concentram-se em dois grandes encontros de âmbito internacional, a Web Summit de 2021, que se realizou em Lisboa, entre 1 e 4 de novembro, e a COP26, ou seja, a 26.ª Conferência do Clima, que decorre de 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia. A cada encontro dedica-se um texto nesta rubrica:
– Um apontamento acompanhado de um breve glossário, da autoria de Jéssica Mendes (ISCTE-IUL), acerca dos exageros da anglicização das profissões, de novo evidenciados pela Web Summit 2021;
– Uma lista de recomendações e comentários sobre termos e conceitos ativados pelas notícias respeitantes à COP26.
4. Na rubrica Diversidades, apresenta-se a tradução de um artigo de opinião do escritor espanhol Javier Marías (El País, 30/10/2021), que tece críticas aos aspetos linguísticos do conflito político e regional em Espanha, onde a (falsa) esquerda, ao promover atitudes de intolerância linguística, acaba por se encontrar com as posições ultradireitistas.
5. Registo, ainda, para duas notícias da atualidade:
♦ A criação de três novas cátedras nos EUA – a Cátedra Três Marias (Universidade de Rutgers New Brunswick), a Cátedra Lídia Jorge (Universidade de Massachussets UMass Amherst) e a Cátedra de Língua e Cultura Portuguesa (Universidades do Utah e Brigham Young). É o que preveem os protocolos assinados em 2 de novembro p. p. entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e quatro universidades norte-americanas.
♦ A eleição de três novos membros para a Academia Brasileira de Letras: a atriz Fernanda Montenegro (n. 1929), para o lugar do diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, falecido em março de 2020; e dos portugueses Guilherme d’Oliveira Martins e Telmo Verdelho, estes como sócios correspondentes, escolhidos para ocuparem, respetivamente, as cadeiras deixadas vagas por Eduardo Lourenço (1923 – 2020) e João Malaca Casteleiro (1936-2020).
6. Temas de três programas que a rádio pública portuguesa dedica à língua portuguesa:
– O ensino do português em Moçambique – em Língua de Todos (RDP África, sexta-feira, 5 de novembro, às 13h20) – e na Guiné-Bissau – em Páginas de Português (Antena 2, domingo, 7 de novembro, às 12h30*).
– Em Palavras Cruzadas (Antena 2, de 8 a 12 de novembro, às 09h50 e às 18h20), entrevista-se o cientista e professor universitário João Caraça, a propósito de conhecimento, linguagem, pessoa culta, elite intelectual e translação.
Mais informação nas Notícias, aqui e aqui.
* Hora oficial de Portugal continental.
1. Depois da pandemia, que ceifou, em Portugal, já perto de 250 mil vidas humanas e mudou a forma como vivemos, como será o futuro? Em A covid-19 na língua regista-se a nova entrada futuro...pós-pandemia, a que se somam cinco outras: cronificação e cronificar, em referência às sequelas crónicas da covid-19; a palavra solidão, relativa às consequências do isolamento social decorrentes do(s) período de confinamento; o nome Tonga, país no Pacífico Sul, que só no fim de outubro de 2021 registou o primeiro caso; e o da Polónia, um dos países europeus com maior incidência de mortos de covid-19 e que teve de reforçar o seu plano de vacinação. Finalmente, a expressão «uma vergonha global», proferida por António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, em considerações sobre os cinco milhões de mortos com covid-19 em todo o mundo, associadas a novo apelo para a «equidade na vacinação» no mundo.
2. A propósito da convocação de eleições antecipadas em Portugal, por o parlamento não ter aprovado o Orçamento Geral do Estado para 2022, pode ler-se, em O Nosso Idioma, um apontamento da professora Carla Marques, que esclarece a origem da palavra orçamento a partir do verbo orçar, que remonta à linguagem náutica em italiano. Na mesma rubrica, transcrevem-se ainda, com a devida vénia, dois textos publicados na comunicação social portuguesa: um artigo de opinião da linguista Margarita Correia, que compara as políticas linguísticas da Catalunha com as da CPLP (Diário de Notícias, 01/11/2021); e a crónica da autoria do jornalista Vítor Bandarra, publicada na revista dominical do Correio da Manhã, de 31/10/202, sobre uma expressão muito na moda no discurso político em Portugal: «Eu diria que...».
3. Poder-se-á afirmar que certas construções que têm baixa ocorrência na língua do povo, como, por exemplo, a mesóclise, continuam a fazer parte da língua materna desse mesmo povo? No Consultório, reflete-se sobre esse assunto considerando-se que mesmo as construções pouco frequentes integram a língua materna de um falante. Analisa-se também a oração «como quiseres», uma subordinada substantiva relativa. Avaliam-se igualmente os diferentes significados atribuídos ao adjetivo simbólico e as expressões sinónimas de «havendo ocasião». Além disso, explicam-se os diferentes significados das expressões «cortar ao meio», «cortar no meio» e «cortar pela metade». A etimologia das palavras é igualmente objeto de resposta, nomeadamente, a palavra reino, um caso de mudança irregular, e as formas alagoa e alagar, variantes populares de, respetivamente, lagoa e lagar.
4. Depois de uma edição virtual em 2020 por causa da pandemia, a Web Summit, que decorre em Lisboa de 1 a 4 de novembro, regressa em 2021 ao formato presencial. Este evento, dos mais importantes eventos mundiais de tecnologia, empreendedorismo e inovação, atrai uma lista diversificada de oradores mundiais. Embora mais conhecido pela vertente tecnológica, este fórum internacional aborda outras temáticas – do marketing e dos media à sociedade e aos tempos atuais, passando pelo desenvolvimento de negócios.
À volta deste acontecimento, que tem lugar em Lisboa desde 2016, sugere-se a leitura dos comentários – muitas vezes associados a críticas aos excessos da anglofonia e da anglicização – que Ciberdúvidas lhe tem dedicado ao longo anos: "Web Summit, start-up e feature: como usar em português?" (2016), "No Dia da Mobilidade, palavras de maior trânsito nos usos do português, o regionalismo prosmeiro e os anglicismos Web Summit e start-up" (2016), "10 novas respostas no consultório do Ciberdúvidas, a Web Summit 2017 e (um)a Urban Beach à beira-Tejo" (2017), "Uma Web Summit que angliciza Lisboa" (2018), "A evolução de plafom, o cinema no Cuidado com a Língua!, a invasão linguística da Web Summit e os alertas de Jorge de Sena" (2019) e "Um ano de palavras da pandemia, «que será dele?», cyberbullying, o falecimento de Eduardo Lourenço e o centenário de Clarice Lispector" (2020).
5. Registo de várias iniciativas a decorrer no mês de novembro de 2021, no âmbito dos estudos linguísticos em e sobre língua portuguesa:
– A 3.ª edição das Jornadas dos Dicionários, promovida em 12 de novembro pelo Centro de Linguística da U. Nova de Lisboa e que, em 2021, põe em contacto profissionais das áreas da lexicologia e da lexicografia com especialistas de áreas de conhecimento específicas.para discutir a lexicografia e a dicionarística de especialidade.
– O Texto Oral e a Sala de Aula é o tema da nova edição das Jornadas de Ensino e Aprendizagem de Língua Portuguesa (JEALP), que reúne linguistas brasileiros e portugueses, ao longo de sessões agendadas de 17 de novembro a 2 de dezembro p. f.
– Nos dias 19 e 26 de novembro, sexta-feira, o II Encontro de Fonologia PHONOSHUTTLE OPO-LIS – Ponte aérea de Fonologia, realizado para partilha e discussão entre linguistas da área da Fonologia (encontro realizado à distância, através da plataforma Zoom).
6. Um destaque final para a exposição Aristides de Sousa Mendes: o Exílio pela Vida, patente na Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa, até 15 de dezembro p. f.
Cf. Aristides de Sousa Mendes «mudou a História e colocou Portugal no mundo»
1. A partir de domingo, dia 31 de outubro, até 12 de novembro, tem lugar, em Glasgow, a Conferência das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, conhecida como COP26. Este termo formou-se a partir da combinação de elementos de 26th Conference of the Parties, a designação em inglês do encontro (em português). A importância desta reunião é decisiva numa altura em que os problemas climáticos são evidentes e exigem uma ação conjunta das forças políticas, sociais e económicas. Um dos aspetos cruciais do evento passa pelo anúncio, por parte de diferentes países, das regras que implementarão para, finalmente, cumprir o Acordo de Paris. No âmbito ainda das questões climáticas, destaque ainda para o Prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de 1 milhão de euros, que foi atribuído ao Global Covenant of Mayors for Climate & Energy – GCoM, uma aliança global para a liderança climática das cidades, constituída por mais de 10 600 cidades e governos locais de 140 países, incluindo Portugal.
A realização da 26.ª Conferência do Clima das Nações Unidas convida a uma (re)leitura de alguns textos disponíveis no arquivo do Ciberdúvidas. Entre eles, destacamos Climático vs.climatérico, Etimologia de meio ambiente, Poluição dif. de contaminação, Poluente, nome e adjetivo e Despoluição. Outros termos e expressões relacionados com este acontecimento planetário: descarbonização; desertificação # desflorestação # salanização # savanização; ecocídio; Greennwahing (i.e., «impostura ambiental»); Green New Deal (Pacto Ecológico Europeu, em português); IPCC (sigla do inglês Intergovernamental Panel on Climate Change, em português Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas); littering («detritos» ambientais); rio atmosférico; e resíduo zero. [Sobre esta temática, cf. a recomendação para o espanhol da Fundéu RAE: Crisis climática, claves para una buena redacción + Glossário do clima para entender a COP26]
.]
2. As perguntas de natureza ortográfica assumem relevo nesta atualização do Consultório. Neste domínio, indica-se qual a grafia correta do termo «nó de pinho» e esclarece-se que os nomes de moedas não têm de ser grafados em itálico. Uma questão ainda da mesma natureza pretende saber se o nome Mercado da Ribeira se escreve com maiúsculas iniciais. No plano da análise sintática, regressamos ao tema da colocação do clítico com orações completivas infinitas e à análise de uma frase que inclui um constituinte com a função de predicativo do complemento indireto, elucidando ainda sobre a colocação de vírgula com constituintes topicalizados. Por fim, explora-se a diferença entre o uso de nomes comuns com e sem artigo definido.
3. Em O Afeganistão de A a Z, registamos três novas entradas, que descrevem também a evolução da situação no âmbito dos direitos humanos: AIHRC, Pelo regresso às escolas das meninas afegãs e Shaharzad Akbar.
4. O eufemismo é, por vezes, apresentado como antónimo da hipérbole. Contudo, como defende o professor brasileiro Chico Viana, tal interpretação não é correta porque «a hipérbole diz respeito ao "pathos" (paixão), enquanto que o eufemismo está ligado ao ethos (caráter)». Este é o tema desenvolvido na crónica do autor, intitulada «O oposto da hipérbole», aqui transcrita com a devida vénia.
5. No dia 1 de novembro, os católicos celebram o Dia de Todos os Santos, uma festividade religiosa em honra dos santos e mártires, que se associa a outras manifestações, como o tradicional pão-por-deus. Neste dia, existe a tradição (em Portugal e noutros locais do planeta) de as crianças saírem à rua, em pequenos grupos, para pedirem «pão-por-deus». É tradição também oferecer-lhes pão, broas, frutos ou castanhas. Este peditório estará relacionado com o hábito muito antigo de repartir pão com os pobres no dia dos defuntos. Trata-se, no entanto, de uma manifestação que vai perdendo terreno em Portugal face ao festejo de 31 de outubro, dia em que se celebra o Dia das Bruxas. Esta é uma contaminação oriunda do mundo anglófono, onde o evento se designa Halloween, que se vai espalhando um pouco por todo o lado, num fenómeno global de aculturação*. Este dia convida também à leitura de alguns textos divulgados no Ciberdúvidas: «A propósito do «Dia das Bruxas», sim ou não?», «Dias das Bruxas ou dia sagrado?» ou «Todos-os-Santos vs. «Todos os Santos»
6. O escritor cabo-verdiano Germano de Almeida, Prémio Camões em 2018, é o homenageado da 14.ª edição do Festival Literário Escritaria, que decorre em Penafiel entre 24 e 31 de outubro. Neste festival, o escritor apresentará ainda o seu novo romance intitulado A Confissão e a Culpa, que constitui o terceiro volume da Trilogia do Mindelo. A título de curiosidade linguística, refira-se que o autor afirmou não gostar do termo lusofonia, sendo, na sua ótica, preferível o temo lusografia.
7. Nos programas produzidos pela Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para a rádio pública portuguesa, destacamos em Língua de Todos, da RDP África a presença da linguista moçambicana Inês Machungo, que abordará o tema dos neologismos no português moçambicano (sexta-feira, 29 de outubro, às 13h20*, com repetição no dia seguinte, pouco depois das 09h00*). O programa Páginas de Português, da Antena 2 convida a professora Ana Martinho, que virá falar sobre escritora moçambicana Paulina Chiziane, recentemente galardoada com o Prémio Camões 2021. Neste programa passa ainda a crónica da professora Carla Marques dedicada aos termos orçar e orçamento, relacionados com a crise política que se vive em Portugal (domingo, 31 de outubro, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte, 6 de novembro, às 15h30*).
8. Registo ainda para o programa Palavras Cruzadas, no qual Dalila Carvalho tratará a linguagem do mundo automóvel (de 1 a 5 de novembro, na Antena 2, às 9h50 e 18h20*).
9. Com o feriado de 1 de novembro em Portugal, a nova atualização do Ciberdúvidas será na quarta-feira, dia 3 de novembro.
* Hora oficial de Portugal continental
1. A data de 27 de outubro marca o Dia Mundial do Património Audiovisual sob o lema «Sua Janela para o Mundo». Neste dia a UNESCO destaca o papel cada vez mais relevante do tipo de espólio para promover intercâmbio global e homenageia os funcionários nos campos da preservação audiovisual e instituições protegendo o património. A data promove ainda o «fluxo livre de ideias por palavras e imagem como uma representação da herança e da memória compartilhada», destacando o papel do património na consolidação da paz. Entre as comemorações virtuais estão projeções de filmes que assinalam esta comemoração promovida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, UNESCO e pelo Conselho Coordenador das Associações de Arquivos Audiovisuais, CCAAA.
Sobre os temas do audiovisual e do património, sugere-se a leitura de "Audiovisual", "Os filmes são coisas filmadas", "Legendagem de filmes", "A 'sétima arte' no cenário da Cinemateca de Lisboa", "As línguas da ficção audiovisual" e "A expressão 'património mundial'". Na imagem principal, o cartaz comemorativo com que o Instituto Politécnico da Guarda assinala a data.
2. Sabe o que significa garrular? Que variantes desse verbo estão contempladas nos dicionários? E será que se deve escrever o nome dos dias das efemérides com letra maiúscula? O Consultório tem as respostas, bem como outras que contemplam temas como a sintaxe, relativamente à análise da expressão «jogar à bola»; a morfologia do nome interesse, a estrutura da locução prepositiva «perto de» e o uso de preposições com o verbo regurgitar. Comenta-se ainda a legitimidade linguística da expressão «comprovativo de recebimento».
3. Na rubrica do Ensino, transcreve-se, com a devida vénia, o artigo de opinião "O ensino sob o signo do absurdo e da assobiadela para o lado", da autoria professora de Português Maria do Carmo Vieira, saído na edição de 23 de outubro de 2021 do jornal Público. Neste artigo, focando situação particular em Portugal, a autora considera incompreensível que, sendo a escola inclusiva, o número de alunos por turma não constitua uma preocupação pedagógica. Além disso, salienta o papel primordial da escola pública, no sentido de garantir boas condições e qualidade de ensino para todos, o que sem investimento financeiro e professores motivados não acontecerá.
4. Em O Nosso Idioma, apresentam-se os significados da palavra apneia,num apontamento escrito pela consultora do Ciberdúvidas Lúcia Vaz Pedro – «Está na moda praticar apneia!» –, que dá conta da evolução semântica da palavra, que, para além do sentido original relacionado com a medicina («paragem transitória da respiração»), denomina, atualmente, uma modalidade aquática. Na mesma rubrica, disponibiliza-se igualmente um artigo publicado na revista brasileira Gama no dia 20 de outubro de 2021, "Neofobias: qual é o nome do seu novo medo?". Nele, o autor, o diretor artístico e Marcello Dantas, lista uma série de fobias raras e incomuns que são um aspecto importante para a compreensão da nossa era e da nossa saúde mental.
5. Nos programas produzidos pela Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para a rádio pública portuguesa são temas principais:
♦ Os neologismos do português moçambicano são explicados e comentados pela linguista Inês Machungo (Universidade Eduardo Mondlane), em Língua de Todos, transmitido pela RDP África, na sexta-feira, 29 de outubro, às 13h20* (e repetido no dia seguinte, pouco depois das 09h00*).
♦ A respeito da escritora moçambicana Paulina Chiziane, recentemente galardoada com o Prémio Camões 2021, entrevista-se a professora Ana Martinho, no Páginas de Português, que vai para o ar na Antena 2, no domingo, 31 de outubro, às 12h30* (repetição no sábado seguinte, 6 de novembro, às 15h30).
* Hora oficial de Portugal continental.
1. A ideia de trajetória ou de percurso delimitados associa-se à sequência das preposições desde até no mesmo enunciado: «Conduziu desde Tomar até Lisboa». Mas estará incorreta a ocorrência da conjunção coordenativa copulativa e com a preposição até: «conduziu de Tomar e até Lisboa»? A resposta encontra-se no Consultório, em cuja atualização também se aborda o género de PayPal. Além disso, distinguem-se os diferentes tipos de coesão (lexical, referencial, interfrásica, temporal e frásica), enumeram-se os atos ilocutórios declarativos e comenta-se a concordância verbal entre sujeito e predicado na frase "onde ficam os bombeiros?". Analisa-se ainda o caso particular do adjetivo melhor, grau comparativo de superioridade do adjetivo bom e do advérbio bem.
2. No Pelourinho, volta a chamar-se a atenção para a expressão "à séria", um uso desleixado, próprio da linguagem informal, infelizmente recorrente na imprensa portuguesa, em lugar de «a sério», que é a locução adverbial correta e devidamente dicionarizada. Desta vez, foi numa notícia publicada no Expresso, no dia 23 de outubro, a propósito de o ator Alec Baldwin ter matado uma pessoa da equipa de filmagens de um western em que ele também é o produtor.
3. Em O Nosso Idioma, Lúcia Vaz Pedro dá conta da função e do valor dos adjetivos qualificativos, neológicos uns, outros raros e caídos em desuso, mas que revelam a riqueza vocabular da língua portuguesa. Na mesma rubrica, transcrevem-se, com a devida vénia, dois textos da edição do jornal Público de 23 de outubro de 2021:
♦ "As palavras que empobrecem a nossa cabeça" artigo de opinião que o historiador e político José Pacheco Pereira assinou para dar conta de quatro palavras que, pela sua distorção e perda de sentido, fazem estragos na política em Portugal: liberdade, socialismo, bloco central, clarificação;
♦ "Em inglês é mais snobe", de José Manuel Barata-Feyo, que parte da banalização do erro gramatical para um comentário sobre a profusão pretensiosa de anglicismos nos media portugueses em geral e, em particular, no jornal no qual ele é o atual provedor dos leitores.
4. Recorde-se que, no Palavras Cruzadas, de Dalila Carvalho, o ambiente e o clima são temas de análise nesta semana. Este programa vai para o ar na Antena 2 de segunda a sexta (de 25 a 29 de outubro, às 09h50 e às 18h20*).
5. Assinala-se na presente data o Dia Mundial da Ópera, coincidindo com os aniversários de Georges Bizet (1838-1875) e de Johann Strauss II (1825-1899), compositores de algumas das mais conhecidas óperas e operetas. Esta comemoração foi instituída em 2019 por iniciativa da Opera América, Ópera Latino-América e Ópera Europa. Em Portugal, é ocasião para um diagnóstico da arte operática, que tem atravessado uma profunda crise, de acordo com o balanço preocupante da cantora lírica, produtora e diretora artística Catarina Molder, que, no jornal Público, sublinha: «Não tem havido uma estratégia de serviço público exigida pela tutela na gestão do único teatro de ópera português – o Teatro Nacional de São Carlos – que devia ter responsabilidades acrescidas e teima em ser impermeável ao meio e produção cultural portugueses, ao público de hoje, aos criadores de hoje e à ópera dos nossos dias.»
Sobre a ópera e à volta do seu contexto cultural, recordamos, entre outros, os seguintes textos disponíveis no aquivo do Ciberdúvidas: A evolução da palavra latina opera para português, Prima-dona, «Um meio-soprano», ou «uma meio-soprano»? Bartoli esdrúxula, Aïda, A origem do nome Aida", «As expressões da ópera D. Quixote, de António José da Silva», Cultura popular e cultura erudita e O crioulo ca, bo-verdiano em ópera". Na imagem, a fachada do único teatro de ópera em Portugal, o Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa. Fica também um registo da ária "Près des remparts de Séville" da Carmen de Bizet, interpretada pela meio-soprano espanhola Teresa Berganza, a contracenar com Plácido Domingo, na produção que a Opéra National de Paris levou a cabo em maio de 1980.
1. O norte de Portugal orgulha-se das suas tradições, entre elas, as de um certo acinte e pitoresco de linguagem cuja exibição escandaliza (ou escandalizava) os ouvidos mais delicados dos nados e criados na capital lisboeta. Na Montra de Livros, o jornalista José Mário Costa apresenta o Dicionário de Calão do Norte, de João Carlos Brito, um trabalho que se faz anunciar como uma recolha do «português mais português de Portugal».
Na imagem principal, o santuário de Santa Luzia, em Viana do Castelo (foto: Tereza Cidade, Marcos Santos e Amazonas e Mais)
2. No Consultório, cinco novas respostas integram a nova atualização, sujeitas aos seguintes tópicos: a locução «de coração»; a sintaxe da locução «dar-se conta de» e dos verbos depender, aprender e designar; e tipos de antropónimos (nome próprio, apelido, alcunha, patronímico, etc.).
3.Vivemos tempos de revisão de toda a história da colonização europeia, sendo agora frequente fazerem-se apreciações negativas das memórias imperiais, entre elas, as do domínio ultramarino português. Mas subsistem traços de um convívio cultural que encontrou formas saborosas de apelo aos sentidos, como aponta o jornalista Leonídio Paulo Ferreira num texto que se transcreve, com a devida vénia, na rubrica Diversidades e que evidencia o impacto português na doçaria da Índia e do Japão (artigo do Diário de Notícias, 21 de outubro de 2021).
4. A escritora moçambicana Paulina Chiziane (n. 1955, Manjacaze, Gaza) foi a vencedora do Prémio Camões de 2021. Como fez questão de frisar o Ministério da Cultura português em nota à comunicação social, foi por unanimidade que o júri escolheu o nome da primeira mulher a publicar um romance no seu país , destacando «a importância que [a autora] dedica nos seus livros aos problemas da mulher moçambicana e africana» e «o seu trabalho recente de aproximação aos jovens, nomeadamente na construção de pontes entre a literatura e outras artes». As Notícias dão conta do acontecimento, salientando as declarações que esta contadora de histórias moçambicana deixou registadas num vídeo difundido pela Euronews (21 de outubro de 2021): «Eu vim do chão! Portanto, [este prémio é] um reconhecimento para alguém que veio de lugar nenhum, sem dúvida, é um motivo de inspiração para uma outra geração.»
5. "A palavra do ano em Portugal" é uma iniciativa que a Porto Editora leva a cabo habitualmente nos meses finais de cada ano, pelo tratamento de dados recolhidos nos meios de comunicação social, nas redes sociais e no registo de consultas em linha e pela rede móvel dos dicionários desta empresa. Além disso, a Porto Editora tem também em consideração as sugestões dos Portugueses, que podem comunicá-las através de uma página para o efeito, que se disponibiliza aqui.
6. Temas dos três programas emitidos pela rádio pública portuguesa e dedicados à língua portuguesa:
♦ O pleonasmo e o neologismo, em Língua de Todos (RDP África, sexta-feira, 22/10/2021, 13h20*).
♦ O Congresso Internacional Fernando Pessoa, realizado na Fundação Calouste Gulbenkian em 13 a 15 de outubro de 2021, no Páginas de Português, (Antena 2, domingo, 24/10/2021, 12h30*), emissão que inclui ainda uma pontamento sobre o centenário da revista Seara Nova e a crónica de Edleise Mendes sobre o estatuto do português no espaço da lusofonia.
♦ No Palavras Cruzadas, de Dalila Carvalho, estão em discussão o ambiente e o clima. Via Antena 2 de segunda a sexta (de 25 a 29 de outubro, às 09h50 e às 18h20*).
*Hora oficial de Portugal continental.
1. A nova entrada em A covid-19 na língua tem uma configuração menos vulgar: molnupiravir. Assim se chama o medicamento, que, a confirmarem-se as expectativas, se tornaria o primeiro tratamento antiviral oral contra o vírus SARS-CoV-2. Trata-se de um produto da empresa farmacêutica norte-americana Merck, que foi buscar a sua denominação ao onomástico da mitologia nórdica – em Mjölnir, o martelo de Thor, deus do trovão, de modo a sugerir o efeito esmagador do medicamento sobre o coronavírus. Segundo os primeiros estudos anunciados, o medicamento é ministrado logo após a infeção, mas não substitui a vacinação.
Na imagem, O combate de Thor contra os Gigantes, quadro de 1872 do pintor sueco Mårten Eskil Winge (1825-1896).
2. A pandemia lança desafios, e nem todos os países «têm facilidade em enfrentá-los» – ou «têm facilidade em os enfrentar»? Este é mais um exemplo dos caprichos da colocação dos pronomes átonos na frase, tópico que é abordado na presente atualização do Consultório. Incluem-se igualmente outros pedidos de esclarecimento: porque não se deve usar «pelo o», mas, sim, «pelo» em «CR viajou pelo Brasil»? Como identificar o predicativo do sujeito em «ela está doente com gripe»? Diz-se «ele acarretou as culpas» ou «ele acarretou com as culpas»? O futuro do indicativo tem algum valor de incerteza? No português de Portugal, como se pronuncia o e do verbo arrestar?
3. «Ter macacos no sótão», ou seja, «ter medos infundados», é expressão recorrente, por exemplo, como chamada à realidade dirigida muito em especial a crianças receosas. Na rubrica Montra de Livros, apresenta-se o livro Onde Moram os Teus Macaquinhos?, livro de Ana Markl, cuja escrita menos convencional desmistifica o sentido de várias expressões idiomáticas para entretenimento e tranquilidade dos jovens leitores.
4. De expressões idiomáticas e metáforas fala também a professora Carla Marques num apontamento intitulado "Cortar" e disponível em O Nosso idioma. Esta rubrica inclui ainda outro novo texto, da autoria de Carlos Rocha, a propósito de três nomes geográficos e de aspetos das suas histórias: Portugal, Canadá e Califórnia.
5. O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa faz 25 anos, aniversário que é também pretexto para recordar o que era a Internet em 1996. Mais informação nas Notícias.
6. Registo dos programas de rádio produzidos pela Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa para a rádio pública portuguesa:
♦ O pleonasmo e o neologismo dão tema para a participação da professora Sandra Duarte Tavares em Língua de Todos, emitido na RDP África, na sexta-feira, 22 de outubro de 2021, pelas 13h20* (com repetição no dia seguinte, depois do noticiário das 09h00*).
♦ No contexto do Congresso Internacional Fernando Pessoa, realizado na Fundação Calouste Gulbenkian em 13 a 15 de outubro de 2021, convida-se o filósofo italiano António Cardiello (Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa) para falar da sua comunicação acerca dos textos pessoanos alusivos à língua portuguesa no Páginas de Português, transmitido na Antena 2, no domingo, 24 de outubro de 2021, pelas 12h30* (com repetição no sábado seguinte, 29 de outubro, às 15h30*). Ainda no mesmo programa, intervém o professor António Sampaio da Nóvoa para assinalar o centenário da Seara Nova, destacar a marca indelével desta revista na vida cultural e política do século XX português e sublinhar o papel de António Sérgio (1883-1969). Finalmente, a crónica da professora Edleise Mendes sobre o estatuto do português no espaço da lusofonia: língua materna, segunda língua ou língua estrangeira?
1. Em A covid-19 na língua existe uma nova entrada: descovidificação, que se refere ao tratamento – ou seja, à análise e à modelação por meio de tecnologia avançada – dos dados disponíveis sobre e para a vacinação contra a covid-19 em Portugal. É um termo alusivo a outro, descodificação, e esporadicamente usado em português. Dê-se como exemplo o título "Os dados ao serviço da 'descovidifcação' de Portugal", um artigo da autoria de Pedro Saraiva, diretor da escola de Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa, e incluído há meses no jornal Público de 6 de janeiro de 2021. Não é claro tratar-se de criação exclusivamente portuguesa, pois uma consulta do Google faculta contextos de ocorrência do verbo inglês to decovidify («descovidificar») – como é o caso do jornal eletrónico irlandês The Journal, em 30 de abril de 2020 –, podendo aqui encontrar-se a motivação dos neologismos descovidifcar e descovidificação, que são possíveis e estão corretos. Na mesma rubrica, outra entrada: «(novos) hábitos alimentares».
2. No Consultório, explica-se por que motivo se deve dizer «Ordem dos advogados» e não «ordem de advogados». Analisa-se a presença do complemento indireto na frase «apresentou-me à Maria», através de exercícios de substituição. Relativamente à palavra contemporaneidade, explica-se o processo de formação (contemporâneo + -idade). Além disso, analisa-se uma frase em que o adjetivo apresenta um valor não restritivo. O uso e a origem de Algueirão (Sintra) são também esclarecidos. Esclarece-se ainda a eventual omissão do artigo definido com África em expressões como «vento de África» (sem qualquer artigo) ou «vão para a África» (com artigo definido). Por último, responde-se a uma dúvida acerca da utilização do futuro do conjuntivo (subjuntivo) do verbo dizer (disser), que não deve ser confundida com dizer, que é a forma de infinitivo do verbo em apreço.
3. Na rubrica Montra de Livros, apresenta-se o Manual de Técnicas de Expressão e Comunicação (Universidade Aberta), uma publicação da autoria do professor e investigador Paulo Nunes da Silva. Apesar de o público-alvo serem os estudantes da licenciatura em Línguas Aplicadas (LLA), poderá interessar a professores, jovens investigadores, alunos em geral e a todos aqueles que têm a escrita como ferramenta de comunicação.
4. Sobre o Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza, assinalado em 17 de outubro, lembramos o termo aporofobia, que significa «ódio a pessoas pobres ou desfavorecidas». Foi criado pela filósofa espanhola Adela Cortina (Universidade de Valência), nos anos 90 do século passado, a partir dos elementos de origem grega áporos, «sem recursos, pobre», e fobia, «medo, aversão, ódio». Atualmente ocorre também em textos em português, como é o caso da crónica «O aporófobo» do jornalista português João Almeida Moreira (in Diário de Notícias de 6/05/2021).
5. Em Portugal a incerteza quanto a haver ou não acordo escrito entre o Governo de António Costa e o Bloco de Esquerda para a viabilização do Orçamento de Estado trouxe de novo ao espaço mediático a errónea pronúncia do plural acordos. Vale pois a pena lembrar que sua prolação é exatamente a do singular: /acôrdo(s)/
6. Um registo final, cabo-verdiano¹, a propósito da eleição do novo Presidente do país, José Maria Neves, e do lançamento, em Portugal, do livro Manifesto A Crioulização, da autoria do músico, compositor, escritor e ex-ministro da Cultura Mário Lúcio Sousa. E um outro, luso-francês, relacionado com a homenagem ao cônsul de Portugal em Bordéus durante a ocupação nazi de França, Aristides de Sousa Mendes (1885 – 1954) , cujos restos mortais são trasladados para o Panteão Nacional², em Lisboa, na terça-feira, dia 19 de outubro de 2021.
¹ Cf. Cabo-verdiano + O bilinguismo em Cabo Verde e o ensino da expressão escrita + Oficializar a língua cabo-verdiana?
² Cf. Papa Francisco evoca Aristides de Sousa Mendes no "Dia da Consciência" + Aristides de Sousa Mendes: desobedecer para salvar + Aristides: “A história foi ontem”, mas resgatá-la está a ser difícil em Cabanas de Viriato + Livro desvenda a “A Lista de Aristides de Sousa Mendes” + Cuidado com a Língua!... no Panteão Nacional, em Lisboa
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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