A propósito da praga de “prontos”, que prolifera no discurso televisivo em Portugal, e da responsabilidade muitas das vezes de quem tem obrigações exactamente em sentido inverso, o autor da resposta, A. Tavares Louro, recorreu muito apropriadamente ao termo psitacismo. Nem de propósito, com tantas frases, e situações, sem sentido que se vêem, lêem e ouvem por aí, nestes fatídicos dias que correm…
Saber gramática é imprescindível para se falar e escrever correctamente? As conjunções ligam frases entre si ou orações e elementos duma oração? Deve dizer-se Alcorão ou simplesmente Coro? A língua portuguesa só tem mesmo cinco vogais como se ensina por aí? E também é verdade, como vem nalgumas gramáticas, que o z de avozinha é um infixo? E está mesmo certo dar como «erros comuns na formação do feminino» os exemplos de governanta ou de giganta?
Destes e de muitos (demasiados…) outros erros de língua portuguesa que se ensinam em dicionários, gramáticas e manuais escolares constou a minuciosa palestra de um dos nossos mais antigos e prestigiados colaboradores, o Prof. José Neves Henriques, no âmbito do Ciclo Língua Portuguesa da Sociedade da Língua Portuguesa. O texto ficou em linha no Ciberdúvidas, na rubrica O Português na 1.ª Pessoa.
Como habitualmente, Ciberdúvidas interrompe as suas actualizações diárias no período do Carnaval. Voltaremos a partir do próximo dia 1 de Março.
E entre 40 novas respostas e informações variadas sobre esta nossa «língua de oito pátrias», fica desde esta data em linha um pequeno poema sobre a Língua Portuguesa de um poeta contemporâneo brasileiro, Olavo Rubens, gentilmente cedido pela revista Storm, que irá enriquecer a nossa Antologia.
Uma estudante brasileira de Comunicação Social colocou uma questão ao Ciberdúvidas que remete para a problemática da língua como elemento estruturante de identidades nacionais. «Enxergá-la como identidade nacional parece-me evidente», escreve a consulente Raquel Valadares de Campos, acrescentando: «O estudo sociolingüístico abriu meus olhos quanto aos preconceitos ligados a ela.»
A relevância do nosso idioma comum para a constituição da nação brasileira – e, nos tempos que correm, na afirmação da identidade nacional dos novos Estados africanos lusófonos – não pode deixar de ser motivo de orgulho para os portugueses. Tanto quanto o direito à diferença na língua portuguesa, que o Ciberdúvidas assume plenamente adoptando as duas ortografias oficiais do português.
Realizou-se na segunda-feira, dia 2, a cerimónia da entrega do Prémio Crónica João Carreira Bom/SLP 2003 ao ensaísta e professor universitário português Eduardo Prado Coelho. Usaram da palavra a presidente da Sociedade da Língua Portuguesa, Elsa Rodrigues dos Santos, a viúva de João Carreira Bom, Maria José Mauperrin, o presidente do Júri, escritor Urbano Tavares Rodrigues, o presidente da Vodafone, António Carrapatoso, e, finalmente, o galardoado.
A presidente da Sociedade da Língua Portuguesa realçou o facto de este prémio ser uma homenagem a João Carreira Bom, que prestigiou a Língua Portuguesa com as suas brilhantes crónicas na imprensa portuguesa e, depois, como o principal impulsionador deste sítio na Internet inteiramente dedicado à causa do nosso idioma comum.
Urbano Tavares Rodrigues traçou o perfil cultural de Eduardo Prado Coelho, com uma obra representativa no ensaísmo literário, como Os Universos da Crítica, a sua tese de doutoramento. Destacou, igualmente, a sensibilidade das crónicas diárias de Eduardo Prado Coelho no “Público”. Crónicas que abrangem um vasto leque de temas – desde o pequeno comentário do quotidiano, à análise de um filme, sobre uma peça de teatro, uma obra de um filósofo, à volta de um político ou de um sociólogo –, numa escrita eivada de inteligente ironia.
O presidente da Vodafone fez uma intervenção, que amavelmente cedeu ao Ciberdúvidas, podendo os nossos consulentes lê-la na íntegra na rubrica O Português na 1.ª Pessoa. Seja-nos contudo permitido enaltecer a importância conferida à Língua Portuguesa por António Carrapatoso, na sua qualidade de responsável máximo de uma multinacional de comunicações móveis em Portugal, na consolidação da identidade nacional.
P.S. – A cabeleira da língua é um texto escrito especialmente para o Ciberdúvidas pelo poeta e escritor moçambicano Luís Carlos Patraquim. Fica em linha na Antologia – tal como os demais autores de língua portuguesa de todos os tempos escrevendo sobre o nosso idioma comum, numa recolha como nunca antes, julgamos, fora alcançada no género.
Faz nesta data dois anos que faleceu um dos cofundadores do Ciberdúvidas e seu principal impulsionador, o saudoso jornalista João Carreira Bom. A melhor homenagem que poderemos prestar em sua memória é continuar a construir dia a dia este sítio na Internet, verdadeiro serviço público sobre a língua portuguesa no espaço das culturas que se exprimem no nosso idioma.
Outra homenagem à sua memória foi a criação do Prémio Crónica João Carreira Bom. A Sociedade da Língua Portuguesa, com o patrocínio exclusivo da Vodafone e a participação do Ciberdúvidas, instituiu este galardão que, para o ano de 2003, foi atribuído ao ensaísta e professor universitário Eduardo Prado Coelho.
A cerimónia de entrega do prémio terá lugar nesta segunda-feira, dia 2 de Fevereiro, no auditório da sede da Vodafone em Lisboa, no Parque das Nações, pelas 18h30.
P.S. – Como espaço também de informação e debate sobre tudo à volta desta nossa «língua de oito pátrias», como lhe chamou João Carreira Bom numa frase que consta de um dos frontispícios do Ciberdúvidas, desde que foi criado há sete anos, remetemos quem nos consulta para a carta aberta da professora Maria do Carmo Vieira, sobre o ensino do português em Portugal.
Nos sete anos que leva de existência, Ciberdúvidas atingiu esta semana o patamar das treze mil perguntas respondidas a quantos nos acedem para saber mais sobre esta nossa «língua de oito pátrias». Deverá dizer-se «o testemunho dos agentes A e B» ou «os testemunhos dos agentes A e B»?
Com esta resposta número 13 mil, ficam assim em linha, desde esta data, ao todo, entre as demais nove rubricas do Ciberdúvidas, quase 16 mil textos – da Antologia às Controvérsias e ao Pelourinho, do Correio ao Português na 1.ª Pessoa e às Diversidades.
Ciberdúvidas da Língua Portuguesa perfaz nesta data sete anos de existência. Dedicado à língua portuguesa, sob a iniciativa do jornalista José Mário Costa e graças à acção mecenática de um outro seu co-fundador, o saudoso também jornalista João Carreira Bom, entrou pela primeira vez na rede no dia 15 de Janeiro de 1997.
Sete anos decorridos, encontram-se já em linha, permanentemente, cerca de 16 mil questões, entre respostas directas, controvérsias múltiplas, artigos e textos literários variadíssimos e disponíveis a qualquer consulente, em qualquer parte do mundo e à velocidade da instantaneidade da Internet.
Este é um verdadeiro serviço público da Língua Portuguesa através da Internet, como não há outro nestes moldes, no espaço da lusofonia. Pela informação, esclarecimento e o permanente debate promovidos aqui diariamente. Mas também pela promoção dos valores culturais dos países da CPLP em geral, e no respeito escrupuloso das duas variantes ortográficas oficiais do português, a de Portugal e a do Brasil.
Durante estes sete anos, Ciberdúvidas cruzou os mais diversificados públicos e fronteiras, acolhendo entre os seus colaboradores e especialistas as duas correntes desta nossa «língua de oito pátrias».
Mas quem hoje se responsabiliza pela sua orientação editorial tem também a noção das debilidades e lacunas deste proje(c)to. Por isso, Ciberdúvidas conhecerá três alterações de vulto, esperemos que ainda neste primeiro trimestre de 2004.
Primeiro, no seu aspecto gráfico, totalmente renovado pelo prestigiado “designer” português Henrique Cayatte. Depois, por via de novas áreas de intervenção, como é o caso de um ícone sobre todos os conteúdos referentes à Linguística da Língua Portuguesa, com uma base de dados actualizável de todas as teses de mestrado e de doutoramento feitos em universidades portuguesas e brasileiras sobre esta temática. (É um novo ícone que está a ser preparado e orientado por uma nossa ilustre colaboradora, a linguista e professora universitária Maria Helena Mira Mateus, juntamente com a equipa do Instituto de Linguística Teórica e Computacional, devido ao apoio decisivo da Fundação Calouste Gulbenkian.) A terceira melhoria do Ciberdúvidas – dependente, tão-só, da morosidade de um trabalho dessa monta – tem que ver com a renovação da pesquisa no Ciberdúvidas, cujo arquivo passará a ficar disponível sob categorias temáticas. Portanto, com um acesso muito mais rápido, funcional e eficaz para quem nos consulta regularmente.
Temos orgulho no trabalho que realizámos, de resto várias vezes premiado tanto em Portugal como no Brasil. Um orgulho tanto maior quanto os fins absolutamente não lucrativos do Ciberdúvidas – mas nem por isso menos exigente e rigoroso, como se comprova pela incontroversa competência e generosidade dos nossos consultores e parceiros institucionais.
De todos eles – constantes na nossa primeira página –, permita-se-nos um agradecimento muito especial ao SAPO , ao CIAL, à HP , à Fundação Calouste Gulbenkian, à Fundação Jorge Álvares, ao Instituto de Linguística Teórica e Computacional, à Vodafone e à Universidade Lusófona, em cujas instalações, em Lisboa, funciona o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Foram estes apoios, e só eles, que viabilizaram o regresso do Ciberdúvidas, um ano depois do falecimento de João Carreira Bom.
Um bem-haja a todos!
Depois da interrupção tradicional entre o Natal e o Ano Novo, Ciberdúvidas regressa às suas actualizações diárias – e com uma boa notícia.
Com o objectivo de homenagear o co-fundador deste sítio, a Sociedade da Língua Portuguesa instituiu o Prémio Crónica João Carreira Bom que deverá ser entregue no próximo dia 30 de Janeiro, quando perfizer dois anos do falecimento do principal impulsionador do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
O galardão destina-se a premiar uma personalidade que, durante o ano de 2003, se tenha distinguido na imprensa escrita portuguesa no género crónica, que como se sabe teve um cultor exímio em João Carreira Bom. O valor do prémio é de 5000 € e tem o patrocínio exclusivo da empresa de telecomunicações móveis Vodafone, graças à qual foi possível concretizar esta homenagem a João Carreira Bom, como jornalista que tão bem escreveu – e defendeu – esta nossa «língua de oito pátrias».
Como não podia deixar de ser, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa associou-se a esta iniciativa, através de um protocolo que firmou com a Vodafone e a Sociedade da Língua Portuguesa.
Como é tradição nesta época natalícia e do Ano Novo, interrompemos nesta data a actualização diária do consultório e das demais rubricas do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Regressaremos na primeira segunda-feira de 2004, dia 5 de Janeiro.
A todos os nossos prezados consulentes e consultores, em particular, e aos amigos da Língua Portuguesa, em geral, apresentamos os votos de Boas Festas. E até 2004!
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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