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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Recordamos que, no próximo dia 23 deste mês, é lançado o DVD da primeira série do  programa sobre língua portuguesa Cuidado com a Língua!.  O evento terá lugar, às 18h30, na Fnac do Chiado, em Lisboa, e a apresentação será feita pelo professor Carlos Reis. É de relevar que o referido DVD vem acompanhado de um livro, da autoria de Maria Regina Rocha e José Mário Costa, em edição da Oficina do Livro.

2. Convém lembrar igualmente que a 7.ª edição do Colóquio Anual da Lusofonia decorrerá em breve, de 2 a 5 de Outubro, em Bragança, e tem como tema central  Língua Portuguesa e Crioulos: uma relação biunívoca.

3. Nesta actualização, saiba que escrever Guisande (Portugal) com s não é uma bizantinice. Depois, curioso pela língua, acerte na muche do bem falar e bem escrever, se possível, sem anglicismos.

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1. Ou as coisas já não são o que eram, ou então andámos muito tempo iludidos. No Correio, um consulente espanhol revela que não é só no português falado que se "comem" sons; também na sonora e assertiva língua castelhana se fundem sílabas na ligação de palavras e se omitem vogais e consoantes.

2. Talvez por isso, neste dia, duvidamos das evidências. É, pois, necessário reiterar: taxista e «motorista de táxi» referem-se à mesma profissão; o plural cidadãos abrange indivíduos dos dois sexos; «o João viaja, porque tem descontos» não diz o mesmo que «o João viaja, mas tem descontos».

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1. Do sólido ao gasoso, passando pelo líquido, tais são os estados da matéria. Transpostos para a descrição da actualidade socioeconómica portuguesa são metáfora, como mostra Ana Martins.

2. Nunca é de mais insistir: diz-se e escreve-se paraolímpicoJosé Mário Costa  resume os argumentos  em desabono das formas "paralímpicos" e "para-olímpicos", em carta dirigida ao jornal Público, respondendo a um leitor que advogava a segunda grafia. Fica desde data incluída na rubrica O Nosso Idioma.

3. Setembro é o mês da rentrée, e, sempre atarefados, descobrimos gauleses na Madeira, relações perigosas entre vitupério e vício e uma sigla que designa a ordem de palavras típica do português — SVO.

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1. Prosseguem os jogos que a maior parte da comunicação social portuguesa prefere chamar "paralímpicos". Mas há jornalistas que lembram que é paraolímpico a forma mais correcta. É o que faz Rui Cartaxana num texto que divulgamos no Pelourinho.

2. Numa das respostas deste dia, mostramos a importância do conceito de protótipo para uma teoria da categorização linguística. Depois, passamos à prática, tentando definir o significado de moreno.

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1. No Brasil, o sinal de trânsito de paragem obrigatória mostra muito naturalmente a palavra pare, que é forma do verbo parar, mas em Portugal o que se lê é o inglês stop. Este e outros exemplos são sintomáticos do desamor pela língua em terras lusitanas — comenta Maria Regina Rocha num texto divulgado na rubrica Pelourinho.

2. A propósito de estrangeirismos, saiba nesta actualização que tupino é provavelmente um castelhanismo, usado em Trás-os-Montes (Portugal), que para Tower Bridge não há tradução consagrada e que o apelido Brazeta pode ter origem italiana ou croata.

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Depois de um interregno de vários meses, o programa sobre língua portuguesa Cuidado com a Língua! vai ser retomado na RTP 1, num novo horário:segundas-feiras, às 21.15h (hora de Portugal), depois do Telejornal (com repetição, como com as três anteriores séries, na RTP 2, na RTP N, na RTP África e na RTP Internacional, além de ficar disponível, semanalmente, na página da televisão pública portuguesa). O primeiro episódio desta  quarta série é já na próxima segunda-feira, dia 15 [tema central: o tempo e palavras e expressões à volta, como «horóscopo», «à última hora» (e não «à última "da" hora») ou «do tempo dos Afonsinos», entre outras.] 

Paralelamente, no dia 23 deste mês, vai ser lançado o DVD da primeira série, acompanhado de um livro, editado pela Oficina do Livro. O evento terá lugar na Fnac do Chiado, em Lisboa, e a apresentação será feita pelo professor Carlos Reis.

O livro sobre esta primeira série de 13 programas do Cuidado com a Língua! tem a autoria de Maria Regina Rocha e José Mário Costa.

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Acaba de ser publicado pela Editora Melhoramentos (São Paulo), o Guia Prático da Nova Ortografia. Destinado ao público brasileiro, é uma obra útil também para o resto do mundo de língua portuguesa, neste momento de transição para a vigência do novo acordo ortográfico.

Igualmente do Brasil nos chega o eco de acusações tradicionalmente feitas a Pêro Vaz de Caminha por causa de uma passagem da sua famosa Carta.  Leia-se na rubrica Lusofonias a brilhante resposta de um dos mais categorizados diplomatas portugueses da actualidade, o embaixador Francisco Seixas da Costa.

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Do vossa mercê ao você não houve apenas amálgama, mas também o nascimento de uma forma pronominal: você ou tu; vocês ou vós, com o consequente enfraquecimento da concordância verbal.

Mas não está tudo dito: porque as formas de tratamento estão no cerne de uma actividade muitíssimo complicada — as relações humanas —, e simultaneamente sob o efeito de factores histórico-sociais, a substituição de você por o senhor, a colega, o Sr. Engenheiro, o compadre não pode ser irreflectida.

Junte-se a isto o factor da variação geográfica/nacional: no Brasil o tu ainda alterna com o você em certos falares nordestinos; o vós está, em Portugal, reservado às gentes do centro interior e norte. Mas no Brasil, o vós morreu mesmo:

«Todas [as gramáticas], sem exceção, nos dizem que os pronomes pessoais do caso reto são "eu, tu, ele/a, nós vós, eles/as". Isto mesmo. Nenhuma deixa de listar o dinossauro "vós". Ora, este velho e desaparecido pronome — desaparecido no uso — deveria constar, evidentemente, em um estudo da história da língua portuguesa (...)»

Sírio Possenti, Mal Comportadas Línguas, Criar Edições


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A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) fez 100 anos e assinalou o evento com um dos mais bem construídos anúncios, que versa sobre o poder da vírgula

De facto, a vírgula não é um dispositivo estético-estilístico, nem tem a função primária de marcar uma pausa na fonação. A vírgula é um marcador da estrutura sintáctica da frase.

A propósito, sai neste mês uma obra de divulgação sobre sintaxe — umas das áreas mais desguarnecidas nos estudos linguísticos em Portugal.

Cf.  5 bons motivos (e 10 regras) para usar corretamente a vírgula

 

N.E. – O não uso da obrigatória vírgula no vocativo – seja quando ela representa um chamamento, um apelo, uma saudação ou uma evocação* – generalizou-se praticamente no espaço público português, dos órgãos de comunicação social à publicidade .Por exemplo, aquiaquiaquiaqui ou aqui. Uma incorreção várias vezes esclarecida no Ciberdúvidas – vide Textos Relacionados, ao lado –, assim como noutros espaços à volta da língua portuguesa. 

Cf. entre outros registos: Vocativo + Vocativo: uma unidade à parte + O uso da vírgula no vocativoVocativo – uma questão de vírgula + A vírgula do vocativo – Exemplos de vocativo no início, no meio e no fim da frase + 5 bons motivos (e 10 regras) para usar corretamente a vírgula.

* Por regra, no discurso direto e, geralmente, em frases imperativas, interrogativas ou exclamativas.

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É verdade que a língua evidencia princípios à revelia da lógica. É verdade também que a língua, sendo um sistema, apresenta muitos sintomas de heterogeneidade.

Mas escrever "paralímpico" em vez de paraolímpico, como está determinado por documento legal, já não cabe em nenhuma explicação de ordem linguística.