1. De 12 a 21 de Novembro, em Fortaleza (Ceará, Brasil), vai decorrer a VIII Bienal Internacional do Livro do Ceará. Tendo por tema "A aventura cultural da mestiçagem", este evento reunirá cerca de 140 escritores de língua portuguesa e espanhola, entre outros convidados do campo editorial.
2. Não queremos deixar de assinalar que a Universidade de Bari (Itália) e o Instituto Camões (Portugal) atribuíram o Prémio Europa — David Mourão-Ferreira a Jacinto Lucas Pires. Criado com o objectivo de difundir a língua portuguesa e as culturas dos países lusófonos, o prémio permitirá a tradução e a publicação das obras do escritor galardoado nos países da União Europeia e do Mediterrâneo.
1. Em Portugal, o discurso jornalístico anda inçado de palavras inglesas incompreensíveis para a maioria dos falantes de língua portuguesa. José Mário Costa e Ana Martins criticam exemplos desse estranho pidgin luso-inglês pretensamente moderno.
2. Na rubrica Diversidades, divulga-se uma reflexão de Fernando Venâncio sobre a evolução recente das relações institucionais entre o português e o galego.
1. É com profundo pesar que noticiamos o falecimento inesperado do jovem linguista português Tiago Freitas, investigador do ILTEC. Tiago Freitas pertencia ao grupo de investigação sobre Léxico e Modelização Computacional e estava a concluir a sua dissertação de doutoramento. Considerado uma das grandes promessas da linguística em Portugal, entre a sua já vasta obra produzida em tão poucos anos, tínhamos citado na Abertura anterior precisamente o importante artigo "O Processo de Integração dos Estrangeirismos no Português Europeu", de que foi co-autor com Maria Celeste Ramilo e Elisabete Soalheiro. À família enlutada e a toda a equipa do Instituto de Linguística Teórica e Computacional, na pessoa da sua presidente, a professora Maria Helena Mira Mateus1, apresentamos as mais sentidas condolências.
2. Não é tanto o que se diz, mas o modo como se diz: o artigo de José Eduardo Agualusa não apresenta dados novos que propulsionem a (ex?) querela do Acordo Ortográfico, mas dá-nos uma visão bem temperada do assunto, desenhando a caricatura do discurso apocalíptico e apopléctico de alguns "antiacordonistas" e pondo a nu um certo e indisfarçável preconceito linguístico luso face à política de língua seguida no Brasil.
3. Ainda sobre o Acordo Ortográfico, o programa Páginas de Português (Antena 2, domingo, dia 9, 17h00) vai debruçar-se sobre a possibilidade de adopção das novas regras ortográficas, já a partir de Janeiro próximo, nos documentos oficiais do Estado português (incluindo o Diário da República). Noutro programa, o Língua de Todos (RDP África, sexta-feira, dia 7, às 13h00, e sábado, às 9h00), a linguista angolana Amélia Mingas, ela própria muito crítica do Acordo Ortográfico (em contrapé com as posições oficiais da CPLP), vai defender a pertinência da instituição de que é responsável, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa.
4. Quando é que se emprega mais bem e melhor? E X-acto e erro crasso, qual a sua origem? Estes são alguns dos temas de mais um Cuidado com a Língua! na RTP 1, na segunda-feira, dia 10 de Novembro, pelas 21h15 (com repetição em todos os restantes canais da televisão pública portuguesa).
5. A partir deste mesmo dia, a RTP 2 passa a emitir anteriores episódios do magazine Cuidado com a Língua!, de segunda a sexta-feira, às 16h00 (hora portuguesa, como os demais horários atrás referidos). Os episódios mais recentes podem entretanto ser (re)vistos aqui.
Qual a reacção dos falantes brasileiros face ao emprego de termos emprestados de outras línguas? Foi o que procurou saber Cristina Alves de Brito (UFRJ), partindo do caso da palavra impeachment.
Há alguma diferença entre empréstimo, estrangeirismo e importação? Leia a propósito este artigo de Tiago Freitas, Maria Celeste Ramilo e Elisabete Soalheiro (Instituto de Linguística Teórica e Computacional).
Recordemos algumas reacções institucionais contra os estrangeirismos:
1. 400 milhões de falantes merecem uma gramática unificada: os académicos de Espanha e da América latina estão a ultimar a Nova Gramática da Língua Espanhola, com lançamento anunciado para 10 de Dezembro de 2009.
Um exemplo para a Academia das Ciências de Lisboa e para a Academia Brasileira de Letras.
2. A publicação de produções escritas na Internet é uma actividade inestimável no processo de aprendizagem da escrita em língua portuguesa.
Neste sentido, a DGIDC acaba de publicar um guia de utilização das ferramentas de publicação em linha, em contexto educativo.
1. Foi um dos temas centrais do 1.º Simpósio de Educação a Distância dos Países de Língua Oficial Portuguesa: o papel fulcral do ensino em linha na educação em língua portuguesa, no seio da CPLP, particularmente em regiões em que são evidentes as dificuldades para fazer chegar o ensino formal a populações numerosas e carenciadas.
Acresce «o contributo decisivo que tem recebido por parte das tecnologias da informação e da comunicação, bem como os consideráveis avanços pedagógicos», referiu Carlos Reis, por ocasião do encerramento do convénio.
2. Em dia de eleições americanas, conheça o perfil político-linguístico de Barack Obama e de John McCain traçado por James W. Pennebaker, linguista da Universidade do Texas: Obama usa mais a 2.ª pessoa (tu, vocês, vosso); McCain recorre mais à 1.ª pessoa (eu, meu); além disso, o discurso de Obama tem mais verbos e estruturas negativas. Tal permitirá inferir que Obama é menos impulsivo, mais incisivo, dinâmico e agressivo na sua campanha.
Esperamos para ver os resultados...
1. «A crise financeira é uma doença» — é esta uma metáfora recorrente na comunicação social. Trata-se só de uma maneira de falar? Não, como explica Ana Martins na rubrica O Nosso Idioma: «a linguagem metafórica não é apenas um modo poético ou retórico de construir significado; é sobretudo um reflexo, na língua, de como actua o nosso pensamento.»
2. No âmbito de um projecto de investigação, pede-se a ajuda de falantes de português como língua segunda/língua estrangeira. Para mais informação, consultem-se as Notícias.
1. O ensino da língua portuguesa no estrangeiro está a ter a atenção do Governo de Portugal. Em Conselho de Ministros, foram aprovadas recentemente a criação da Escola Portuguesa de Díli (Timor-Leste), a reformulação o regime jurídico da Escola Portuguesa de Moçambique e a uniformização dos programas de português de ensino privado no estrangeiro.
2. Porquê e desde quando se usa «sem dizer água vai»? E porque é que há palavras pronunciadas no plural com ó fechado (como aborto, adorno, engodo ou suborno) e outras com ó aberto (como remoto, por exemplo)? Estas e outras questões estarão em foco no próximo programa Cuidado com a Língua!, na RTP 1, dia 3 de Novembro, às 21h15, com repetição nos restantes canais da televisão pública portuguesa, entre os quais a RTP África e RTP Internacional.
3. Na Europa, a palavra bilião não significa o mesmo que nos Estados Unidos — é o que explicará o matemático Nuno Crato, no programa Língua de Todos (31 de Outubro e 1 de Novembro, na RDP África, depois das 13h00). O Páginas de Português, a transmitir pela Antena 2, a 2 de Novembro, pelas 17h00, terá como tema central a adopção, nos documentos oficiais do Estado português, das novas regras do Acordo Ortográfico.
4. Os programas atrás referidos estão disponíveis na página da Rádio e Televisão de Portugal, na Internet (horários de acordo com a hora de Portugal).
1. Na declaração final da IX Cimeira Luso-Brasileira, realizada em 28 de Outubro, em Salvador (Brasil), o primeiro-ministro português, José Sócrates, e o presidente do Brasil, Lula da Silva, comprometem-se a «envidar esforços para promover a adoção da língua portuguesa em foros multilaterais». Manifestando apreço pelo novo Acordo Ortográfico, assinalam que os actos assinados na IX Cimeira foram redigidos conforme a referida norma. Neste contexto, vincam a importância da reunião de ministros de Educação e Cultura da CPLP a realizar em 14 e 15 de Novembro próximos, em Lisboa.
2. Após a reunião com o presidente brasileiro, José Sócrates observou que falta acertar uma data para o Acordo passar a ser aplicado nos documentos oficiais dos dois países. Mas o Brasil parece adiantar-se: «o Ministério das Relações Exteriores brasileiro garantiu que os documentos oficiais do Brasil já serão redigidos na nova ortografia portuguesa a partir de Janeiro de 2009», refere a agência Lusa.
3. A edição de 2008 do Prémio de Investigação da Associação Portuguesa de Linguística distinguiu, ex aequo, os trabalhos de Paula Luegi (investigadora do Centro ONSET da Universidade de Lisboa) e de Célia Mendes (leitora do Instituto Camões). O prémio é atribuído anualmente a trabalhos desenvolvidos por investigadores não doutorados.
«Envidar esforços para promover a adoção da língua portuguesa em foros multilaterais» — foi este o voto que ficou registado na declaração oficial resultante da IX Cimeira Luso-Brasileira realizada ontem em Salvador da Baía. Pela primeira vez, não foi necessário redigir duas versões do mesmo documento: uma na ortografia do português do Brasil e outra na ortografia do português europeu.
Aliás, esteve em cima da mesa, nesta cimeira, a possibilidade de um entendimento, entre o Governo de Lisboa e o de Brasília, para que, a partir de Janeiro de 2009, todos os documentos oficiais passem a ser redigidos segundo o novo Acordo Ortográfico.
E, justamente, no discurso de conclusão do encontro, José Sócrates anunciou que Portugal e Brasil vão passar a publicar os respectivos diários oficiais na nova ortografia, alteração que pode acontecer no Diário da República, já no início de 2009.
Por sua vez, Vasco Graça Moura classifica este facto como «negativo», afirmando esperar que os países africanos de língua portuguesa se oponham.
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