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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Quem nunca usou a sequência de caracteres LOL (lots of laugh), SOL (sooner or later), ASAP (as soon as possible), x-mas (Christmas) ou pf (por favor), bjs (beijos), bgd (obrigada), nos seus e-mails ou SMS, que atire a primeira pedra.

Junte-se a este facto a tendência de cada vez mais falantes comuns usarem termos do tecnolecto da informática, a que vem somar-se o fascínio pelos anglicismos. E há ainda os smilies e afins, como :----) para chamar alguém de mentiroso ou :-@ para fazer ver que aquilo que se está a escrever é dito a gritar.

A codificação é mutante e cada vez mais complexa, apresentando matizes curiosos, como aquele que nos é descrito neste artigo de Miguel Esteves Cardoso.

Será que a língua, como a conhecemos, vai ser afectada, na sua forma escrita, por esta deriva?

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Em França, os estudantes de Italiano são quase 300 mil; os de Espanhol, 3 milhões, e os de Português, apenas 30 mil. É uma constatação, entre outras possíveis. Esta, em particular, foi feita por Sanches Ruivo, responsável pela Cap Magellan, a primeira associação de luso-descendentes criada na Europa.

Os efeitos desta situação giram sozinhos no carrossel da inércia: a falta de visibilidade da língua e da cultura dos emigrantes acarreta dificuldades na integração no país de acolhimento; a falta de integração impede a mobilidade social; o acantonamento social é propício ao abandono escolar das segundas e das terceiras gerações de emigrantes.

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A incorporação de alunos estrangeiros nas escolas é uma realidade recente a que o sistema de ensino português tem de dar resposta. Essa resposta depende das estruturas institucionais, e, por sua vez, estas dependem do desenvolvimento dos estudos em Linguística Aplicada, Psicologia e Didáctica.

Porém, neste dia, queremos divulgar, não os congressos, os mestrados ou as edições recentes na área, mas as acções do dia-a-dia, desenvolvidas no microcosmos de cada escola. Há pouco tempo elas passavam despercebias; hoje elas passam quase despercebidas. A (grande) diferença está na facilidade actual de edição em linha do trabalho desenvolvido.

Trazemos três exemplos:

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Há o estudo e há os factos: para a promoção de uma língua não conta apenas o número de falantes mas também (e principalmente?) a dinâmica cultural, económica e científica assumida pela comunidade linguística em causa. No ano passado saiu o estudo dirigido por Carlos Reis que atestava o desfasamento entre o elevado número de falantes do português e os níveis pouco expressivos da presença da língua no mundo. Na proporção inversa, o facto: na semana passada, a II Edição dos Prémios Pompeu Fabra distinguiu a empresa Google por esta adoptar uma política que permitiu a integração da língua catalã nos serviços disponibilizados.

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Ainda se vai a tempo de travar a aplicação do Acordo Ortográfico em Portugal? Qual a posição, a este respeito, da ministra da Cultura e da ministra da Educação de Portugal? A hesitação a que assistimos deve-se à forma como está a ser tratada a activação do Acordo, ou ao próprio texto do Acordo? A nova ortografia vem alterar a pronúncia?

Eis as perguntas lançadas no texto publicado, neste dia, no Público, com a assinatura de Alexandra Prado Coelho, e a que se dá resposta, a várias vozes.

Afinal, balanços que, no Brasil, já foram feitos, como esta reportagem exemplifica:

É justamente este tema que vai estar em cima da mesa no programa Língua de Todos (RDP África, dia 1, 13h15*, com repetição no dia seguinte, às 09h15*): dos países africanos de língua oficial portuguesa, Angola e Moçambique ainda não ratificaram o Acordo Ortográfico. Um silêncio que fala alto? Até agora nada se ouviu por parte das respectivas entidades oficiais. Porquê? Respondem, entre outros, os escritores José Eduardo Agualusa (angolano) e João Paulo Borges Coelho (moçambicano).

O programa Páginas de Português (Antena 2, dia 3, 17h00*) também lhe dá atenção: o Acordo Ortográfico começa a ser aplicado na agência Lusa. E como vai ser nos principais jornais portugueses? Respondem, entre outros, os directores dos títulos Record, Expresso e Sol. para além do director de Informação da agência de notícias portuguesa, Luís Miguel Viana. E qual é o significado da palavra ortografia? E o que distingue língua-padrão de norma-padrão?

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Exodôncia, fitoesteróis, cantiléver... parecem palavras do outro mundo, mas não são. Do outro mundo é, de facto, a língua criada pelo linguista Paul Frommer, professor da Universidade da Califórnia, para o filme Avatar. Trata-se de um caso que se pode transformar num excelente pretexto, a utilizar em sala de aula, para explicar um agregado de noções fundamentais em linguística, entre elas a de língua natural e a de faculdade de linguagem. Fica a sugestão.

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Assinala-se nesta data o Dia Internacional do Imigrante. A imigração representa para Portugal, inquestionavelmente, uma oportunidade de avanço, não só no plano do desenvolvimento económico, mas também no domínio cultural e linguístico.

A versão moderna da realidade quinhentista dos «povos em contacto» é também uma oportunidade para os que vivem em Portugal ficarem a conhecer alguma coisa da língua dos que escolhem o nosso país para viver. É um mito pensar que a aprendizagem das línguas deve ser sequencial. Até à idade crítica (12-14 anos), a criança pode ganhar uma multicompetência linguística quase sem esforço. Há factores biológicos que o determinam, como sejam a plasticidade do cérebro (no cérebro da criança, os dois hemisférios são mais interactuantes do que no do adulto. Depois há factores situacionais, como a exposição à língua. Numa altura em que as crianças passam muito do seu tempo a ver televisão, a dobragem pode ser um obstáculo ao acesso a outras línguas.

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Qual o factor que está na afirmação de uma língua no mundo? Sem dúvida, o zelo institucional, com destaque para o papel da escola e da universidade.

Mas há uma outra via, de efeitos muito rápidos e com variáveis impossíveis de controlar. É a via do crescimento económico de um país.

O contraste entre as duas notícias abaixo é esclarecedor:

Negócios com Angola estimulam ensino do português na China

Sobrevivência da língua portuguesa está sob ameaça de sectores radicais

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O Instituto da Língua Galega (ILG), da Universidade de Santiago de Compostela, e a Universidade Federal do Pará (UFPA) trabalham no projecto Tesouro do léxico patrimonial galego e português, com vista à construção de uma base de dados lexicográfica do galego e do português, com informações acerca das variedades dialectais faladas na Galiza, em Portugal e no Brasil.

O inventário lexicográfico é um passo fundamental no reconhecimento do estatuto de uma língua. Não é por acaso que o dicionário é a obra julgada como sendo o repositório de um idioma. Não o é, de facto. No entanto, é um instrumento essencial para a consciência metalinguística que todo ofalante tem de desenvolver, quer em relação à sua língua materna, quer relativamente à(s) língua(s) segunda(s). Daí que seja tão importante dar orientações sobre consulta de dicionários.

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Antes de falarmos, já estamos a emitir sinais: através do código de vestuário e da compleição física — por muito que nos custe reconhecê-lo. Mas o passo seguinte, o exercício da fala, também não é alheio a uma estética: é necessário transmitir um discurso confiante, empático, organizado e doseadamente estilizado.