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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

A presença de termos e expressões idiomáticas de origem judaica na língua portuguesa é o tema do artigo de Jane Bichmacher de Glasman, da Universidade do estado do Rio de Janeiro. O artigo é válido não apenas pela listagem de exemplos, mas também pela síntese da história da deriva do povo judaico na Europa e nas terras do Novo Mundo, desde o século XV até ao século XX.



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1. Um português a ouvir o relato do jogo deste dia numa rádio brasileira o que ouviria? E um brasileiro a ouvir o mesmo jogo numa estação portuguesa? Que guarda-redes é goleiro, já se sabe, mas o que é um tiro de meta?

E que termos constarão no diário sul-africano Mercury, sediado em Durban e liderado pela luso-descendente Ângela Quintal, que sai neste dia com a primeira página e um suplemento inteiramente redigidos em português?

2. O Acordo Ortográfico está ou não está em vigor? Está – vinculado pelo tratado internacional dos Estados seus subscritores, como o impõem o normativo do direito internacional e as regras de interpretação do direito em geral. É o que sustenta o jurista Fernando Guerra, em artigo escrito especialmente para o Ciberdúvidas.

3. Ainda sobre o Acordo Ortográfico: o mais influente jornal português, o semanário Expresso, passou a ser editado desde 26 de Junho de 2010 segundo as novas regras da escrita oficial portuguesa, subscritas pelos oito países da CPLP. Todas as publicações do grupo Impresa passaram também a adoptar o Acordo Ortográfico. A explicação aqui.

4. A propósito: o Ciberdúvidas – que continua acessível nas duas ortografias oficiais ainda prevalecentes no espaço geográfico da língua portuguesa – aguarda a aplicação da nova reforma nas publicações oficiais do Estado português para seguir apenas as regras do Acordo de 1990.

5. No programa Páginas de Português (Antena 2, dia 27, 17h00*, também disponível em podcast): homenagem a José Saramago, revisitado numa entrevista dada no décimo aniversário da atribuição Prémio Nobel da Literatura. Falar-se-á ainda do projecto concebido e financiado pela Fundação Vodafone para o Ministério da Educação para manuais escolares especificamente destinados a alunos cegos ou com pouca visão. Quanto ao Acordo Ortográfico: que dúvidas sobre as novas regras?

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Há um verbo para designar a acção de dizer o que se crê falso: mentir. Mas não há nenhum verbo para referir o acto de acreditar numa mentira ou numa inverdade. Também não há nenhum verbo para designar a acção de acreditar no que se quer acreditar ou de desejar ser enganado. O português é uma língua analítica, cheia de construções perifrásticas, e na captação de um conceito nem sempre está envolvido um único lexema, mas vários.

Outro tema forte da actualização deste dia é a forma dos gentílicos: de Otava, Jacarta, Niassalândia e Riade.

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1. «Língua materna» é um termo técnico da área da aquisição da linguagem, mas é também um termo metafórico, que o poeta português Eugénio de Andrade soube explorar num texto de reflexão sobre língua e identidade, que divulgamos neste dia. E é certo: a psicologia dá como atestado o facto de a aquisição de uma proficiência avançada numa segunda língua coincidir com algumas mudanças de personalidade.

2. Acabou de sair o n.º 5 da revista Estudos Linguísticos/Linguistic Studies, do Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa. O volume reúne comunicações apresentadas na Conferência Internacional sobre Gramática e Texto – GRATO, nas áreas de morfologia, semântica, teoria do texto, análise do discurso e pragmática.

3. O Grupo de Fonologia do Centro de Linguística da Universidade do Porto organiza a III Jornada de Estudos Pós-Graduados em Fonologia. O evento decorre no dia 26 de Junho na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.


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1. Olhando para o Acordo na perspectiva de Evanildo Bechara, o documento afigura-se, apenas, como um regulador de excessos. É esse o cerne da entrevista ao linguista brasileiro, publicada no jornal Público. E os que continuam a resistir e que afirmam nunca vir a escrever pela bitola do Acordo? «Está certo. Porque uma mudança ortográfica não é para a geração que a faz.»

2. O fenómeno da regência é um dos tópicos prioritários no ensino do português língua segunda. Mas o certo é que o uso da preposição correcta a seguir ao verbo, nome ou adjectivo parece também oferecer dificuldades aos falantes nativos. Pelo menos, a levar em conta os erros que passam na imprensa, como, por exemplo: "participar de uma quadrilha"; "alertando ? que", "na hipótese em que"... Deixamos, neste dia, mais um esclarecimento sobre casos de regência nominal e verbal.

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Num filme de Hollywood, imperadores romanos, marcianos ou seres pré-diluvianos... todos falam, naturalmente, em inglês. Ou não fosse o cinema de massas a forma mais eficaz de divulgar uma língua. Há excepções: por exemplo, a do realizador de Avatar, que encomendou uma língua nova a um linguista; ou a de Mel Gibson, no filme A Paixão de Cristo, que pôs as personagens a falar aramaico, latim e hebraico.

Aparentemente, a tendência generaliza-se e, pela primeira vez, uma novela da Globo levou os seus actores à Universidade de São Paulo para aprenderem o léxico e a fonética do italiano. O objectivo é fazer com que os diálogos em que participam personagens oriundas da Toscana, Itália, se desenrolem numa pronúncia academicamente verosímil — mistura de português com italiano.

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José Saramago, escritor português e Prémio Nobel da Literatura, morreu aos 87 anos, em Lanzarote, Espanha, onde residia.

Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, na Golegã, em 1922. Em 1939 termina o estudos de Serralharia Mecânica e emprega-se nas oficinas do Hospital Civil de Lisboa. A partir de 1960 desenvolve um intenso trabalho jornalístico, no Diário de Notícias e no Diário de Lisboa,  n’A Capital, no Jornal do Fundão, entre outros. Em 1968, torna-se membro do Partido Comunista Português.

Trinta e três anos depois da sua primeira obra (Terra do Pecado), os romances Levantado do Chão (1980), Memorial do Convento (1982) e  O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) trazem-lhe a consagração. Ensaio sobre a Cegueira (1995), outra referência na bibliografia do escritor português, foi adaptado para o cinema em 2008 pelo realizador brasileiro Fernando Meirelles.

José Saramago escreveu, para edição exclusiva no Ciberdúvidas, o texto Uma língua que não se defende, morre. Sugerimos, neste dia, a sua (re)leitura. Deixamos também, aqui e aqui, algumas reacções ao seu desaparecimento.

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«Muito fácil», «fácil de mais» — foi esta a reacção dos alunos da Escola Delfim Santos (Benfica, Lisboa) ao exame de 9.º ano. Ano após ano, os jornais e as televisões colhem as opiniões dos alunos à saída dos exames de Português — e os juízos repetem-se: «Muito fácil.»

Paralelamente, Maria do Carmo Vieira faz a avaliação do ensino do Português em Portugal, num recente livro da sua autoria, lançado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, presidida por António Barreto. O livro intitula-se O Ensino do Português e faz duras críticas àquilo que se considera ser a dependência dos manuais escolares por parte dos professores, bem como à forma como é ensinada a gramática e, enfim, à ausência geral de rigor e ao vazio de conteúdos, capaz de transformar o programa Morangos com Açúcar em série educativa.

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A metáfora anónima (isto é, a metáfora não-literária) é um processo linguístico-cognitivo omnipresente na língua do quotidiano e em diferentes tecnolectos. No tecnolecto, a concentração excessiva de metáforas pode ocorrer, mas o que é gravoso é quando formulações metafóricas anglófonas passam, intactamente, de um dado tecnolecto para o discurso de imprensa.

Paulo J. S. Barata dedica uma reflexão, abundantemente ilustrada, sobre o poder – mas também sobre a opacidade – da metáfora importada no âmbito do economês, com consequências negativas para o esclarecimento da opinião pública, sempre que os media se escusam a fazer qualquer desdobramento explicativo ou adaptação terminológica.

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A agência de notícias americana Bloomberg News passou a ter disponível um serviço de notícias sobre economia em língua portuguesa. Conta, para tal, com um aumento considerável de jornalistas brasileiros.

A par disso, foi recentemente inaugurada a TV Brasil Internacional, canal brasileiro que transmite exclusivamente conteúdos produzidos em português, com formato semelhante ao da BBC ou da RAI, por exemplo.

Ao governo de Lula tem-se reconhecido a realização de medidas consequentes na difusão da língua portuguesa no estrangeiro, como sejam a criação da Comissão de Língua Portuguesa, integrada no Ministério da Educação do Brasil, e a inauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo.

Qual a origem da expressão...? É uma pergunta recorrente aqui no consultório. Pois foi agora lançado o livro Nas Bocas do Mundo — Uma Viagem pelas Histórias das Expressões Portuguesas, da autoria de Sérgio Luís de Carvalho, em que se faz o percurso de vida de algumas expressões, ditos e fraseologias correntes no linguajar quotidiano.