1. Os atentados terroristas de 13 de novembro p. p., ocorridos nas ruas, nos restaurantes e num dos espaços de espetáculos de Paris, levaram naturalmente os media de Portugal a empregar a típica palavra francesa arrondissement ou a encontrar-lhe equivalentes vernáculos, por exemplo, bairro. No consultório, um consulente propõe que a tradução mais adequada seja a tradicionalíssima freguesia – mas será que é assim tão simples? E que dizer do feminino de tigre – tigresa ou tigre-fêmea? Outra dúvida: pressupondo a forma de tratamento vocês, aceita-se o emprego de vós, como acontece na sequência «ao contrário de vós, que fazem as coisas à pressa...»?
2. Relativamente às demais rubricas, O nosso idioma, conta com o regresso de Edno Pimentel, que reflete sobre a atitude linguística dos brasileiros e explica o que significa magoga. Na mesma rubrica, Edno Pimentel, a propósito das características do português falado em Angola, assinala em crónica o uso erróneo de simpatizar como verbo reflexo («simpatizei-me com ela», em vez do correto «simpatizei com ela»). Finalmente, no Pelourinho, José Mário Costa deteta, nos debates televisivos e no discurso político, a pronúncia viciosa da palavra item, que volta a soar como "áiteme", indevidamente anglicizada.
3. Sobre a diferença entre neologismos, estrangeirismos e empréstimos, o programa de Língua de Todos de sexta-feira, 20 de novembro (pelas 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 21 de novembro, depois do noticiário das 9h00*), propõe uma conversa com a professora Sandra Duarte Tavares (docente no Instituto Superior de Educação e Ciências e colaboradora do Ciberdúvidas), que também tece considerações sobre o uso da vírgula no texto escrito. No Páginas de Português de domingo, 22 de novembro (às 17h00* na Antena 2), o tema é o ensino da língua portuguesa na República Popular da China e particularmente na cidade de Macau: são entrevistados o professor Lei Heong Iok, que se refere à ação do Instituto Politécnico de Macau e ao ensino da língua portuguesa naquele país; o professor Choi Wai Hao, que comenta sobre o papel da Escola Superior de Línguas e Tradução na formação de tradutores-intérpretes para a administração e função pública de Macau; e, por fim, é ouvido o investigador Carlos Ascenso André, que fala sobre duas iniciativas, a conferência "Português na China: passado, presente e futuro” e a exposição fotográfica “Rios, gentes e montanhas – olhares dispersos sobre a China”, com fotografias do próprio entrevistado.
* Hora oficial de Portugal continental.