A dúvida que apresenta é tão vaga que não sei bem o que pretende. Como poderei dar-lhe "mais informações sobre" géneros textuais se não sei que conhecimentos tem sobre o assunto? Por outro lado, é matéria vasta que não cabe numa página destas. Assim, focarei de uma forma sucinta o conceito de género no que diz respeito ao texto literário e ao texto em geral.
A designação de género literário remonta à Antiguidade greco-romana. O aparecimento de formas literárias diversas levou às primeiras classificações, de que avulta a que definia três géneros ou tipos fundamentais: o género mimético ou dramático, próprio da tragédia e da comédia; o género expositivo ou narrativo, próprio do ditirambo e das composições líricas e o género misto, que combinava as características do dramático e do expositivo, e que era próprio da epopeia. Esta classificação foi adoptada por Aristóteles, que ditou um conjunto de regras e preceitos a respeito da tragédia que serviu de exemplo a formulações para outros géneros literários.
Com o Renascimento, os géneros literários foram definidos de uma forma rígida, cinco géneros de poesia e quatro de prosa. Os géneros de poesia eram os seguintes: o lírico, obras de revelação do mundo do eu, das emoções, dos sentimentos (a elegia, o epitalâmio, a canção, a ode, o soneto, etc.); o épico, narrativa em verso de aventuras heróicas e maravilhosas (o poema épico e o poema herói-cómico); o dramático, representação da vida em acção (a tragédia, a comédia); o didáctico, obras com a intenção de ensinar verdades de ordem moral ou física (a fábula, a epístola, a sátira, o epigrama, etc.) e o pastoral ou bucólico, poemas com diálogo e descrição (a écloga). Os géneros de prosa eram os seguintes: o oratório, cujo fim é o de persuadir; o histórico, narrativa verídica de factos da vida das nações, dos povos; o didáctico e filosófico, cujo objectivo é o ensino da verdade; e o novelístico ou de ficção, narrativa de aventuras imaginárias.
No século XVIII foi posta em causa, por Lessing, a interpretação classificadora de Aristóteles e, mais tarde, Goethe vem a definir três formas naturais de literatura: a epopeia, a lírica e o drama. Decorrente desta concepção, a moderna teoria literária tem feito a distinção entre modos e géneros, considerando modos como categorias abstractas, universais, desprovidas de vínculos históricos rígidos (a lírica, a narrativa e o drama), e géneros como categorias historicamente situadas, com implicações de natureza periodológica e propensão normativa (o poema épico, o romance, o conto, a novela, a canção, etc.).
A construção de um texto, a forma que o seu autor escolhe, decorre da intencionalidade e da situação comunicativa. Se no que diz respeito ao discurso de natureza escrita, já muitas formas de discurso não literário foram estudadas, o estudo das formas orais é mais complexo, devido à diversidade de situações de comunicação.
A retórica clássica considerava que os discursos estavam ligados a três situações fundamentais que determinaram os três genera dicendi. O género judiciário é usado quando o autor defende ou ataca alguém, tentando provar a sua inocência ou culpa, o género deliberativo, quando pretende, com o discurso, que o auditório tome uma decisão, e o género epidíctico, se exalta os méritos ou critica os defeitos de algo ou alguém. Estas três situações não cobriam (nem cobrem actualmente) o conjunto das situações do discurso. A heterogeneidade dos discursos é hoje uma realidade e os autores vêem com alguma reserva os processos de categorização de textos.
Uma das perspectivas de teorização actual é a que considera a existência de cinco protótipos textuais, a narrativa, a descrição, a argumentação, a explicação e o diálogo. Neste contexto, por exemplo, podemos considerar como géneros da narrativa não só o conto ou o romance como também a notícia ou a reportagem, ou como género do protótipo explicativo o manual escolar, do dialogal, uma entrevista, etc. Não sei se respondi ao que pretendia. Se quiser ser mais precisa, terei todo o gosto em complementar a minha resposta.