Como já foi respondido em anteriores respostas [cf. Géneros e subgéneros textuais, Géneros textuais e Registos da fala, por exemplo], e socorrendo-nos do Dicionário Breve de Termos Literários, de Olegário Paz e António Moniz (Editorial Presença, Lisboa):
Conto: «Do lat. “computu-”, cálculo, conto. Da área da aritmética o vocábulo passou à literatura para designar o relato breve, oral ou escrito, de uma história de ficção, na qual participa reduzido número de personagens, numa concentração espácio-temporal. Pela sua brevidade e concisão, bem como pela sobriedade de recursos que utiliza, o conto é a narrativa mais eficaz de comunicação, detectando-se facilmente a intenção nuclear do seu autor. (…)».
Novela: «Do it. “novella”, do lat. “nova”, novidade. Termo que designa, na generalidade, um relato ficcional, de dimensão média, entre o conto e o romance. No entanto, também se considera uma novela de curta dimensão (“Novelas Exemplares” de Cervantes) e, no extremo oposto, confunde-se o romance com a novela (W. Scott, Balzac, etc). Além da dimensão, outras características são específicas da novela: uma intriga menos complexa do que o romance; uma estratégia narrativa e discursiva mais directa, com poucos ou nenhuns episódios dispersivos e autónomos (encaixe); maior vivacidade rítmica e sintáctica (mais elipses, menos cenas); menos estudo psicológico das personagens, intenção mais explícita do autor. (…) A classificação de W. Kayser da novela/romance em três categorias (acção, personagem e espaço) permite-nos distinguir vários tipos de novela/romances: de aventuras, de viagem, policial, de espionagem… (acção); autobiográfica, picaresca, psicológica, sentimental… (personagem); pastoril, rural, urbana, social, de costumes… Outras classificações poderão adoptar-se a partir de um critério temático (amor, condição feminina, tese filosófico-cultural, etc.) ou de confluência genológica (lírica, histórica, etc.)».
Romance: «Do lat. “romanice”, à maneira de Roma, pelo fr. “roman” e ingl. “romance”. Termo que designa tanto a forma poética da tradição popular, que canta feitos épicos, em medida velha (versos heptassilábicos), geralmente em rima assonante, como forma mais extensa do relato ficcional. Geralmente, distingue-se da novela pela maior complexidade e variedade da técnica narrativa, pela maior profundidade do estudo psicológico das personagens, pela maior lentidão do ritmo narrativo (cenas, episódios), pelo encaixe de episódios autónomos e dispersivos, pela reflexão filosófico-cultural imprimida pelo narrador, como instância privilegiada do autor.»