1. – Oração subjectiva. É a que serve de sujeito a um verbo de outra.
(a) Aconteceu que o João caiu.
A oração que o João caiu é subjectiva, porque desempenha a função de sujeito de Aconteceu. E compreende-se, porque «que o João caiu» = a queda do João.
Isto é, aconteceu que o João caiu = Aconteceu a queda do João = a queda do João aconteceu, em que a queda do João = que o João caiu = o sujeito de Aconteceu, que é a oração principal. A segunda é subordinada à anterior e integrante.
Chama-se integrante, porque integra (= completa).
Compreende-se a designação de subjectiva pelo seguinte: deriva do latim subjectiva(m), relativa ao sujeito; e sujeito deriva do latim subjectu(m).
Julgo que não são necessárias mais explicações.
2. – Oração objectiva directa. É a que designa a função de objecto directo, que é o mesmo que complemento directo. Aqui vai uma frase:
(b) Eu já sabia que gostas de estudar.
A oração que gostas de estudar desempenha a função sintáctica de complemento directo, ou seja, de objecto directo de sabia.
É por isso que se denomina de oração objectiva directa.
3. – Oração objectiva indirecta. É a que desempenha a função sintáctica de complemento indirecto, ou seja, de objecto indirecto:
(c) Aconselhei-o a que não faltasse.
O complemento directo de aconselhei é o pronome pessoal o. E o complemento indirecto é a oração integrante (ou objectiva) a que não faltasse.
Esta oração desempenha a função sintáctica de complemento indirecto (ou objecto indirecto) de aconselhei. Por isso se denomina de oração objectiva indirecta.
Além da preposição a, há outros que introduzem a oração objectiva indirecta:
Lembras-te de que isso não era assim?
Ele inisitiu em que o filho devia proceder doutro modo.
4. – Oração completiva nominal. Transcrevo o que diz o gramático brasileiro Celso Cunha no capítulo «A SUBORDINAÇÃO», ao local intitulado: «Orações subordinadas substantivas»:
a) Completivas nominais, quando exercem a função de complemento nominal: «A gente pouca e as relações estreitas deram azo a que no fim da noite falássemos do hóspede vindouro (Machado de Assis).»
A segunda oração está a completar a significação do nome azo. E é o que se dá com o complemento nominal – complementa a significação dum nome. Podemos transformar a 2.ª oração num complemento nominal, completando a significação do nome azo (para melhor compreendermos):
(...) deram azo / no fim da noite a falações (= conversar) de todos nós sobre o hóspede vindouro.
5. – Oração predicativa. – Diz a tal gramática:
b) «Predicativas, quando exercem a função de predicativo:
«A única particularidade da biografia de Fidélia é que o pai e o sogro eram inimigos políticos» (Machado de Assis).
Podemos transformar esta oração predicativa num complemento predicativo (para melhor compreendermos):
(...) é/a inimizade política do pai e do sogro.
Para melhor compreendermos, vejamos esta frase:
O Pedro é bom rapaz.
O elemento bom rapaz é o predicativo do sujeito O Pedro.
Também na frase apresentada, a oração que o pai e o sogro eram inimigos político, é o predicativo do sujeito da anterior.
Esse sujeito é o seguinte: A única particularidade da biografia de Fidélia.
Como a segunda oração é o predicativo do sujeito da anterior, denomina-se de oração predicativa, à semelhança de bom rapaz que, não sendo uma oração mas um nome (rapaz +bom), se denomina de nome predicativo. É nome predicativo do sujeito, tal como a tal oração é uma oração predicativa do sujeito.
Não se esqueça o nosso consulente de que há o predicativo do sujeito e o predicativo do complemento directo.
Nota. – Não confundamos oração subordinada predicativa com a apositiva. Aqui vai um exemplo de oração subordinada substantiva apositiva:
É necessário que saibas isto: que o António não é tão inteligente como tu.