Em português a grafia da palavra em questão é fisioterapia. É uma palavra paroxítona ou grave, ou seja, a sílaba tónica é a penúltima (-pi-), e não leva acento.
Esta palavra é um composto morfológico resultando da associação do radical de origem grega fisio-, que exprime a noção de natureza ou de função orgânica, e da palavra terapia, que corresponde ao tratamento de doenças. Desta forma, num todo, fisioterapia é o sistema terapêutico que emprega recursos da natureza, massagens e exercícios físicos.
A confusão do consulente talvez se prenda com o facto de “terápia” ser o resultado de oscilações existentes na acentuação de palavras e elementos de composição de origem grega. Verifica-se, efetivamente, que alguns termos de origem grega terminados em –ia são adaptados ao latim, com recuo do acento tónico. Exemplo disso é a palavra farmácia que, segundo o Dicionário Houaiss (Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss/Objetiva, 2001), é a adaptação do latim tardio pharmacĭa, ae, «arte de preparar medicamentos», palavra proparoxítona, com acento tónico na sílaba -ma-; esta forma latina provém do grego pharmakeía, com acento tónico em -kei, correspondente a -ci- em latim e a -ci- em português. É de assinalar, contudo, que a forma assumida pela palavra portuguesa farmácia, e não "farmacia", uma vez que esta adaptação direta do grego não se fixou no uso correto. Por analogia com farmácia, poderia pensar-se que o substantivo em apreço fosse "terápia". Porém, neste caso concreto, terapia mantém o acento na penúltima sílaba de acordo com o ser étimo grego therapeía, as.
Também a existência da palavra fisioterápico, adjetivo relativo a fisioterapia e que tem uso semelhante a fisioterapêutico, pode ter desencadeado esta dúvida no consulente, levando-o a supor que o acento se conservaria no substantivo, como "fisioterápia", que, como já se viu, é forma incorreta.