Embora não tenhamos tido acesso ao (con)texto a que pertence — o que nos permitiria entrar no universo do discurso e, assim, compreender e interpretar o seu valor expressivo —, poderemos dizer que, na frase «foi como se um sino tivesse tocado no coração do mundo», sobressaem os seguintes recursos estilísticos:
— comparação [em «como se um sino...]», evidente através da presença do elemento comparativo como, que estabelece uma relação de semelhança/analogia entre duas coisas/realidades;
— sinestesia [em «sino tivesse tocado no coração»], sugerindo o som do toque do sino, fazendo evocar/sobressair as impressões/sensações [auditiva e táctil] através das palavras;
— metáfora em «coração do mundo», ou seja, como se o mundo tivesse coração, uma vez que não existe o termo de ligação (como), «mas, sim, uma fusão das duas realidades em presença» (João David Pinto Correia, «A expressividade na fala e na escrita», in Falar melhor, Escrever melhor, Lisboa, Selecções do Reader´s Digest, 1991, p. 501).