Quando o verbo pôr é grafado no infinitivo tem o acento circunflexo diferencial, quer na norma anterior quer no Acordo de 1990 (novo AO). Assim, deve escrever: pôr-se, pôr-te-á, pôr-se-á.
Efectivamente, pôr é grafado com acento para não se confundir com a preposição por, atendendo a que as duas formas são frequentes na escrita.
A propósito, não se percebe por que razão não se adoptou o mesmo critério em pára, forma do verbo parar, dado o facto de também ser frequente a coabitação com a preposição para no mesmo texto. Esta anomalia do novo AO dá origem a que se escrevam expressões ambíguas do tipo «Vulcão para ¦á¦ aviões». Poder-se-ia, ao menos, aceitar a opcionalidade, como em forma ¦ó¦/fôrma, neste caso até menos justificável. Durante a moratória não vou dispensar o acento em pára quando o julgar indispensável. Na esperança de que, num futuro vocabulário comum, esta questão seja devidamente resolvida.
Mas, agora a propósito de pára/para, lembro que há ainda outra incongruência no novo AO: temos paraquedas, paraquedista, mas para-raios, para-choques, para-brisas, para-sol.