A realidade é que inteligente e inteligência designam uma qualidade de tal modo valorizada, que tudo o que lhes seja contrário acaba por ter sentido depreciativo e até pejorativo. Esta situação leva a que frases como «o João é pouco inteligente» ou que «ele não é inteligente» sejam interpretadas quase inevitavelmente (mas não necessariamente) como «ele é incapaz/tolo/estúpido/ignorante/ingénuo». Tal não não exclui possibilidades como «o João é pouco inteligente, mas tem um coração de ouro».
Das duas, uma: ou evitar o uso desses antónimos em contexto escolar, ou evitar o uso das palavras inteligente e inteligência. Mas, como não é isso que queremos, continuaremos a falar de inteligência e da falta dela, com o bom senso que tivermos.