Como me defendo dos espanhóis quando dizem «não há uma Academia da Língua Portuguesa que imponha ou dê preferência a um uso»? Respondo-lhes que há uma norma/forma padrão mas que respeita/não ignora o processo de evolução do uso da língua?
É tão desconfortável viver com a existência de várias possibilidades de uso, umas agradáveis a uns e outras, a outros mas que são estranhas para os primeiros!
Talvez a solução seria divulgar aos nativos as várias formas para evitar discriminações/falta de respeito entre nativos e entre nativos e estrangeiros. Incomoda muito que estejam sempre a corrigir-nos.
Grata pela atenção de sempre.
Na resposta a «O adjectivo relativo ao rio Tamisa (Inglaterra)» menciona-se, na bibliografia consultada, o «Dicionário de Gentílicos e Topónimos». Como confiar nele se contempla, por exemplo, "Toscânia", "Túnis" e "Trípoli" ou "lourenço-marquino" como gentílico de Maputo? (Os Maputenses não reclamam?) Mais: "Seycheles" (só arquipélago) tem os gentílicos seychellense e "seichelense"; Gibraltar tanto pertence à Europa como à Espanha; Guam ilha é na "Oceania", mas Guam região é na Oceânia; "Urais" dá uralense; Genebra pertence à "Suiça", e o Kosovo pertence à Sérvia e Montenegro... Tem erros, gralhas e lacunas que bastem para não poder ser referência. Concordam?
Curioso!
[Deparo-me com uma] entrevista, no jornal Metro [Lisboa, Portugal], ao famoso autor de banda desenhada Seth MacFarlane:
«Porque é que em Family Guy as personagens portuguesas falam com sotaque brasileiro? Não há muitos portugueses em Hollywood à procura de trabalhos como actores de voz... E é engraçado que ninguém no nosso “staff” consegue distinguir o sotaque. Espero que sirva de desculpa aos nossos espectadores portugueses, que estão, certamente, ofendidos pelo nosso retrato desrespeitador da sua cultura.»
Continuação do bom trabalho!
Gostaria de receber endereços para pesquisas de teses digitalizadas, assim como de obras na área de Linguística (principalmente Morfologia/Lexicologia/Lexicografia) em Portugal.
Tenho verificado muitas teses interessantes nessas áreas e gostaria de acessá-las integralmente.
Obrigado.
Vejo isto constantemente na minha profissão, e tal, devo confessar que
me intriga e me deixa deveras perplexo:
«As actividades do Outsourcing de Serviços incluem: (1) Business Process Outsourcing ; (2) Outsourcing de Infra-estruturas Informáticas; (3) Contact Centers e (4) IT Consulting.»
Extraído do sítio da rede de uma grande empresa portuguesa.
Isto é prática comum neste mercado! Estarão as novas tecnologias a defraudar os fundadores do português através de diversas gerações?
Até no espaço cibernético grafamos no navegador da rede "Ciberduvidas", e não Ciberdúvidas.
A que se deve a ausência de caracteres acentuados no espaço cibernético?
Gostaria de apresentar a toda a valorosa equipa do Ciberdúvidas as minhas condolências pela morte do nosso querido Fernando Venâncio Peixoto da Fonseca, grande erudito e grande consultor do Ciberdúvidas. Eu mesmo sou um devedor do Sr. Fonseca, pois várias das consultas que fiz a esse áureo consultório de língua portuguesa foram respondidas por ele. A sua concisão nas respostas era algo muito bonito.
Que Deus o tenha em muito bom lugar! Descanse em paz!
Muito obrigado.
Zeinal Bava, presidente do conselho de administração da Portugal Telecom, teve esta intervenção na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República1, que até já mereceu notoriedade no YouTube. Mais do que justificada: toda aquela fluência sobre a aposta da sua empresa na "portugalização" (!?) dos seus conteúdos, mas como se estivesse a falar para… anglófonos. Monoplay para aqui, doubleplay para ali, spinoff para acolá... Enfim, um tristíssimo exemplo do linguajar de certas (ditas) elites deste pobre país que nem a sua própria língua já prezam.
1Dia 10 de Março de 2010.
O que vou colocar aqui não é uma dúvida, mas achei que vós, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, me poderíeis ajudar.
Frequento o 10.º ano, no curso de Ciências e Tecnologia, e gostava de que aconselhassem uma gramática com bons exercícios (da TLEBS nova) de Português.
Obrigado.
Gostaria de saber onde um adulto português pode aprender/aperfeiçoar a sua língua materna. Só encontro o ensino da língua dirigido a estrangeiros.
Obrigado.
Meu caro senhor Carlos Rocha (18/02/2010)
Como diz, a propósito:
«Em resumo, compreendo as intenções satíricas do apontamento do consulente, mas sobra para mim a ingrata e pouco humorística tarefa de recordar mais uma vez, sem apelo ao ridículo, que os desvios linguísticos são uma boa oportunidade para reflectir sobre a historicidade e o convencionalismo das normas, que não deixam de ser necessárias, não o nego.»
Primeiro o mais importante.
Começo por pedir licença para esclarecer o seguinte, na minha pequenez, e agradecendo o tempo que lhe estou tomando:
Eu, ainda com resquícios de congénita confiança na excelência da generosidade das pessoas, muito embora a experiência em contrário de muitos anos de vida, detectei logo que o tom enfastiado, mesmo agastado, que preferiu tomar tem algo subjacente, não foi por acaso, como seja que de maneira nenhuma me considera um aliado, mas antes um exemplo acabado de assumido impertinente.
Na pretensão, pode afirmar-se, falhei completamente. Eu explico em duas linhas: o povo, com excepção dos jornais, cada vez lê menos: livros não adquire, frequentar bibliotecas, hábito que nunca teve. O que lhe resta? Por dia um par escasso de horas de televisão. E o que se lhe depara aí?
Considera que fica, no seu dia-a-dia, imitando inconscientemente, os eminentes da Nação, mais os comunicadores, mais os comentadores dos futebóis, mais os entrevistadores, com a consciência tranquila de que está absolutamente "no ponto" quanto à Língua, nem lhes passando pela cabeça sequer as bacoradas que estão a absorver epidermicamente. É este o caso e mais nada.
Agora, lá vão algumas notas adrede:
1) O político em causa (zurzido pelo "contexto") é Ricardo Rodrigues, revelo-o só agora, para que não seja acusado de intenções que não as referentes ao estrito contexto (!) da minha consulta. Quando se trata de adivinhar intenções, nunca se sabe a que profundezas vai parar o escrutínio...
2) Das tais intenções de ridicularizar, que me imputa, talvez esteja o amigo a exagerar um pouquinho. É que, afinal, apenas se me pode dar, quando muito, o obscuro papel do garoto de rua, ranhoso, a apontar com o dedo: o rei vai nu. Como deveria ir trajado, como se deveria apresentar, compete inteiramente, e por mérito próprio, a Ciberdúvidas.
3) Sempre ouvi afirmar que o riso é uma manifestação de inteligência, e como não quero passar por estúpido, ou, quem sabe?, desejando esconder que o seja, resulta daí a minha escolha de um tom bem-humorado.
4) Achou a sua tarefa, cito-o, ingrata e pouco humorística. Ora, desde sempre, se evoca o latinismo ridendo castigat mores. No entanto, permita-me a sugestão: é que, se, por vontade própria, optar por esta via, pode ser, quem sabe?, que consigamos que os visados arrepiem caminho e os demais leitores gozem de uma leitura mais amena: estou a lembrar-me a modos como o Cuidado com a Língua!. Não será isso que o meu amigo e eu pretendemos, afinal?
Acrescento, na defesa da minha tese, um pequeno mas significativo pormenor: tive a grata surpresa de ver o Daniel Catalão, logo no dia seguinte à publicação da vossa nota respondendo ao minha consulta, pronunciar polvos (embora tão a medo...) como deve ser. Foi necessário porque os suicidas moluscos teimaram em voltar ao noticiário.
Se o Ciberdúvidas conseguir ser feliz, circunscrevendo a sua acção a ensinar como se designam os habitantes de A-dos-Pardais, ou, cumulativamente, em desenrascar os professores da Língua, atrapalhados com o VOLP e com as chomskices da Gramática Generativa, tudo bem.
Eu, por minha parte, vou tentando também ser feliz...
[...]
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