O nosso obrigado por nos chamar a atenção para esta entrevista.
É realmente curiosa a desculpa de Seth MacFarlane. Além de sintomática de simples ignorância (vá lá, que não puseram as personagens a falar castelhano do México, da Venezuela ou da Argentina), o facto de a equipa em apreço ser incapaz de distinguir a pronúncia brasileira da portuguesa pode sugerir duas conclusões: ao contratarem brasileiros para dar voz às personagens, reconhecem que no Brasil se fala português (há quem ache isso discutível, mesmo no Brasil); ao negligenciarem ou desconhecerem a variedade europeia, deixam transparecer uma imagem global da língua que é dada pela variante brasileira. Ou seja, parece que em certos meios dos Estados Unidos o português prototípico é o que se fala no Brasil. Que melhor indício do que este para mostrar, por um lado, a unidade da língua e, por outro, a alteração de forças entre variantes de português?