Complemento oblíquo: «apontar para»
Na frase «Sorriu, apontando para o Sol», o segmento destacado corresponde a que função sintática? A um complemento oblíquo?
Agradeço a vossa confirmação.
Modificador do grupo verbal: «foi arrancado à noite»
Na frase «Ele foi arrancado de casa À NOITE», confirma-se que o segmento destacado corresponde a um modificador do grupo verbal?
Agradecia o vosso esclarecimento.
«Estive a ler» (perfeito) vs. «estava a ler» (imperfeito)
Podia dizer-me a diferença entre «estive a ler durante 2 horas» e «estava a ler durante 2 horas», do ponto de vista do significado?
Para mim, são frases idênticas, porque na combinação de «estar a» + infinitivo há um aspeto de continuidade e, embora estive não seja um verbo na forma do imperfeito («estive a» infinitivo), a frase tem um sentido de duração, pois o verbo não precisa de estar na forma do imperfeito para transmitir a continuidade da ação.
E, formulando a questão de outra forma:
1. Estava a ler quando a Maria chegou
2. Estive a ler quando a Maria chegou
Há alguma diferença entre as duas frases do ponto de vista do significado?
Os adjetivos choroso, lagrimoso/lacrimoso, plangente
Queria perguntar sobre três adjetivos relacionados com o choro: choroso, lagrimoso (lacrimoso), plangente.
Como compreendi a partir das definições dos dicionários, estes adjetivos podem ser considerados como sinónimos. Contudo, parece que existe uma diferença estilística entre eles.
Choroso parece ser uma palavra neutra, enquanto lagrimoso (lacrimoso) e plangente parecem ser palavras cultas, pertencentes à literatura. Será assim mesmo?
Também encontrei os exemplos em que todos os adjetivos mencionados se usam com a palavra voz: «voz chorosa»; «voz lagrimosa»; «voz plangente».
Digam, por favor, se estas três combinações de palavras têm o sentido diferente. Se sim, quais são as diferenças?
Desde já agradeço.
A colocação do pronome em «bons olhos o vejam»
As minhas saudações a toda a equipe do Ciberdúvidas.
Gramáticas há que sugerem a formação proclítica de orações optativas «Bons olhos o vejam», «Bons ventos o levem», em vez de “Bons olhos vejam-no” e “Bons ventos levem-no”. Se eu entendi bem, poderia levantar a hipótese que orações desse tipo deriva de construção oracional do tipo «Eu desejo (que) …»?
Contudo, se se mudasse a ordem da oração, prevaleceria o fator de próclise “O vejam bons olhos” e “O levem bons ventos” ou mudaria para o fator de ênclise “Vejam-no bons olhos” e “Levem-no bons ventos”?
Porque, segundo gramáticas normativas, orações não podem iniciar por pronome oblíquos átonos. Acredito também que, se mantivesse a conjunção que, ficaria em próclise «Que os vejam bons olhos» e «Que os levem bons ventos», não é? Orações optativas e orações absolutas são a mesma coisa?
Então, que tendes a dizer-me de tudo isso?
Obrigado antecipadamente a toda a equipe por vir sanando muitas dúvidas do nosso idioma ao longo dos anos.
Sintaxe de «cair no esquecimento»
Na frase «O evento caiu no esquecimento.», o segmento «no esquecimento» não poderá ser complemento oblíquo?
Obrigada.
Conjunção vs. advérbio conectivo
Qual a diferença entre conjunção e advérbio conectivo?
Adjetivos valorativos e depreciativos
A crítica é, em traços gerais, uma análise/apreciação positiva ou negativa de um objeto.
Essa "apreciação" (positiva ou negativa) poderá ser concretizada recorrendo a adjetivos valorativos ou depreciativos?
Cordialmente.
«Antigamente costumava jogar ténis» e «Antigamente jogava ténis»
É certo de utilizar a composição de verbo (costumar em imperfeito + infinitivo) em vez de (verbo próprio em imperfeito), quando falamos de ações de passado? Isso dá o mesmo significado?
Por exemplo: «Antigamente costumava jogar ténis» em vez de «Antigamente jogava ténis».
Obrigado.
Metáfora: «fazer manta aos lobos» (Aquilino Ribeiro)
Envio breve citação da obra de Aquilino Ribeiro, Terras do Demo:
«Para mais, veio longe o Inverno, cedo saindo das profundas, onde o Diabo o gerou para tormento da Serra, com borrifos, ventania e o carujo lá em cima, entre as barrocas, a fazer manta aos lobos para dizimar os rebanhos. E com ele veio o taró que corta as orelhas e os beiços e o suão que parece uma navalha de salteador a picar, lento e malvado, o corpo todo. Mal se podia arredar passo fora de telha. À noite, no serão — que para poupar creosende Rosa amalhoava com outras na sua loja — todas clamavam que era castigo de Deus pelos muitos pecados dos homens, e que temporais tão duros só podiam ser sinal de fim do mundo. Mimosos e felizardos os que tinham os cabanais bem providos de lenhas, e não lhes faltava carniça e salpicão na salgadeira e batata farinhota no monte!» Terras do Demo, p. 59
O que significa «fazer a manta» neste contexto?
Muito Obrigado.
