A flexão em género e número dos substantivos que denominam um grupo indígena ou os adjetivos relativos a estes mesmos grupos é variável. Nos exemplos apresentados, segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss (2001), constatamos que:
– Tucano (substantivo assim grafado no Dicionário Eletrônico Houaiss; não se achou atestado tukano) é um substantivo e adjetivo de dois géneros1 flexionável no plural (exemplo: «A professora tucano»/«As professoras tucanos»);
– Kaingang é um substantivo e adjetivo de dois géneros e dois números2 (exemplo: «O estudante kaingang»/«Os estudantes kaingang». Note-se, no entanto, que a mesma palavra, ao ser grafada de forma diferente, caingangue, passa a ser um substantivo e adjetivo de dois géneros e flexionável no plural (exemplo: «A professora caingangue»/«as professoras caingangues»).
Assim, importa salientar que, em relação a estes nomes étnicos, a flexão em género e em número varia em função de o substantivo ser grafado na transcrição da forma original ou escrito na forma aportuguesada.
1 O substantivo de dois géneros apresenta «uma só forma para os dois géneros, mas distingue o masculino do feminino pelo género do artigo ou de outro determinativo que o acompanhe: o/a agente; o/a artista; o/a colega; o/a cliente; o/a estudante; o/a gerente» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, pp. 196-197).
2 O substantivo de dois números apresenta uma só forma para o plural e singular, sendo a distinção feita através do artigo ou de outro determinante: o/os atlas.