Antes da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (AO 1990), a palavra tinha hífen: todo-o-terreno, conforme registo no dicionário da Academia das Ciências de Lisboa. Na edição brasileira de 2001 do Dicionário Houaiss também se usa hífen em todo-terreno, presumível variante de todo-o-terreno, tal como acontece com qualquer-terreno.
Com a aplicação do AO 1990, deverá escrever-se todo o terreno, sem hífen, forma incluída no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora, observando o estipulado no n.º 6 da Base XV do referido acordo: «Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o hífen [...].»
Note-se que o Vocabulário Ortográfico do Português do ILTEC não acolhe a palavra. O mesmo ocorre no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, que não consigna todo-terreno nem todo o terreno. Convém ainda assinalar que a não hifenização da palavra não é consensual, porque o Dicionário Priberam mantém todo-o-terreno, com hífen. De qualquer modo, à luz do novo acordo, recomenda-se todo o terreno, visto assim se encontrar grafada no único vocabulário ortográfico que a acolhe, em observância da base já mencionada.
Quanto ao plural, o dicionário da Academia de Ciência de Lisboa classifica a forma todo-o-terreno como adjectivo e substantivo dos dois géneros e números. Diga-, portanto, sem marca de plural «os veículos todo-o-terreno» e «os todo-o-terreno», podendo justificar-se a falta de marca de plural na palavra pela razão de ter origem numa expressão adverbial «para todo o terreno».
Finalmente, sobre jipe, consulte-se a resposta abaixo indicada, nos Textos relacionados.