Uma vez que ambas as situações apresentadas correspondem a estruturas enfáticas, estas devem ser analisadas no quadro semântico-pragmático, ou seja, das intenções associadas ao seu uso.
Na primeira frase, a expressão «esse sim» funciona como um conector com valor refutativo-argumentativo que liga esta frase a uma afirmação anterior que é retificada. Com o uso de «esse sim» pretende-se afirmar que era «o sol» que batia de modo impiedoso e não outro elemento qualquer.
Na segunda frase, o pronome esse é usado numa estratégia de retoma do tópico da frase, «O sol», neste caso, com o objetivo de o enfatizar, enquanto o advérbio sim é usado com um valor confirmativo que atribui à frase um valor de verdade. Por essa razão, sim não está relacionado diretamente com esse, como acontecia na frase anterior. Este facto fica comprovado pela possibilidade de deslocação de sim para outro local da frase:
(1) «O sol, esse, batia impiedoso, sim.»