O sujeito da frase é «o Senhor Sol» porque é com este constituinte que o verbo conversar concorda. Quanto a «com o vento», trata-se de um complemento oblíquo seleccionado pelo mesmo verbo.
Note que a definição de sujeito, por ser sobretudo sintáctica e não (apenas) semântica — ao contrário do que a consulente parece julgar quando se refere ao sujeito como «aquele que pratica a acção» — não permite considerar que os constituintes «o Senhor Sol» e «com o vento» desempenham globalmente a função de sujeito. Por exemplo, sabe-se que «o Senhor Sol» é o sujeito, porque é este constituinte que desencadeia a concordância e não «com o vento», facto demonstrável pela substituição de «o Senhor Sol» por um pronome no singular e depois pela forma desse pronome no plural:
1. «Ele conversava com o vento.» —› «Eles conversavam com o vento.»
Em 1, o verbo passa ao plural, de forma a concordar com o plural eles. Mas se aplicarmos o mesmo teste a «com o vento», substituindo «o vento» pelo pronome de terceira pessoa do singular e passando depois esse constituinte ao plural, o verbo mantém-se no singular porque, na verdade, concorda sempre com a expressão «o Senhor Sol»1:
2. «O Senhor Sol conversava com ele.» —› «O Senhor Sol conversava com eles.»
1 A concordância em frases identificacionais tem regras próprias.