Os títulos apresentados estão correctos, nesse e noutro tipo de unidade ou sequência textuais, decorrendo das relações semânticas e conceptuais entre dois termos. Nos casos em questão temos duas situações:
a) um termo de significado específico (hipónimo) é retomado por outro (anafórico), de significação mais ampla (hiperónimo); exemplos:
– Faculdade Pe. Arnaldo: dez anos de história da instituição (porque uma faculdade é uma instituição)
– Advocacia: o exercício da profissão nas empresas públicas (porque a advocacia é uma profissão)
– Analfabetismo: a solução do problema transcende o aspecto econômico-cultural (porque o analfabetismo é um problema)
Havendo dúvida, pode-se muitas vezes recorrer a determinantes demonstrativos: «... esta instituição...», «... esta profissão...», «... este problema...»
b) um termo é parte ou anda associado a um termo antecedente, deixando-se subentendida essa relação (elipse); exemplos:
– Adoção: modificações do instituto no Código Civil de 2002 (o processo de adopção tem um instituto, isto é, «conjunto de regras e princípios jurídicos que regem determinadas entidades ou determinadas situações de direito», Dicionário Houaiss)
– Orientação à Monografia Jurídica I: plano de ensino da matéria (se Orientação à Monografia Jurídica é uma disciplina académica, então terá um conteúdo a que se chama matéria)
— Brasil: o que a população espera do novo governo (Brasil é o nome de um país, e todos os países têm população, logo o Brasil tem uma população)
É possível fazer anteceder o segundo termo por um determinante possessivo: «... do seu instituto...», «... da sua matéria...», «... da sua população...».1
1 Com certos possessivos, este processo nem sempre é conveniente. Por exemplo, seu tanto é «dele» como «de você», isto é, de um interlocutor.