Encontra uma lista razoável de provérbios que mencionam a caça enquanto metáfora de diferentes vivências e situações em O Livro dos Provérbios Portugueses (Lisboa, Editorial Presença, 1999), de José Ricardo Marques da Costa. Por exemplo:
sofrimento, desilusão esforço: «Caça, guerra e mores, por um prazer cem dores.»
surpresa, decepção: «Donde se não espera é que sai o coelho.»
surpresa, esperança: «De uma fraca toca sai um bicho bom.»
injustiça, oportunismo: «Enquanto uns batem o mato, os outros apanham a caça.»
imprudência, falta de prevenção ou de meios: «Ir à caça sem espingarda.»
segredo, astúcia: «Para caçar, calar.»
competição, oportunidade, perda de actualidade: «Quem vai à caça perde o lugar.»
culpa, irresponsabilidade: «Uma vez é da caça, outra do caçador.»
O Dicionário de Provérbios Francês-Português-Inglês de Roberto Cortes de Lacerda et a. (Lisboa, Contexto, 2000) permite também identificar alguns provérbios, na maior parte identificados com o imaginário brasileiro. Segue-se um lista de exemplos em que se salienta a importância da experiência de vida:
«Lobo velho não cai em armadilha.»
«Macaco velho não dá pulo/trepa em galho/ramo seco.»
«Macaco velho não mete/põe a mão em cumbuca (= armadilha).»
«Porco velho não se coça em pé de espinho.»
«Tatu velho não se esquece do buraco.»
Aconselhamo-la a fazer o levantamento que nos pede mediante a consulta das obras seguintes:
António Moreira, Provérbios Portugueses, Lisboa, Editorial Notícias, 1997
Maria Alice Moreira dos Santos, Dicionário de Provérbios, Adágios, Ditados, Máximas, Aforismos e Frases Feitas, Porto Editora, 2000
José Alves Reis, Provérbios e Ditos Populares, Litexa Editora, 1996