As duas frases apresentadas são exemplos de casos de colocação incorrecta do pronome reflexivo se, que deveria estar colocado antes do predicado (verbo), observando-se a violação de duas das regras gerais da colocação dos pronomes átonos.
Assim, a forma correcta da primeira frase deveria ser «E justifica, salientando que quando "a ofendida se levantou e se tentou dirigir..."»; porque o pronome se encontra numa «oração subordinada», um dos casos previstos pelas regras gerais. Segundo a norma, «é preferida a próclise (colocação anterior ao predicado) do pronome […] nas orações subordinadas desenvolvidas, ainda quando a conjunção esteja oculta» (Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 17.ª ed., Lisboa, Sá da Costa, 2002, pp. 311-312), como se pode verificar nos exemplos seguintes:
«Quando me deitei, à meia-noite, os preços estavam à altura do pescoço» (Carlos Drummond de Andrade, A Bolsa & a Vida, p. 2)
«Prefiro que me desdenhem, me torturem, a que me deixem só» (Urbano Tavares Rodrigues, A Noite Roxa, p. 174)
Relativamente à segunda frase, a forma correcta seria «À hora de fecho desta edição, a câmara municipal ainda não se tinha pronunciado sobre o novo documento...», porque, «nas orações que contêm uma palavra negativa (não, nunca, jamais, ninguém, nada, etc.)», a próclise do pronome é aconselhada, o que se observa nas seguintes frases:
«Não lhes dizia eu?» (Mário de Sá-Carneiro, Céu em Fogo, p. 348)
«Nunca o vi tão sereno e obstinado» (Ciro dos Anjos, Montanha, p. 316)
«Ninguém me disse que você estava passando mal!» (Aníbal Machado, João Ternura, p. 208)
Obs.: Sobre a colocação dos pronomes, aconselha-se a consulta da resposta Colocação dos pronomes átonos.