Em princípio, tanto poderia usar pré-concebido como preconcebido. Contudo, na opção por uma ou outra forma podem pesar considerações sobre graus de lexicalização. Sobre este aspecto, o Dicionário Houaiss observa o seguinte:
«[...] na medida em que um emprego de pré- tende a vulgarizar-se, na mesma medida tende a passar a pre-: o V[ocabulário] O[rtográfico de Rebelo Gonçalves] consigna o fato com registros dúplices: pré-contração/precontração, pré-cordilheira/precordilheira, pré-forma/preforma, pré-formar/preformar etc.»
Assim, dir-se-ia que pré-concebido sugere uma maior independência entre os elementos constituintes do que preconcebido, mais consolidado na tradição. E esta diferença pode ser aproveitada semanticamente. Com efeito, preconcebido é a forma consignada em vários dicionários, entre eles, o Dicionário Houaiss e o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa. Sem se poder dizer que pré-concebido seja forma incorrecta, os dicionários preferem a forma preconcebido, talvez porque já não é encarada como uma criação vocabular pontual mas como um item lexical autónomo, relacionado com preconceito (que não é o mesmo que pré-conceito). Pré-concebido pode ser variante de preconcebido, mas também uma palavra que significa «concebido antes», «criado antes», o que a torna uma tradução literal do inglês pre-designed.