Os exemplos que o consulente apresenta não vão ao encontro da questão que coloca, uma vez que os possessivos, nos exemplos, ocorrem depois de um substantivo e não de um verbo ou adjetivo. Se a questão for «o determinante possessivo pode ocorrer depois de um nome?», então aí a resposta é sim, pode ocorrer.
A verdade é que os determinantes possessivos, normalmente, são precedidos de um artigo definido ou de um pronome demonstrativo. Segundo o Dicionário Terminológico, «em contextos definidos, o determinante possessivo é obrigatoriamente precedido pelo artigo definido ou pelo demonstrativo» (ex.: «O meu aluno chega sempre atrasado»; «Este meu aluno chega sempre atrasado»), «exceto em contextos em que o grupo nominal em que se encontra tem a função de vocativo» (ex.: «Meu amor, vem ter comigo») «ou de modificador opositivo» (ex.: «… a D. Afonso Henriques, D. Sancho I, seu filho primogénito, sucedeu-lhe»). Pode ainda ocorrer, nestes mesmos contextos definidos, depois de alguns quantificadores (ex.: «todos [estes] meus alunos chegam atrasados»).
No entanto, se o contexto em que o determinante possessivo ocorre for indefinido, a sua posição, na frase, é pós-nominal (ex.: «Uma tia minha vai casar»). Esta posição pós-nominal do determinante possessivo, se o sintagma nominal tiver o estatuto de indefinido, é muito comum encontrar-se na literatura portuguesa. Exemplo disso é um verso de um poema de Camões: «alma minha gentil que te partiste».