A forma mais correta é perméase, mas o uso mais difundido, mesmo entre especialistas, é o da forma permease.
Perméase/permease é um termo da bioquímica e aplica-se a «cada uma de um grupo de enzimas que participa do processo de transporte ativo de substâncias através da membrana celular» (Dicionário Houaiss). As duas formas – perméase e permease – estão dicionarizadas (cf. dicionário da Porto Editora), além de registadas nos vocabulários ortográficos recentes (ver Vocabulário Ortográfico do Português e vocabulário ortográfico da Porto Editora). É de notar, porém, que o vocabulário ortográfico da Academia Brasileira de Letras acolhe apenas a forma perméase; mesmo assim, o Dicionário Houaiss, que remete permease para perméase, assinala que a grafia sem acento gráfico, embora não preferencial, é mais usada.
Observe-se que a palavra em questão inclui o elemento de composição -ase, cujo acento tónico revela oscilações, como comenta o Dicionário Houaiss (s. v. -ase; desenvolveram-se todas as abreviaturas):
«[Ocorre] em helenismos (através do latim ou não) de três ou mais sílabas, casos em que, salvo um, há vacilação de acentuação (esse um é estase, do grego stásis "parada", com -a- breve, mas em que o e- inicial é mero apoio vocálico do s impuro): aclase/áclase, acroase/acróase, amilase/amílase, arginase/argínase, arseniase/arseníase, betulase/betúlase, casease/caséase, cinase/cínase, clorofilase/clorofílase, difase/dífase, enase/ênase, giardiase/giardíase, homeostase/homeóstase, insulinase/insulínase, lactase/láctase, lipase/lípase, mutase/mútase, oxidase/oxídase, reobase/reóbase, trombase/trômbase; esse sufixo é basicamente o grego -āsis, que deveria dar um sufixo, se transposto para o latim, paroxítono, o que não aconteceu (cf. o grego phtheiríāsis, latim phthiriăsis, com -a- breve – ao contrário do grego – "ftiríase, moléstia, doença pedicular"); forma em grego nomes oriundos de verbos em -áein, nomes que em latim ocorrem por empréstimos isolados, como o do exemplo citado; na terminologia médica e biocientífica do século XIX em diante, esse sufixo vem sendo empregado, nem sempre com radicais gregos, para indicar processos orgânicos, moléstias ou doenças; [...] não esquecer que, em química, é sufixo indicativo de enzimas, tirado da terminação de diástase (< gr. diástăsis, "ação de separar, separação", derivado do verbo diístēmi, "separar; distinguir"), por exemplo, amilase/amílase, aureomicinase/aureomicínase, lactase/láctase, oxidase/oxídase, pectase/péctase, protease/protéase, sinaptase/sináptase, urease/uréase, zimase/zímase.»
A mesma fonte acrescenta (ibidem): «[...] no Brasil, a pronúncia paroxítona [permease] tem prevalecido na área das biociências, embora a etimologia prescreva a forma proparoxítona [...].»
Pode, pois, afirmar-se que, apesar dos argumentos que permitem distinguir perméase como forma mais correta, o uso especializado tem favorecido permease. De resto, uma pesquisa pela Internet revela que é esta última a forma que ocorre em artigos científicos em português (de cientistas portugueses e brasileiros).