Os dois substantivos/nomes parada e paragem — derivados de parar (Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado) — são sinónimos nos sentidos de «ação de parar; ato de deter, no decurso de uma viagem, de uma marcha; cessação, suspensão de uma atividade, interrupção, pausa ["parada cardíaca", o mesmo que "paragem cardíaca"]; lugar onde se para1 = estação, paragem [Brasil]» (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2010; Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, 2001).
Portanto, estão corretas as duas formas, quando usadas para designar as realidades acima citadas. A única diferença reside no facto de, em Portugal e no Brasil, os falantes terem consagrado pelo uso formas distintas para dizerem o mesmo. É o que acontece com o uso do termo parada (no Brasil) para se designar paragem ou estação de autocarro/comboio, assim como na expressão «parada cardíaca».
Por sua vez, a palavra parada, para além dos significados já indicados, é também um termo militar («espaço no interior de um quartel onde se realizam formaturas, instruções, revistas, etc.; demonstração de força militar»), do desporto («defesa e um golpe») e do domínio do jogo («dinheiro que se arrisca, de cada vez, ao jogo; combate; luta»).
Nota: Importa referir outras informações sobre a realidade do português do Brasil, fornecidas pelo consultor brasileiro Luciano Eduardo Oliveira, assinalando que, no Brasil, autocarro é designado por ônibus e comboio por trem, assim como, para além de parada, também se diz ponto (de táxi e de ônibus). Acrescenta ainda que «normalmente usamos paragem nas acepções 2 e 3 do Aulete Digital, principalmente no plural.
1 Com a aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, a forma verbal do presente do indicativo do verbo parar (antes do AO, pára) perde o acento gráfico, conforme o ponto 9 da Base IX (Da acentuação gráfica das palavras paroxítonas): «Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas que, tendo respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc.