A distinção entre advérbio adjunto e advérbio disjunto ocorria na Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS). Como muitos se recordarão, a TLEBS foi suspensa em 2007, teve entretanto uma revisão e agora chama-se Dicionário Terminológico (DT).
Feito este preâmbulo, e porque muitos dos manuais utilizados neste momento no ensino secundário têm por quadro de referência a TLEBS, recordo a diferença em causa:
Advérbio adjunto: «Palavra pertencente à subclasse dos advérbios que podem ser núcleo de constituintes adverbiais internos ao grupo verbal.»
Advérbio disjunto: «Palavra pertencente a uma subclasse dos advérbios que podem ser modificadores da frase.»
Atenção, que o DT substituiu estes termos: o advérbio adjunto é agora o advérbio de predicado, e o advérbio disjunto, o advérbio de frase.
Assim, direi que todos os advérbios mencionados na pergunta são advérbios adjuntos ou advérbios de predicado, uma vez que modificam um grupo verbal (p. ex., «corresponde sempre/frequentemente/raramente à ideia que...»). Trata-se, portanto, de modificadores do grupo verbal, cujo núcleo é um verbo.
Quanto à subclasse destes advérbios, note-se para já que o DT é omisso a respeito de advérbios de tempo, sem que se perceba a razão desta lacuna. A TLEBS, por seu lado, incluía sempre entre os advérbios adjuntos de tempo; frequentemente e raramente não constam da lista de membros desta subclasse, mas há investigadores que os analisam como advérbios de tempo. Por exemplo, João Costa (O Advérbio em Português Europeu, Lisboa, Edições Colibri, 2008, pág. 46/47) menciona frequentemente entre «os advérbios de localização temporal que denotam frequência»; depreende-se que sempre também faz parte deste grupo, uma vez que surge como exemplo de advérbio de localização temporal com valor aspectual; e, embora raramente não figure na discussão de João Costa, um outro advérbio semanticamente muito próximo, esporadicamente, encontra-se ao lado de frequentemente, como advérbio que expressa iteratividade.
Em conclusão, estamos perante uma área de análise gramatical de grande complexidade, cujo estudo sistematizado ainda agora começou a dar os primeiros passos. Tentei, por isso, dar algumas pistas que, por enquanto, devem ser seguidas com alguma cautela, uma vez que a própria terminologia gramatical proposta para níveis não-universitários ainda não alcançou a necessária estabilidade.