De facto, quer no início quer no interior da palavra, antes das vogais e ou i, a letra c pronuncia-se como se fosse um s (no início de palavra ou depois de consoante), razão pela qual esta úlltima consoante ocorre frequentemente nessa posição.
Repare-se que, geralmente, uso do s inicial ou do c (antes de e ou i) se deve à etimologia, pois o som é o mesmo (que é representado na transcrição fonética por [s]), como se pode verificar pelos seguintes exemplos:
Com c (antes de e ou i): cebola, cereal, cereja, certeza, cima, cimento, conceber, alicerce, Escócia, especial, Macedo.
Com s (no início das palavras ou depois de consoantes): sábio, saco, sede, sério, seta, solitário, surdo, Sintra, ânsia, cansar, farsa, ganso, mansão, pretensão.
Estes são os casos em que a letra c adquire um som de outra consoante (acumulando com o s esse valor fonético). Com as restantes vogais, o c é pronunciado como K, sinal com que é representado nas transcrições fonéticas [k]. Exemplos: casa [kazɐ], comida [kumidɐ], curral [kuRáɫ], encomenda, informático, etc.
Nota: Não podemos deixar de referir que o fonema surdo s [s], para além de ser representado por s e por c (antes de e ou i), pode ser representado também por ç, por ss, por x ou sc, como se pode verificar pelos seguintes exemplos:
- por ç: ação, açorda, atenção, Buçaco, dançar, Eça, Suíça, peça.
- por ss (só entre vogais): amassar, asseio, atravessar, fosso, pêssego, sossegar.
- por x e sc: auxílio, próximo, consciente.