De acordo com Lindley Cintra e Celso Cunha, Nova Gramática da Língua Portuguesa, pp. 662-663, «o travessão emprega-se principalmente em dois casos:
1.º) para indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor [...]
2.º) para isolar, num contexto, palavras ou frases. Neste caso, em que desempenha função análoga à dos parênteses, usa-se geralmente travessão duplo [...]».
Porém, e ainda no mesmo instrumento linguístico, é também salvaguardado o seguinte:
«Mas não é raro o emprego de um só travessão para destacar, enfaticamente, a parte final de um enunciado [...]» e «às vezes, para dar maior realce a uma conclusão, que representa a síntese do que se vinha dizendo, usa-se o travessão simples em lugar dos dois-pontos [...].»
O excerto proposto, retirado da edição especial de 11 de dezembro de 2011 da revista brasileira Veja, poderá enquadrar-se, do meu ponto de vista, nesta última possibilidade, isto é, o travessão simples é usado em substituição dos dois-pontos, como forma de destaque.
Resta-me dizer que a opção pelo travessão duplo, sugerida pelo caro consulente, seria igualmente viável no contexto em análise.