DÚVIDAS

O uso do primeiro nome (ou só um dos apelidos)
de figuras públicas

Reparei que em algumas situações, de preferência nas manchetes e nos títulos das notícias, os media portugueses se referem ao Presidente da República português usando apenas o seu primeiro nome. Alguns exemplos: «Marcelo aposentado como professor universitário mas recebe apenas salário de Presidente» (Correio da Manhã); «Marcelo anuncia até Setembro de 2020 se concorre a segundo mandato» (Jornal de Negócios): «Marcelo quer ver a economia a crescer mais do que 2%» (RTP). Qual pode ser a origem desse costume?

Muito obrigado pelos esclarecimentos.

Resposta

O uso do primeiro nome tem que ver com a sua maior familiaridade na comunicação social e por razões também de encurtamento de palavras na escrita jornalística. O próprio padrinho do atual Presidente português, Marcelo Caetano, era também referido frequentemente na imprensa do tempo só pelo nome – tendo dele derivado até os  termos «marcelismo» e  «[primavera] marcelista. São os casos de muitas outras  figuras políticas ou da área cultural, estrangeiras, inclusive: Napoleão (Napoleão Bonaparte), Samora (Samora Machel), Fidel (Fidel Castro), Getúlio (Getúlio Vargas), Jânio (Jânio Quadros), Juscelino (Juscelino Kubitschek de Oliveira)Otelo (Otelo Saraiva de Carvalho), companheiro Vasco (Vasco Gonçalves), Agustina (Agustina Bessa-Luís), Sophia (Sophia de Mello Breyner Andresen), Natália (Natália Correia), etc.

O mesmo acontece com os apelidos, quando se destaca apenas o menos vulgar. Por exemplo: Salazar (Oliveira Salazar), Cavaco (Cavaco Silva), Durão (Durão Barroso), Santana (Santana Lopes), Lula (Luiz Inácio da Silva), etc.

ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa